A pacata cidade de Hawkins se vê movimentada com a chegada de uma banda adolescente. Seu álbum de estreia reúne um grupo de amantes da música e uma jornalista curiosa disposta a documentar a pequena turnê por algumas cidades dos Estados Unidos
Eram duas da tarde quando estávamos a caminho da lanchonete, no carro do Steve, em completo silêncio e com o mais terrível sentimento constrangedor. O tempo no relógio parecia não passar e o mais tardar que consegui quando cheguei lá foi apenas cinco minutos de 'atraso'.
Steve disse que iria me esperar no carro caso qualquer coisa acontecesse e que tentaria ao máximo não fazer leitura labial na galera da banda quando visse eles conversando comigo, eu rio e logo em sequência fui em direção a porta. No EXATO instante que abro a porta do restaurante tudo parece ficar em câmera lenta e é como se na minha cabeça começasse a tocar Put Your Head On My shoulder, o rosto da única garota junto aos meninos se vira e topa direto com o meu, assim um sorriso emana de seus lábios e sinto meu rosto todo corar só de imaginar que alguém — ELA — estava feliz assim em me ver — claramente por conta da matéria.
— Nancy Wheeler? Aqui! — A mão da garota balançava no ar e por fim quando todo aquele transe lento passou eu pude ver que a mesa toda olhava pra mim e sorria.
— Olá. Sou eu. Queriam me ver? — Retribuo o sorriso com um olhar de ternura e puxo uma cadeira para sentar próxima a eles. — Imagino que queiram falar sobre a matéria do jornal...
— Totalmente! O que você fez foi incrível! — Um garoto meio cabeludo vira pra mim e diz com animação.
— Ah, eu fiz o que qualquer um faria. Mas sem falar sobre mim, deixe-me perguntar sobre vocês, a banda, ok?
— Tudo que você quiser. — A loira me analisa com os olhos e passa a língua nos lábios antes de me responder.
Os colegas de banda soltam um risinho e se cutucam como quem sabia de algo a mais, com isso damos início a uma série de perguntas sobre formação de banda e tudo que os levou ao presente momento de fazer um show fora da cidade natal deles. Todos extremamente simpáticos e muito feliz por aquela oportunidade mas havia algo que não saía da minha cabeça e era a cena de Robin — agora sei seu nome — me secando como se eu fosse a melhor coisa do mundo e então me recordo de fazer o mesmo enquanto ela cantava no palco. Ainda bem que posso dar a desculpa de ser apenas muita concentração para uma boa descrição jornalística e afins. Nada mais que isso.
— Incrível, então é tudo feito de forma independente? Vocês são muito talentosos. Parabéns, meus amigos gostaram bastante das músicas e eu... Também gostei... — Finalizo a sentença com um sorriso e rapidamente desvio o olhar para ver como a loira reagia.
Depois e mais um pouco de conversa chegam os nossos milk shakes para arrematar a conversa e em um relance através da janela vejo que possivelmente Steve está dormindo no carro. Com isso vou pensando nas últimas coisas que gostaria de perguntar e vou intercalando com goles da bebida, vez conversa e vez delícia gelada de chocolate, a combinação ideal.
Ao finalizar tudo agradeço eles pelo tempo que tivemos e vou me direcionando até a porta quando sinto alguém me tocar no ombro e por sorte não é nenhum dos meninos.
— Ei, Nancy, o que acha de documentar a nossa turnê? Você e o meu irmão podem trabalhar juntos enquanto rodamos as cidades vizinhas.
— Uh... Uau...
Dava para notar que aquela pergunta me deixou tensa e a ideia de passar mais tempo com eles — e com ELA — foi um pouco a mais do que eu poderia aguentar, confesso, mas ainda sim uma ideia tentadora.
— É... Pensa nisso, tá bom? Toma meu telefone.
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De repente entre nós duas tinha um papelzinho quase como um de chiclete com o número de telefone dela e eu meio sem ração, em surtos por dentro, por fora um rosto corado e mãos quase trêmulas. Agradeço com a cabeça e saio indo de volta ao carro para ir pra casa.
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Agora vou deixar vocês em surto pelo fim de semana até ter capítulos novos fresquinhos ♡
