Acordei assustada com um barulho em meu quarto e me levantei pronta para me defender.
- Jesus que susto Nancy! - digo pondo a mão no peito, sentindo meu coração acelerado.
- Desculpa amiga. - ela diz sorrindo sem graça. - Eu e Jonathan viemos aqui, pois precisamos de você. Não quero que se sinta na obrigação de nos explicar nada sobre ontem, mas aquilo foi surreal e achamos importante que você participasse do nosso plano.
- Pode falar. - me sento novamente na cama e a escuto atentamente.
- Lembra que me disse como a Barb foi pega? - ela se sentou também.
- Perfeitamente... - falo materializando aquele dia. - Isso é uma ilusão que fiz de uma memória. - conseguíamos ver perfeitamente Barbara e eu sentadas na borda da piscina e Nancy se aproximou da amiga, com lágrimas nos olhos. - O sangue pingou na água. - vou narrando todos os fatos. - Logo depois, ela simplesmente foi arrastada floresta adentro. - desfaço a ilusão.
- Isso foi surreal. - ela disse olhando para o nada. - Você consegue fazer isso com qualquer cenário?
- Basicamente sim, só preciso ter estado lá pra ter tipo uma conexão. - falo como se fosse algo super comum.
- Incrível... - ela continuava parecendo aérea à realidade. - Ok, voltando ao assunto. Ontem o veado que foi pego estava sangrando. - a olho curiosa com seu assunto. - Isso significa que o monstro é um predador, que nem um tubarão que consegue sentir o cheiro de sangue de longe. - ela me mostrou um livro de biologia que confirmava sua tese.
- E qual a sua conclusão sobre isso? - Nancy e Jonathan se olham por um tempo após minha pergunta e depois ela volta a dirigir seu olhar a mim.
- Vem com a gente. - Jonathan disse simples.
Chegamos a uma loja de armas e os dois começaram a pegar várias coisas esquisitas. Encheram duas cestinhas de martelos, armadilhas para urso, fluido para fogo e pregos, além de balas para a pistola.
- Gente não sei qual o tesão de vocês por essas paradas todas, mas eu tô afim de tomar um sorvetinho. - digo enquanto os observo discutindo qual o melhor machado. - Enfim, vou lá e volto depois pra irmos embora.
Eles nem ligaram para o que eu tinha acabado de dizer, então simplesmente saio da loja, atravesso a rua e entro na minha sorveteria favorita que ficava ali mesmo, bem no centro da cidade.
- Bom dia senhor Barry! Quero um cascão com morango e doce de leite, por favor. - digo sorrindo ao antigo sorveteiro da cidade e sentindo minha boca salivar. - Muito obrigada! - pego o sorvete, passo o dinheiro para a moça do caixa e me sento em uma das mesinhas que havia ali.
Saboreio cada pedacinho do sorvete e quando termino, saio de lá, voltando ao local em que deixei meus amigos. Achei estranho, pois o porta malas do carro do Jonathan estava aberto, mas sem as coisas que eles haviam comprado. Os procurei por toda a área e a única coisa que achei foi Steve limpando um letreiro de cinema há umas duas quadras dali.
- Andou aprontando Handerson? - pergunto dando um sorrisinho.
- Não enche Weinstein. - ele fala com dificuldade e até me assusto ao ver seu rosto.
- Cacete! Quem fez isso com você? - pergunto e então o observo descendo a escada para descansar e falar comigo.
- O novo namoradinho da sua melhor amiga. - ele cruza os braços e tenta revirar os olhos, mas a dor parecia ser muito grande.
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Number Nine - stranger things
Fiksi RemajaMary Weinstein é uma garota de 16 anos que tem uma vida tranquila em Hawkins com sua mãe e seus amigos. Até o outono de 1983, quando o pequeno Byers some e uma menina estranha chega à cidade. E se todos esses acontecimentos estivessem ligados ao...