024 - Rotina

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17 de agosto de 2003

Mikey estava bem abatido, três dias se passaram depois do incidente. À tarde, stávamos na sala assistindo um filme até que a campainha tocou. Levantei-me para atender e fiquei surpresa com a visita.

Baji – Aoi... – ele me encarou tão surpreso quanto eu – O Mikey está ai?

Aoi – Sim. – dei espaço para ele entrar – Estávamos pensando em ir atrás de vocês daqui alguns dias...

Baji – Preciso conversar com vocês dois mesmo.

Ele entrou e fomos pra sala, Mikey ficou um pouco surpreso quando o viu. Baji pediu para conversar conosco em particular e fomos ao quarto do loiro.

Baji – Aoi, Mikey... Eu sinto muito, de verdade... – ele começou a contar a história com lágrimas nos olhos – Kazutora e eu decidimos roubar uma moto para dar de presente de aniversário para você. Mas não sabíamos que era a loja do Shinichiro-kun, ele apareceu lá e reconheceu o meu rosto. Kazutora tinha saído, mas der repente eu o vi correndo na nossa direção armado. Tentei impedir, mas ele acertou o Shinichiro-kun na cabeça e vocês viram o resto... – ele chorava muito e estava com a voz trêmula – Kazutora assumiu a culpa sozinho, por isso não cheguei a ser preso realmente... – ele se colocou de joelhos diante de nós – Juro que não sabíamos Mikey... Espero que um dia vocês possam nos perdoar...

Mikey – Eu te perdoo Baji. – ele estava com o olhar baixo e pensativo. O moreno nos encarou com os olhos arregalados – Você não sabia então eu entendo...

Baji – Mikey... Obrigado... – as lágrimas desceram novamente, depois ele me encarou.

Aoi – O que foi? Se o Mikey te perdoa, por que eu não te perdoaria? – sorri e ele nos abraçou.

Baji – Nós agradecemos por isso! – ele diz nos soltando.

Mikey – Mas não sei se conseguirei perdoar o Kazutora...

Uma atmosfera tensa surgiu com aquela fala do loiro. Limpei a garganta para tentar contornar a situação.

Aoi – Vamos dar tempo ao tempo. – o moreno acena com a cabeça – Baji, posso avisar ao pessoal sobre sua presença? Eles também querem entender a situação.

Baji – Claro. – ele diz um pouco nervoso.

Liguei para Mitsuya que se encarregou de repassar o recado para o restante. Eles chegaram um tempo depois e o Baji se explicou. Todos entenderam e respeitaram a decisão do Mikey. Conversamos até o por do sol, quando decidiram voltar para suas casas. Puxei o Baji para um canto afastado do quinal antes dele ir embora junto dos outros.

Aoi – Baji... Como ele está? – Baji abaixou a cabeça.

Baji – Ele está mal Aoi... Depois que falei que o dono da loja era o irmão do Mikey, ele surtou. O Kazutora é uma boa pessoa e para acreditar nisso ele está com a ideia de que a culpa é do Mikey... Quer matá-lo. – arregalei os olhos com essa última frase – Mas vou impedir dos dois brigarem custe o que custar Aoi. – ele levantou a cabeça, eu ainda estava em choque – Não se preocupe, não vou deixar nenhum deles morrer. – ele acariciou minha cabeça, eu corei e concordei com a cabeça.

Logo saiu dali seguindo o caminho de sua casa. Fiquei um tempo paralisada pelo carinho com o coração acelerado. Voltei para dentro da casa, indo lavar a louça que deixamos. Enquanto secava as coisas, fiquei pensando no que o Baji nos contou.

Mikey – Aoizinha? – sai do transe e o encarei – Tudo bem?

Aoi – Ah... Sim... Desculpa, só estava pensando... – ele chegou perto e encarou no fundo dos meus olhos.

A Rainha BrancaOnde histórias criam vida. Descubra agora