MODERNIDADE E THOMAS SHELBY

Capítulo 03

Cada vez mais o casamento de Jack e Kate se aproximava, caixas com os pertences de Jack tomaram conta de toda a sala e a casa já estava praticamente vazia. Estava vivenciando uma espécie de luto silencioso, preparando-me psicologicamente para a dor que irei sofrer ao vê-lo partir. Além disso, precisava ensaiar a valsa, já que serei a madrinha do noivo, obrigatoriamente dançarei a segunda música junto aos noivos. Estava sobrecarregada, trabalho, faculdade, casa e dança, muitas tarefas a serem cumpridas para uma só mente perturbada.

__ Bom dia senhorita Austen. __ disse Thomas ao se apresentar na recepção.

__ Sr. Thomas. __sorri gentilmente. __ Obrigada pelas flores, elas são magníficas.

__ Fico feliz que tenhas agradado-a. __ ele sorriu assinando o livro de check in.

__ Foi de extrema gentileza seu ato, __ encarei-o. __ Sr. Shelby.

__ Disponha. __ ele encarou-me de volta.

Ele preparou-se para partir, soltando a caneta e colocando as mãos dentro dos bolsos de seu sobretudo preto, partindo logo. Hoje Thomas estava usando um terno azul escuro com uma gravata escura e seus sapatos estavam perfeitamente limpos. Quando ele já estava fora de minha vista, virei-me para Jones que em encarava com uma cara de surpresa e confusão.

__ O que está acontecendo aqui? __ ele disparou.

__ Do que está falando? __ disse sem entender.

__ Thomas Shelby enviou flores para você? __disse quase em gritos. __ Ele é um dos homens mais ricos da Inglaterra, além de ser um cara envolvido em muitos escândalos, o que diabos ele pode querer com você?

__ Temos amigos incomum. __ expliquei-lhe toda a situação.

Talvez eu não tivesse pesquisado o suficiente sobre o senhor Shelby, mas é compreensível que com minha falta de tempo eu não tenha me atentado aos escândalos envolvendo seu nome, tudo que li foi sobre sua família rica, residente na Inglaterra. Por fim, depois de seis horas de trabalho, segui para a universidade, resolvendo mais uma daquelas intermináveis prova, podendo ao fim do dia voltar para casa e dar-me de cara com meu agradável sofá.

__ Anne. __ disse Jack vindo da cozinha.

__ Estou exausta Jack. __ disse em lamentação.

__ Vi que recebeu flores, __ ele disse com um sorriso. __ parece que as coisas por aqui estão mudando.

__ Não há nada demais. __encarei-o. __ Aliás, foi seu amigo Thomas que as enviou.

__ Thomas? __ ao mesmo tempo em que pronunciava o nome de seu amigo, o sorriso de Jack se fechava.

__ Sim. __ levantei-me do sofá e me aproximei dele. __ Algo errado?

Um clima muito pesado acabaria de se instalar na sala daquele apartamento e eu ainda muito ingênua sentia-me confusa pela situação. Jack fechou seu largo sorriso, mantendo-se parado em minha frente como uma estátua, sua fisionomia era das piores, ele parecia decepcionado. Tomando ar de coragem, me preparei para falar, mas Jack logo caminhou de volta para a cozinha, me fazendo segui-lo para insistir na conversa que parecia lhe desagradar.

__ O que há de errado, Jack? __ questionei.

__ Anne, __ ele suspirou. __ quando disse que encontraria alguém não me referia a ele, Thomas não é homem para você, ele é um cara muito complicado.

__ Não era você que vivia me falando para conhecer novas pessoas? Dar-lhes a oportunidade de conhecer-me? __ disse confusa.

__ Isso foi antes de Thomas vim para a cidade. __ ele disse quase irritado. __ Precisa entender Anne, que Thomas não é o homem certo para você, se o conhecesse o mínimo saberia que ele e você não funcionaria.