sᴘᴀᴄᴇ ᴏᴅᴅɪᴛʏ - ᴇᴅᴅɪᴇ ᴍᴜɴsᴏɴ [FEM!READER]

sᴇᴛᴇ - ᴇᴅᴅɪᴇ ɴᴀ̃ᴏ ᴇ́ ᴄᴜʟᴘᴀᴅᴏ

Eu conseguia sentir meu coração sair pela boca, e eu fiquei enjoada.

Porque tudo mudou.

Quando eu vi o corpo da Chrissy, morto no chão.

- EI! EI! - eu saio do transe que estava de encarar aquela cena, quando escuto gritos. - vocês duas, não podem estar tão perto da cena do crime! Afastem-se!

Eu estava tão desnorteada, que só percebi que ele dissera nós duas, ao me virar, e quase trombar com uma garota de cabelos ruivos, que também olhava de perto como eu. Eu saí dali completamente perdida, tão perdida que ao invés de entrar no meu trailer, fui pra parte de trás dele.

Minha respiração ficava cada vez mais ofegante, travando em seu caminho cotidiano de passagem, como se meu peito fosse explodir, minha visão ficou turva, tive uma intensa tontura.
Um turbilhão de pensamentos se passavam pela minha cabeça, e lembranças de ontem a noite, vinham junto.

Chrissy morta, e onde estava o Eddie?

A imagem do corpo da Chrissy estava tão marcada na minha cabeça, e quanto mais eu pensava, mais enjôo me dava, e quando menos percebi, toda comida que havia ingerido nas horas anteriores, voltou e estavam no gramado agora.

- S/A, ai meu Deus... - escutei a voz de choque da minha madrasta atrás de mim. Ela segura pelos meus ombros, e me guiou a caminho de dentro do nosso trailer, impedindo que eu olhasse mais pro ocorrido.

Ao entrarmos, ela me senta e com uma toalha, limpa minha boca. Depois de longos minutos parada, e olhando pro nada, ela me oferece um copo da água, que eu rejeito sem palavras.

- S/A, você se desidratou muito ali. - ela insiste, mas eu continuava irredutível.

- Eu preciso ir trabalhar, na locadora. Que horas são? - olho pro relógio, era 6:30, e eu logo entraria.

- S/N, você não tem condições de ir assim, liga pra eles e diz...

- Não funciona assim tão fácil, Dory, se eu perco uma oportunidade, perco todas. E não foi você que disse que concordava? - eu dizia com meu foco total nisso, mas a realidade era que eu queria fugir dos meus próprios pensamentos.

- Eu sei disso, mas agora você...

- Não tem desculpa, eu tô indo. Preciso...eu preciso de dinheiro pras..coisas de adolescentes. - digo sem nem olhar para ela em nenhum momento, depois de colocar o uniforme todo desconjuntado e amassado, porque nem tive dissernimento o suficiente para fazer tais coisas, apenas sai atrás das minhas coisas pelo trailer para poder pra sair.

- S/N, para de agir assim, como se nada tivesse acontecido. - Dory para na minha frente. - tá me assustando.

- Eu não...posso ficar aqui.

- A gente precisa conversar.

- Não tem o que conversar, Dory. Eu não quero conversar pra ouvir você dizer o que eu já sei que você quer dizer. - nossos olhos se encontraram quando eu disse isso, e ela esboçou um rosto de confusão, como se não acreditasse na hipótese de eu pensar o contrário dela. Eu não devia ter deixado isso sair, porque naquele momento deu pra ver que ela queria apenas me consolar, independente de julgamentos, mas agora não mais.

- S/N, estava no trailer dele. E ele não tá lá... - ela diz com uma tonalidade de obviedade.

- Eu não quero ouvir. - digo em negação, pego minha bolsa, e vou saindo.

- S/N S/S, você não vai sair dessa casa! - ela se exalta, mas eu já estava fora dali.

Eu não queria saber de ouvir mais nenhuma palavra, e eu simplesmente ignorei elas, e sai do mesmo jeito. Honestamente, eu não tinha certeza de nada, mas a última opção, a mais inadmissível, é que ele tinha feito algo. Não fazia o menor sentido pra mim. Continuei andando, e escutando vagamente os gritos de Dory, que foram sumindo, até que se dissipou.