Capítulo continuação cinco Maria Luíza

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                           (....) 🏞️

Eu adentrei a luxuosa área da cozinha gourmet, seguida por Flávia, onde a mesa do café estava posta completamente distante da minha realidade. Sucos, pães, frios, iogurte, frutas de todos os tipos, torradas...


Tudo de primeira qualidade, está bastante convidativa.

Rapidamente percorro os olhos pelo ambiente, e não foi surpresa nenhuma pra mim encontrar tantos rostos familiares por ali.

— Bom dia. — digo timidamente.

— Bom dia! — minha amiga diz após eu.

Mesmo depois de anos de relacionamento com Nando, e tendo um bom convívio com os seus parentes, ainda assim sinto um certo desconforto diante de todos. Não é como se eu quisesse me sentir desta maneira, mas é algo que nasceu dentro de mim que não sei explicar. É como se nada do que eles demonstram fosse verdadeiro.

Sempre que nos reunimos, sinto um clima de que está faltando alguém ou alguma coisa. Ou talvez apenas seja coisa da minha cabeça, que fica procurando um motivo plausível para terminar uma relação da qual nunca deveria ter começado.

Eu me dirijo a seus respectivos lugares e os cumprimeto gentilmente a cada um.

— Bom dia, meninas, como foram de viagem? — o senhor Fernando solícito
como sempre, limpa os lábios com o guardanapo, deixa sobre a mesa e em seguida se levanta com sua elegância habitual, postura imponente que deixa marcas por onde passa, seguido por sua esposa, que nos recebe com o mesmo sorriso largo e afetuoso.

Dona Silvana, minha futura sogra, além de possuir muitos atributos de beleza, é uma mulher inteligente, elegante, fina, e possui um bom coração.

Eles se aproximam e nos cumprimentam carinhosamente com um beijo no rosto. 

— Bem. Obrigada.

— Vocês devem estar famintas. — Dona Silvana me abraça afetuosa.

— Ocorreu tudo bem? — Daniel, que não vi de onde saiu, se aproxima, me cumprimenta com um forte abraço e em seguida de dar um selinho rápido em Flávia, que não retribui.

— Graças à Deus — Flávia em seu modo ciumenta diz séria.

— Você deve está exausta, amor, foram doze horas de plantão e veio dirigindo até aqui. — sua voz soa visivelmente preocupada.

— Realmente, estou exausta, mas nada com o que eu já não esteja acostumada.

— Você está chateada com algo?

— Eu? Chateada? —  ela ri irônica.

Me afasto porque conheço a amiga que tenho. Está chateada com Daniel, e diferente de mim, Flavia não mede as palavras quando algo lhe incomoda.

Eu sei o quanto ela presa por ser cuidadosa com quem ama, mas muitas das vezes nem todos retribuem a sua maneira, e tudo bem. Cada um no seu tempo.

Mas com relação à Daniel, ele tem deixado a desejar muito neste quesito.

Eu me dirijo até a dona Helena, vó materna de Fernando, uma senhora adorável. Está sempre muito elegante. As unhas cumpridas sempre bem cuidadas e pintadas de vermelho, muito bem maquiada, seus cabelos curtos, escuros e sedosos, não revelam os fios brancos.

— Oi, vó. — ela se levanta sobre seus saltos baixos, e me cumprimenta com um beijo carinhoso no rosto.

— Como você está, minha querida? A cada dia mais linda. — acaricia a maçã do rosto. — Meu neto é um rapaz de sorte. — diz pesarosa.

Quando o amor floresce Onde histórias criam vida. Descubra agora