Eddie põe as mãos em minhas coxas, me erguendo sob a bancada, derrubando algumas coisas que haviam ali. Nós continuamos nos beijando com muito desejo, um ansiando pelo corpo do outro. Eu enterrei minhas mãos em seus cabelos, enquanto o garoto passeava com seus dedos por minha pele. Ele tocou na barra da minha camiseta, a levantou e eu o ajudei a tirar, ficando apenas de sutiã. Nesse momento, o telefone de casa tocou, eu revirei meus olhos e fui atender.
- Alô? - quem quer que seja, eu estava com uma vontade enorme de matar a pessoa que interrompeu aquele momento.
- É a Nancy, vamos nos encontrar naquele campo perto da floresta. - eu precisava contar tudo isso a ela.
- Ok, eu e o Eddie estamos indo. - ela já iria desligar, mas eu não deixei. - Espera Nancy. Tenho um alerta vermelho e preciso te contar tudo depois.
- Meu Deus com o Eddie?! - ela falou quase gritando. - Até que enfim. Achei que não fossem realizar seus desejos nunca.
- Quase. Mas na próxima quem sabe... - dou um sorriso e me despeço, desligando o telefone.
Eu subi até meu quarto, coloquei a camisa do Hellfire que Eddie havia me dado, uma calça jeans preta e um all star da mesma cor. Fiz um rabo de cavalo frouxo e voltei para a sala, onde o garoto estava me esperando.
- Uau. Você ficou linda com essa blusa. - ele sorriu de canto e me puxou pra perto. - Com toda certeza deve ficar melhor sem. - Eddie sussurra em meu ouvido e sorri sapeca.
- Garoto! - digo dando um tapinha nele e dando risada. - Vamos logo que temos um bicho pra matar.
- Caramba Wheeler não achei que fosse tão boa no tiro. - Jonathan estava comentando sobre a garota ter acertado em cheio a latinha de primeira quando chegamos.
- Nancy Wheeler atirando? Essa é nova pra mim. - Eddie diz sorrindo enquanto nos aproximamos da dupla.
- Ficaria surpreso comigo? - pergunto em um sussurro no ouvido dele, retiro minhas duas pistolas da cintura e acerto as outras duas latinhas ao mesmo tempo.
- Você me surpreende o tempo todo. - o garoto sorri de canto, me da um selinho e eu lanço uma piscadinha pra ele.
- Prontos pra isso casal? - Jonathan diz pigarreando com a garganta e caminhando floresta adentro.
Nós o seguimos e Nancy vai junto com ele, mais à frente. Os dois estavam conversando e eu sorria pensando em como poderia sair um casal dali, nada daquele chato do Steve.
- Olha lá eles tendo a primeira dr. - Eddie estava com os dedos das mãos entrelaçados nos meus e falou baixinho enquanto ria.
- E então você vai se casar com um atleta chato que agora trabalha em vendas, e vão viver uma vidinha chata no final da rua. Exatamente como seus pais, que você achava ser tão deprimente. - Jonathan falou um monte de coisas e depois saiu andando.
- Credo, ele simplesmente explodiu. - chego perto dela e vamos andando juntas. Eddie vai atrás de Jonathan e eu acho até legal ter um tempo só com minha melhor amiga.
- Daqui a pouco passa. - ela revira os olhos. - Mas mudando de assunto, você e o Munson estão namorando agora?
- Oi? Não, demos alguns beijos só. E talvez eu tenha dito que o amo. - acho engraçado por ela pensar que já estou namorando com ele.
- Meu Deus sério? E o que ele respondeu? - ela pergunta com o tom de voz relativamente elevado pela empolgação.
- Xiiiu. - faço para que ela fale mais baixo. - Ele disse que me ama também. - a frase sai quase como em um cochicho.
- Quem diria que o garoto do rock e sem coração poderia amar alguém. - ela fala sorrindo.
- Ei! Ele consegue ser mais sentimental que nós duas juntas! - dou risada e Nancy também.
Nós andamos até escurecer e parecia não haver nada. Eu já estava cansada e os outros pareciam estar também. Nancy foi desacelerando o passo e parou olhando ao redor.
- Você está cansada? - Jonathan perguntou parando e a olhando.
- Cale a boca. - ela disse.
- O quê? - o garoto parecia indignado com o jeito que ela havia falado com ele.
- Acho que ouvi alguma coisa. - ela fala andando na direção do som.
Nós vamos atrás e eu começo a escutar também. Parecia ser o choro de um animal e minhas suspeitas se confirmam quando avistamos um veado completamente machucado e ensanguentado.
- Tadinho, acho que foi atropelado por um carro. - Eddie se abaixa o observando de perto. - Não podemos deixar ele assim né?
Nancy então olha para a pistola em sua mão e respira fundo, fechando os olhos para atirar, mas ela simplesmente não consegue.
- Eu faço. - Jonathan pega a pistola, engatilha, respira fundo e parece tremer um pouco, mas antes que pudesse atirar, algo leva o bicho dali.
- O Demogorgon. - falo em um sussurro e coloco minhas mãos em minhas pistolas, em alerta.
- O que disse Mary? - Nancy olha para mim, ainda assustada.
- Nada. Vamos atrás para ver o que pegou ele. - vou andando e seguindo a trilha que o corpo havia deixado. Parecia que eu tinha voltado no tempo, na noite em que levaram a Barbara.
Fomos caminhando no escuro, apenas com a luz de nossas lanternas iluminando e em silêncio, pois todos estavam com medo. A trilha pareceu sumir e não via ninguém próximo a mim. A floresta estava mergulhada em um silêncio absoluto e então ouvi um grito.
- Eddie? - tentei o encontrar e andava perdida, até que senti mãos tocando meu braço e me assustei. - Jesus! Não faz mais isso. - O abracei.
- Você também escutou o grito? - ele diz olhando ao redor.
- Mary! - era Nancy. Ela gritava alto e seu tom de voz esboçava todo o seu medo.
- Nancy onde você tá? - gritei de volta e tentei seguir o som da sua voz, sem sucesso algum.
- Nancy! - escutamos Jonathan a procurando também e fomos até ele. - Ela não aparece! - ele disse desesperado.
- Calma, vamos a achar. - digo o tranquilizando.
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Number Nine - stranger things
Teen FictionMary Weinstein é uma garota de 16 anos que tem uma vida tranquila em Hawkins com sua mãe e seus amigos. Até o outono de 1983, quando o pequeno Byers some e uma menina estranha chega à cidade. E se todos esses acontecimentos estivessem ligados ao...