Sentados na frente da casa de Helena, Milo e Olivier esperam por Bárbara enquanto Amelie na mansão, dorme como se sua vida dependesse disso.
Milo
A Bárbara tá há horas lá dentro, ou eu que sou impaciente demais?
Eu realmente quero conversar com o Olivier agora, mas não sei o que dizer, não consigo pensar em nenhum assunto, abro a boca e parece que vou gaguejar e errar todas as palavras da frase, estou surtando comigo mesmo como sempre.
Passamos pelo diálogo rotineiro que inicia sempre uma conversa:
"Dormiu bem?"
"Minha resposta é completamente neutra. E você?"
"Mesma coisa. Tá bem?"
"Sim, e você?"
"Sim."
E depois, silêncio.
Qualquer coisa que fosse um assunto poderia surgir agora. Uma ideia, um pensamento, uma pessoa, uma coisa voando, um bicho (não, melhor não), qualquer coisa segura.
— Tá pensando em quê? — a voz de Olivier me traz de volta pra Terra, mas não guardo o que ele disse.
— O-o quê?
— Você tá aí estático, meio pensativo. O que tá pensando?
Em você. Em tudo. Ontem, hoje, amanhã, quadros, desenhos, Amora, monstro, mansão, ilha, segredos... Você.
— Nada não — uma frase completa sem gaguejar, progresso.
— Tá entediado? — ele me encara, apoiando a cabeça na parede.
— Acho que tô mais ansioso que qualquer coisa. Tô impaciente — repeti o gesto, vendo um pequeno sorriso no rosto dele quando o olhei — Você tá entediado?
Ele me responde com uma careta, discordando com a cabeça. Tem algo de errado. Ou eu tô procurando algo de errado?
— Ei — chamo, ficando mais perto dele — O que foi?
— Talvez eu tenha acordado de mau-humor. Só isso. — ele avisa, dando de ombros.
— Talvez? — brinco esboçando um sorriso, ele solta uma gargalhada bem baixinha — Não tem nada aqui que piore seu mau-humor. A não ser q-que eu consiga p-piorar seu mau-humor.
— Completamente impossível! — ele garante, a voz um pouco mais alta do que ele costuma falar. Fico surpreso e Olivier parece também.
As bochechas dele tão vermelhinhas?
Penso em irritá-lo falando sobre isso, mas meu rosto parece um pouco quente e eu não estou a fim de levar o troco.
Apenas sorrio de novo, mas antes que eu tente falar outra coisa, vejo alguém andando perto da gente. Pedrinho.
Ele solta uma risada de escárnio chamando a atenção de Olivier. Me afasto um pouco, sério.
— Olha lá se não é o Milo e o namoradinho dele! — Pedrinho zomba, cutucando seu irmão, Vitinho.
Me preparo para levantar e discutir com ele, mas Olivier age primeiro.
— Você não tem mais o que fazer na vida, Pedrinho?! — ele reclama, a voz mais alta de novo.
Pedrinho ri como se não tivesse uma resposta na língua. Estendo a mão para dizer a Olivier que é falta de tempo brigar com ele, mas Olivier é rápido, pega na minha mão e a segura, firme.
— E se eu for mesmo? — ele continua, os olhos fixos em Pedrinho. Permaneço parado, sem reação — Você tem algum problema com isso, Pedro?
Vitinho olha para o irmão, puxando ele pela camiseta para longe. Pedrinho resmunga algo que não consigo ouvir e vai embora, apressado, com muita, muita vergonha estampada na cara.
Olho para Olivier, ele ainda segura minha mão como se nunca fosse soltar. Não quero que solte.
— Ele vai ficar sem encher o saco por um tempo depois disso — digo rindo e Olivier sorri.
— Que bom.
Me chamo de bobo várias vezes em pensamento, porque agora, não quero mais que Bárbara saía logo da casa de Helena.
Boa tarde!
Conto mais curtinho pq eu queria muito fazer essa cena, mas não tinha muito pra onde irUm pequeno aviso: mesmo hj sendo o último ep de osni, ainda vai ter contos toda semana, ok? Ainda tenho (no mínimo) sete rascunhos pra terminar, então gays sendo felizes não vai faltar
O fim está próximo. Hoje, todo mundo vai morrer.
Até a próxima. ☆
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Shot At The Night • OSNI
Roman d'amourChance à Noite | O Segredo Na Ilha Contos de "O Segredo na Ilha: RPG" sobre os casais hc's (headcanon) da temporada. 𝐐uando os irmãos Florence aceitaram morar com os pais temporariamente na Ilha de Tipora, não esperavam encontrar coisas inexplicáve...