ᴏɪᴛᴏ - ᴍᴜɴᴅᴏ ɪɴᴠᴇʀᴛɪᴅᴏ

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Eu dirigi o mais rápido que pude até o parque de trailers, eufórica mas determinada. Agora, eu sabia que Eddie era inocente. O que me matava por dentro era saber o motivo, e era um motivo tão insano, que eu nunca poderia falar, caso contrário, eu seria denominada louca junto com ele.

Mas agora, minha preocupação mais recente não era tanto um monstro de outra dimensão, e sim minha madrasta, que ao me ver estacionar, veio enfurecida na direção.

— MAS QUE MERDA DEU NA SUA CABEÇA PRA ROUBAR MEU CARRO E SUMIR DESSE JEITO? - ela gritava, e meus nervos me diziam pra responder mais alto, mas esse não era meu foco.

O walkie talkie da Dory estava em alguma caixa do quarto, e eu precisava dele se quisesse ver Eddie em algum momento.

— Eu sei disso, e eu sinto muito, mas não quero falar agora. - passo por ela e vou trailer a dentro.

— Ah, pois agora é o momento de falar, mocinha, porque eu tenho sido muito legal! - ela segura em meu braço.

Dory, me solta. - eu olho pra ela, diretamente.

— O que tá acontecendo com você, S/N? Essa não é você.

Eu largo meu braço quando ela baixa a guarda, e continuo indo a dentro do trailer. Chegando no quarto e ainda sendo seguida por ela, eu vasculho por três caixas pelo walkie talkie, e na terceira tentativa, eu achei. Eram dois, ela havia me comprado escondido quando eu tinha dez anos, que era o jeito de nos comunicarmos sem que meu pai soubesse. Vê-los agora, trouxe uma onda de tristeza, por pensar nas coisas estando do jeito que estão.
Eu respirei fundo, e peguei uma mochila maior do meu quarto, e os coloquei dentro, junto a outros itens que poderiam vir a ser úteis. Se eu fosse ir atrás do Eddie, eu iria correr o risco de ser reconhecida, então eu precisava tomar precauções, mesmo que viessem ser a toa. Meu toca-fitas e uma coleção das minhas músicas mais ouvidas, lanternas e pilhas, caderno e canetas, kit de primeiros socorros, e um envelope onde eu economizava um certo dinheiro dos empregos em Tennessee.

S/N, o que é essa coisa toda...? - ela olhava estática para o que eu fazia. Mesmo com raiva dela, me doía o coração agir dessa forma. Mas ela não iria entender, não queria entender.

— Nós claramente... não estamos no nosso melhor momento. Então, o melhor a se fazer é se distanciar. - digo em uma tacada só, sem olhar. Ando até a cozinha, pegando uma garrafa de água, para completar.

Distanciar? - ela retruca, incrédula. - tem um serial killer a solta, e você... - ela para de falar, e quando a olha, ela ficara pálida de medo. - S/N, você... você por acaso sabe de alguma coisa?

Ela pode ficar ainda mais em choque ao ver que da minha boca, não saiu nenhuma palavra por um fração de tempo. Eu engoli seco e disse:

— Como eu disse, não estamos no nosso melhor momento. - eu olhava pra ela seriamente, até minha atenção ser tomada por barulhos de muvuca em frente a casa dos Munson.

Wayne parecia não estar em casa, mas um grupo com câmera, provavelmente mais repórteres, queriam mais o que falar, e isso era o cúmulo do desrespeito pra mim.

— EI! EI! O que vocês pensam que estão fazendo? - saio gritando. - isso é propriedade privada, e o dono não está, vocês podem ser presos por isso! - eu dizia com raiva no olhar.

— É vizinha do Sr. Munson, mora nesse parque? - eles perguntaram ao ver minha euforia.

Não, eu invado trailers como hobby. - digo ironicamente furiosa, mas eles entenderam o contrário obviamente, e vieram com seus microfones em minha direção.

sᴘᴀᴄᴇ ᴏᴅᴅɪᴛʏ - ᴇᴅᴅɪᴇ ᴍᴜɴsᴏɴ [FEM!READER]Onde histórias criam vida. Descubra agora