BEIJO DOLOROSO ☆ Minsung

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Minho não foi atrás de Christopher.

Não moveu um pé para ir atrás de Christopher.

Até havia cogitado em ir. Realmente pensou em ir atrás daquele desgraçado e exigir por uma explicação mais coerente do que as meras metáforas que havia recitado.

Mas não podia.

Pelo menos não naquele momento.

O misto de raiva e confusão que se formava em si não o deixaria formular soluções de forma racional e ele sabia muito bem disso. Se deixar levar por essas emoções seria como implorar para que sua cabeça explodisse. Não precisava disso hoje.

Então decidiu esperar. Apenas esperar.

Talvez assim se acalmasse melhor; quieto e sozinho em seu dormitório.

Sem Jisung...

ㅡ Lee Minho? Está aí dentro? Precisamos conversar com você.

Ou talvez nem tão sozinho assim.

Talvez tivesse que encarar que as coisas ainda andavam.

Talvez fosse parar sentado de frente com uma mulher de sessenta e poucos anos em uma sala gelada contra sua vontade.

ㅡ Fique a vontade.

Senhora Kim mexia em seus papéis enquanto parecia pensar sobre como começar o tópico com Minho. No entanto, sua postura e seu olhar não pareciam ter nem um resquício de empatia ou compreensão. Era como se ela estivesse apática sobre o assunto.

Minho nunca desgostou daquela mulher, mas também não estava nada a fim de conversar com ela.

ㅡ Foi você uma das vítimas do suposto ataque que aconteceu algumas horas atrás, certo?

Ele assentiu, evitando encarar a reitora diretamente nos olhos.

ㅡ Sim.

ㅡ Kim Yooshin, Kang Nomin e Nam Jihoo?

ㅡ Sim.

ㅡ Soube que não foi só você o atacado. Pode me contar um pouco do que aconteceu?

Caramba, havia um monte de gente lá observando, por que ela queria saber mais? O que ela achava que justificava Christopher desmaiado e ele ser ameaçado com um canivete?

Ele não estava confortável em contar, mesmo que isso pudesse ajudar com que nunca mais visse aquele grupo de otários outra vez. Se fosse apenas sobre ele mesmo estaria tudo bem, mas não era, aquilo envolvia Han Jisung também. Falar o que aconteceu seria como reviver o momento em que havia visto seu melhor amigo ser literalmente assediado bem diante de seus olhos. Não fazia ideia se poderia se controlar ao lembrar daquela cena horrenda.

Além do mais, ela o levaria a sério se ele dissesse que foram agredidos por serem gays? 

Ele e Jisung eram constantemente zombados por simplesmente amarem homens por qualquer pessoa que descobrisse. Como poderia confiar que aquela velha não faria o mesmo? Ela poderia muito bem dizer: "Oh, vocês são gays? Que absurdo! Por que Yooshin não matou vocês logo?"

Se bem que todos que viram o que aconteceu provavelmente já sabiam o motivo da briga. Foi por isso mesmo que ele e Felix decidiram chamar aquela gente. Portanto, se ele não contasse, algum outro alguém contaria. Ou talvez já tenha contado.

ㅡ Não te disseram nada do que aconteceu?

ㅡ Sim, mas eu quero saber da sua versão dos fatos.

ㅡ Minha versão... ㅡ Minho solta uma risada fraca. ㅡ Eu ter sido ameaçado com um canivete com um cara desmaiado ao meu lado não é o suficiente para tomar as devidas medidas?