BEIJO DOLOROSO ☆ Minsung

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Han Jisung é um bobo.

Já havia escutado isso algumas vezes, como quando ele e Hwang Hyunjin estavam decidindo se seriam algo oficial ou apenas um caso, e quando Seo Changbin descobria que ele havia esquecido de pegar dinheiro para comprar sua comida. Changbin nunca deixava ele passar para as próximas aulas sem comer.

No entanto, a diferença desses casos para agora é que Jisung se sente muito mais do que um bobo;

Ele se sente um completo idiota e covarde.

Um completo idiota e covarde de coração partido.

Depois que saiu do dormitório sem dizer mais nenhuma palavra a Minho, o que lhe restou foi andar por aí como se isso fosse resolver algo. Provavelmente terá que invadir o dormitório no meio da madrugada, pegar suas coisas e procurar um outro lugar para se acomodar, já que tem certeza de que seu melhor amigo - se é que ainda pode chamá-lo assim - não quer nem sentir o cheiro de sua presença por perto.

Porém, fará isso depois.

Por agora, só quer vagar pelos cantos do campus.

Na verdade, agora que parou para analisar sua situação, não está mais dentro da universidade. Se olhar para os lados, consegue ver o beco onde brigou com Chan pela última vez, perto da lanchonete daquele tal lanche de porco.

O lanche que era para ele e Minho, o qual nem sabia que podia se transformar em uma lembrança comovente.

Ele para em frente a uma faixa de pedestres, encarando a luz vermelha do outro lado da rua. Não há quase ninguém por ali - ninguém são iria em uma rua como aquela a noite - além de um casal hétero aos beijos em frente a uma lojinha e lentamente indo embora, provavelmente para poderem ter mais privacidade no que quer que seja que eles queiram fazer. Jisung não quer ficar muito tempo vendo o que eles vão fazer porque os inveja.

Como aquelas pessoas não podiam ver a sorte que tinham de poderem se amar livremente? Ele daria até seus últimos ossos para poder estar com a pessoa que ama sem o preconceito da sociedade.

No mundo atual que vive, tem que sacrificar muitas coisas por outras, mesmo que doa como inferno.

Então ele voltou a pensar. Pensar se Changbin e Seungmin poderão assumir suas sexualidades algum dia, em onde Christopher pode ter ido e sobre quantas pessoas ainda se escondem em Seul para se encaixarem nos padrões impostos. Pensar no que fará da sua vida depois que tudo isso acabar.

Pensar nele e em Minho.

O beijo.

O melhor e o pior beijo de sua vida.

Sem que permitisse, sua mão automaticamente começa a ir em direção a sua própria boca, seus dedos delicadamente tocando seus lábios. Está formigando. Parece sentir saudades do que tinha ali antes.

É incrível que, mesmo com tanta porcaria acontecendo na vida de Jisung, a que continua em número um em sua mente é Lee Minho e tudo que o envolve.

Talvez esteja louco por pensar de forma tão besta, porém já faz um tempo que nada em sua vida faz mais sentido.

Gostar de Minho também não faz sentido, mas o deixar para que ele estivesse livre do caminhão de problemas que Jisung é aparentemente faz.

Ele solta uma risada sem humor, irritado com sua vida. Quer continuar a andar.

Sem tirar os dedos de seus lábios ressecados e rachados, Jisung começa a atravessar a rua descontraidamente, ignorando todo o resto do mundo odioso em que vive.

Portanto, está ignorando até o carro que claramente está vindo em sua direção a toda velocidade.

ㅡ Jisung!!