Tankhun - Pequenas Histórias #KhunTemBig

1 - O magnata e o pecado

                                No escritório, último dia de trabalho, Tankhun afunda na cadeira de seu antigo lugar e pensa na escolha que fez. Deixar para trás o nome da Família e os negócios que tomaram parte de seus anos para que os irmãos mais novos cuidassem de suas vidas e carreiras. Kinn se estabeleceu como cantor, como queria e Kim encontrou um caminho menos árduo quando seguiu o irmão do meio.

                                Agora ambos era parte do seleto grupo das 10 melhores vozes solos da Tailândia.

                               Com Porsche tomando o seu lugar na empresa, Khun pode agora descobrir qual é o seu sonho.

                               A tristeza que o assola não tem nada a ver com o fato do cunhado substituí-lo. Até porque foi um ato muito bem pensado por ambos. Type e Moon já estão em idade escolar e Porsche pode agora passar mais horas longe do ninho.

                             Seu momento triste é que deixa para trás também momentos felizes de conquistas e celebrações. Todos os troféus que leva consigo e os que deixam são em grande parte seus por tudo o que abandonou para não deixar o nome da Família desaparecer. A morte prematura do pai e do tio Kan em um acidente aéreo deixou para ele e Vegas a obrigação de não destruir Kinn, Kim, Pete, Macau e Buddy, meio-irmão dos primos.

                            Nunca pensou que se decidir por um período sabático lhe faria pensar em tudo o que viveu ali.

                          Vegas e ele começaram trabalhar ali para entender como tudo funcionava. Começaram como estagiários e chegaram às subgerências pelo mesmo caminho que os outros e com isso conheceram todos os processos e ganharam o direito ao respeito que hoje usufruem.

                         Sair assim, deixando para trás tudo isso era doloroso.

                         Não que estivesse se aposentando... Vai voltar. Mas com menos responsabilidade. Pete também está se preparando para aliviar a carga de Vegas e no retorno eles serão um quarteto ocupando a cadeira presidencial. Foram dois como os pais foram e a inovação que propõem é bem-vinda pelo setor empresarial.

                        Porsche encontrou Khun assim. Cabeça entre as mãos e rosto banhado em lágrimas.

                        As três taças de champanhe que o cunhado trouxe encontraram pouco espaço e Vegas, que entrou depois, vem com o balde de gelo e a bebida para comemorar. Só os três, como combinado.

                        O bota-fora coletivo tinha sido dias antes.

                         Khun aceita o carinho e a bebida. Toma devagar ouvindo Vegas recontar a trajetória deles. A dor do primo é a mesma dele. Eles sempre conversam pelo olhar e o fazem agora.

                       — Você vai ser feliz. E quando estiver pronto, vai voltar.

                       Brindam e continuam. Porsche admira essa amizade. É como rever o sogro e o tio. Era assim que os dois grandes empresários costumavam destruir seus inimigos nos negócios, com a cumplicidade de uma vida. E imaginar que os dois tiveram que limpar o nome da empresa que antes era mais uma organização mafiosa no sentido semântico real. Khorn e Kan saíram da vida para a história empresarial como dois homens honestos e íntegros que nasceram em um covil de lobos da pior esfera, mas que nunca se contaminaram, antes, destruíram o mal de dentro para fora.

                       Os três empresários terminaram suas taças, abraçaram-se e saíram para que os pertences pessoais de Tankhun fossem levados para o furgão.