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Se Jisung tivesse algum poder, com certeza escolheria o de ficar invisível - sem aquela palhaçada das roupas ficarem aparecendo - para poder fugir de suas situações contrangedoras sem que ninguém pudesse correr atrás de si ou ver seu rosto todo contorcido de vergonha.

Ou também poderia ser o de prever o futuro, porque aí nem teria ido arranjar discussão com Chan depois de o ter salvado e só o largaria no meio do nada até que algum professor tivesse a decência de cuidar dele. Mas não. Óbvio que ele, como conhecido um dos personagens principais, tinha que se meter em uma confusão tão grande que o faria ter uma crise existencial na escadaria do prédio da universidade.

Ele beijou Christopher Bang.

De novo!

Na primeira vez nem era grande coisa porque estava tudo planejado em sua cabeça engenhosa de como seria os prós, contras e possibilidades. Tinha seu plano concluído e bem feito, então tudo beleza.

Mas como diabos iria adivinhar que Chan tinha gostado tanto do beijo que foi lá e buscou outro?!

Digo, ele não havia dito isso com todas as letras, mas colar sua boca na de Jisung assim de súbito já poderia explicar muitas coisas. Ou não, porque Jisung não entendeu porcaria nenhuma do que aconteceu ali.

Mas, oh caros amigos, isso não é tudo.

O pior de tudo é que: Han Jisung, proclamado inimigo número um de Christopher Bang e determinado a acabar com toda sua falsa reputação de herói contra os gays do mundo, havia retribuído o beijo deste.

Não foi um simples selinho entediante de série fofinha; foi um baita de um beijo.

Foi quando fechou os olhos e deixou tudo acontecer que o caos dentro de Jisung começou. Chan desceu sua mão esquerda e apertou sua cintura, abriu a boca aos poucos até que Jisung a abrisse também e empurrou sua língua para dentro, esquentou qualquer possível canto frio que existia no corpo de Han enquanto o deixava mais preso contra a parede. Eles pareciam tentar aliviar a dor um do outro pelos socos na boca de tanto que viraram os rostos durante o beijo.

Ele era estúpido ou o que? Estava carente porque não pegava ninguém de verdade desde o Hwang Hyunjin do ensino médio?

Quando Chan se afastou irado de si, foi como se a realidade finalmente houvesse brilhado na frente de seus olhos e ambos saíram correndo como dois gatos na chuva, pela primeira vez não xingando a raça do inimigo durante o processo. Quase desviou seu caminho para o banheiro para vomitar lá. Dane-se que estava perdendo uma aula.

Jisung bateu as mãos na cabeça, se punindo por ter feito uma burrada tão grande em seu próprio esquema.

E as horas se passaram desse jeito; com Jisung indo para suas outras aulas cheio de frustrações na cabeça e expulsando qualquer tipo de conhecimento que conseguiria vindo do professor cansado. Se conseguir se formar no final, é porque ele é muito sortudo. Seo Changbin vez ou outra cutucava seu ombro para ele acordar para a vida e perceber que as letras em seu caderno estavam ficando todas inclinadas para cima. Teria que contratar um detetive para entender o que ele mesmo escreveu. Pelo menos recebeu uns tapinhas nas costas de consolo e uma balinha de menta para motivos no qual ele não tinha idéia.

ㅡ Eu não vou poder te passar minhas anotações todo dia, seu bobão ㅡ Changbin comentou com um sorriso, fechando seus livros para ir embora.

Sua cabeça estava tão alheia que nem percebeu que literalmente todas as aulas do dia já haviam acabado e ele ainda estava ali vesgo para a lousa. Ao menos Changbin estava ali para lhe dar um peteleco na cabeça e o fazer voltar à o que é real.

BEIJO DOLOROSO ☆ MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora