dez - o plano

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O desespero tomava conta da casa do  Eddie e por todo canto, nós procurávamos uma fita que fosse do gosto dela, na tentativa de salva-la. Meu cérebro estava acelerado e meu coração errou as batidas várias vezes só de pensar em ver aquela cena de novo, ainda mais com alguém que agora, eu considerava próxima e importante.

— Steve disse que vocês precisam se apressar! - grita Erica.

— AH JURA?! - grita Dustin.

— O que estamos procurando?! - grita Eddie.

— Madonna, Blondie, Bowie, Beatles... MÚSICA, A GENTE PRECISA DE MÚSICA! - Robin exclama.

— ISSO É MÚSICA! - grita Eddie de volta.

— Você não tinha uma fita do Bowie, Edward?! - eu grito desesperada, procurando entre milhares de fitas.

— Tá no meu carro, que tá do outro lado de Hawkins agora! - eu reajo nervosa, e tento colocar meu cérebro ao máximo pra funcionar. – não vai dar tempo!

— Se eu correr talvez chego na minha casa...

Nisso que eu dizia a última frase, escutamos um espécie de suspiro altíssimo, e os espasmos de vozes do Steve parecia estarem aliviados, mas preocupados. Voltamos correndo pra cena, e vimos que Nancy havia voltado.

👹

Os últimos minutos foram dos mais angustiantes pra todos nós, mas principalmente pra Nancy, e no intuito de nos acalmar, nós decidimos mudar de ambiente. Ela ficou por muito tempo calada, e nós assim deixamos ela até ter discernimento ou mais tranquilidade pra falar, e enquanto isso, passamos tempo na casa da Max.

Eu pegava um copo da água porque minha boca estava seca ao extremo, e depois de beber, pela janela, eu consigo notar que a janela da Max dava pro meu trailer, e de dentro, eu consegui notar minha madrasta andando pela casa, e meu coração se aperta completamente, e lágrimas surgem no meu rosto.

— Ei... - eu sinto uma mão no meu ombro, e posso ouvir a voz de Eddie vir de modo caloroso pra me acalmar. Eu me viro em direção a ele, me encostando na pia. Eles pega seus polegares e limpa o meu rosto das lágrimas e das nojeiras do Mundo Invertido que tinham respingado nele. Ficamos em silêncio por alguns instantes.

— Eu sei que eu fiz o certo, agora eu sei disso... - eu respiro fundo e olho pra ele. - mas porque ainda dói tanto?

— Porque não é justo, S/A. Nada disso é... - ele diz me olhando com conforto.

Eu limpo minhas lágrimas rapidamente.

— Isso é estupidez, eu tô aqui chorando porque briguei com a minha madrasta, enquanto tem alguém que quase morreu na sala. - digo baixo.

— S/A...

Eu vou dar uma volta. - digo isso e saio pela porta lateral, escutando no caminho perguntarem aonde eu ia, e Eddie respondendo que eu apenas precisava de um tempo.

Eu vou ofegante para o lado de fora, e choro tudo que eu tinha e o quê não tinha pra chorar. O tempo ainda estava escuro, nublado pela madrugada.

Não queria que as coisas fossem assim, elas não tinham que ser. Eu estava machucando a Dory do mesmo jeito que meu pai a machucou, logo quando eu jurei que ninguém mais a trataria assim, eu sou a fonte dos problemas. Eu só queria que ela entendesse, talvez se eu arranjasse um jeito de me explicar...

sᴘᴀᴄᴇ ᴏᴅᴅɪᴛʏ - ᴇᴅᴅɪᴇ ᴍᴜɴsᴏɴ [FEM!READER]Onde histórias criam vida. Descubra agora