Prólogo Maria Luíza

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Oie, quanto tempo, hein? 😁 Como vocês estão? Estava com saudades de vocês. ❤ Estou de volta com mais um livro pra vocês, espero que Gabriel e Malu conquiste o seu coração como eles conquistaram o meu enquanto escrevia essa história. 

Dedico essa obra ao meu esposo que ainda estava entre nós quando iniciei a escrita deste novo trabalho, e que de onde ele estiver sei que está muito feliz, ele era o meu maior incentivador. Às minhas filhas que são a razão por nunca desistir, e à vocês, que mesmo estando tão ausente nunca me abandonaram. 🥲

Feliz Ano Novo!

Amo vocês. ❤

Oito anos antes...

Osasco, São Paulo, 16:00 horas.

Tomada pelo cansaço, eu pouso minhas mãos sobre os quadris que latejam após ter dedicado parte da minha tarde para organizar a casa, que parece possuir bem mais habitantes do que realmente possui.

Eu tenho que admitir, o senhor Sebastião vale por dez. Rio divertida.

Olho cobiçosa o móvel surrado em madeira antiga, colchão gasto coberto por um lençol azul escuro de estampas florais na cor branca, desgastadas, sua cabeceira descascada, revelando os seus longos anos de uso, estava atrativa.

Por Deus, em outras noites ela não me parecera tão convidativa.

O meu corpo está clamando por uma ducha fria e demorada, mas o soar do alarme do relógio alerta que eu não possuo muito tempo até a hora do jantar. Eu não posso me atrasar, esta noite nós temos muitos motivos para  comemorar, e pensando em todo seu esforço em se manter sóbrio, eu irei lhe preparar a sua comida preferida: panquecas com recheio de carne moída.

Quero lhe mimar, sei que não tem sido fácil, mas ele tem se esforçado tanto, que aquece o meu coração. Tem feito por merecer.

Faz exatos uma semana que papai não tem colocado os seus pés naquele maldito lugar.

Em alguns momentos,  cheguei a colocar minha fé a prova, mas Deus ouviu as minhas preces e tem lhe dado forças para cumprir a promessa que fez a mim.

O meu peito é tomado pela confiança de que sim, eu tenho fé que não haverá recaídas, não  haverá mais uma, duas, três, sabe Deus quantas doses. Não haverá mais zoação dos seus "amigos" de copo, os mesmos amigos que lhe ofereciam a bebida, eram os mesmos que zombavam do estado deplorável em que ele se encontrava, não haveria mais vergonha. E sim, nós sabiamos que nada seria fácil, e eu estaria aqui para lhe apoiar quantas vezes fosse preciso, mesmo que eu ouvisse de algumas pessoas que era perda de tempo, que logo ele estaria na porta do bar, mesmo quando minha tia se opunha e dizia que era cedo demais para comemorar, eu a compreendia, eu sei que ela só queria me proteger caso o meu pai viesse me decepcionar, afinal foram muitas as tentativas de resgatar o homem que ele fora um dia, mas elas estavam sempre lá, as recaídas, dia após dia, lembro-me de cada uma delas.

Como um filme da minha vida, imagens vão tomando forma em meus pensamentos.

Era meu aniversário de dez anos, eu não poderia estar mais feliz, usava um vestido de mangas longas, branco, com rendas vermelha na saia e o laço de fita em cetim vermelha na cabeça, que papai comprara para o momento. Naquela noite, nem mesmo o frio do inverno tirava de mim a alegria de comemorar mais um ano de vida, tudo estava perfeito, como eu sonhava, nunca vi minha casa tão movimentada quanto aquele dia.

Inevitável não sorrir com as lembranças que me invadem.

As mulheres da vizinhança vieram ajudar a minha tia, que logo lhes dera a missão de deixar tudo como eu pedira, brigadeiros e beijinhos sobre a mesa em volta do bolo, com tema de princesas. Eram muitos os balões rosa e branco que tinham duas utilidades, enfeitar e ao mesmo tempo cobrir a velha parede mofada da cozinha, refrigerantes, sucos, carne louca, coxinha, bolinho de queijo e centenas de salgados deliciosos feito por dona Ivete, a salgadeira do bairro.

Quando o amor floresce Onde histórias criam vida. Descubra agora