→13←

39 4 16
                                    

Onze e trinta e cinco da noite.

É esse o horário que está marcado no relógio digital daquele quarto.

No entanto, Minho não pode se importar menos com o horário desse dia. Sinceramente, se pudesse desligar aquele maldito aparelho que fica piscando e emitindo ruídos a cada segundo, desligaria. Quer ficar no escuro, sem nada e nem ninguém. Apenas ele e seus pensamentos nada positivos.

A única coisa que o mantém são é o fato daquele quarto não ser dele.

ㅡ Que droga, Han Jisung... ㅡ Minho murmura e passa as mãos pelo rosto.

Sabe que Jisung está certo sobre a sociedade preconceituosa em que vivem. De certa forma, também sabe que ele está certo sobre Christopher.

Mas, caramba, Minho não liga para nenhuma dessas coisas. Pelo menos, não liga mais. Só quer Jisung consigo. Só quer beijá-lo de novo. Ser egoísta ao menos uma vez é tão ruim assim?

Tudo o que fez foi por ele. Tudo começou e terminou por causa dele. Porque Minho o ama. Nunca amou tanto alguém quanto ama Han Jisung.

E agora, não faz a menor ideia de onde ele esteja. Ele pode estar em qualquer lugar, bebendo ou chutando latas de lixo de becos. Tem medo de tentar procurá-lo por aí e ele voltar, então quer o esperar, como sempre fez. Vai esperar por ele.

Quando o relógio dá onze e quarenta, Minho acaba levando seus dedos aos seus lábios, lembrando-se do beijo que tiveram. Amou e odiou aquele beijo. E se Jisung retribuiu o beijo, quer dizer que foi recíproco. Jisung gosta dele também.

Mas também retribuiu o beijo de Christopher. Isso quer dizer algo ruim? E se aquele tivesse sido o jeito de Jisung rejeitá-lo?

Quer parar de pensar.

Minho sai da cama onde estava deitado e decide buscar algumas bebidas que estão guardadas em seu próprio dormitório. Há refrigerantes e sucos que deixou em estoque lá que não consegue viver sem.

Entretanto, assim que chega no dormitório, é impossível não sentir um vazio em seu peito ao ver tudo tão... arrumado. Arrumado e vazio.

Han Jisung nunca conseguia deixar o dormitório tão arrumado. Já era normal Minho acabar deitando em camisetas deixadas em sua cama por causa dos momentos em que seu colega de quarto ficava subitamente indeciso sobre o que vestiria naquele dia. Se não fosse isso, seriam os pacotes de salgadinhos largados pelo chão até as mesas ao lado das camas com farelos do que havia sobrado.

Agora, o chão está limpo e há apenas um cobertor e um travesseiro em cima de sua cama. Nenhum sinal de Jisung.

Minho se pergunta se Jisung está bem. Será que acabou dormindo em algum hotel? Será que vai voltar apenas quatro da manhã? Será que encontrou Christopher?

Por mais que soubesse onde estavam suas bebidas já, Minho fica um tempo parado em frente a sua própria cama, pensativo. Sua vida havia mudado tanto em apenas alguns dias que jurava que enlouqueceria a qualquer momento.

Ao mesmo tempo que quer que as coisas voltem ao normal, não quer pensar em continuar sendo apenas o melhor amigo de Jisung, embora isso seja melhor do que perdê-lo para sempre.

Já é meia noite e vinte. Minho ainda está no dormitório dele, mas não está dormindo. Tem que voltar para o outro dormitório porque deixou as coisas bagunçadas e não se lembra se trancou a porta. Provavelmente vai ficar por lá também, mas isso ele decide mais tarde.

Com uma lata de refrigerante e duas pequenas garrafas de suco em mãos, Minho volta ao dormitório que estava antes, determinado a se entupir de suas bebidas favoritas e ficar mais meia hora olhando para o teto sem fazer absolutamente nada enquanto vários pensamos intrusivo invadem sua mente.

BEIJO DOLOROSO ☆ MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora