Capítulo 05

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Havia de ter sido uma noite estonteante, muita música, dança, bebida e dinheiro. Thomas fechou grandes negócios e voltou para casa com a assinatura de muitos homens, sua conta bancária acabava de engordar, como combinado, ele pagou-me o valor pré estabelecido e deixou-me em casa no horário combinado. Sorte minha que na manhã seguinte era minha folga do trabalho, tal qual, não precisava dar as caras por lá, ótima oportunidade para dormir por mais algum tempo. Só não estava a lembrar que ainda dividia o apartamento com meu melhor amigo e que ele já me havia avisado o quão era contra minha aproximação com Thomas.

__ Bom dia, Jack. __ disparei ao encontrá-lo na cozinha.

__ Onde esteve na noite passada? __ ele questionou seriamente e agarrou o celular.

__ Jack, __ engoli em seco e respirei profundamente.

__ "Sr. Shelby pousa ao lado de sua bela acompanhante durante jantar de negócios com mais alguns empresários de Nova York". __ ele leu em voz alta. __ Achei que havia lhe avisado sobre esse homem.

__ Estava a trabalho. __ revirei os olhos. __ Ele pagou-me muito bem para acompanhá-lo.

__ Ouça bem Anne, __ ele disparou. __ Thomas não é homem para você e logo saberá disso.

O clima entre Jack e eu estava piorando, cada vez que o nome de Thomas era mencionado em uma conversa ele parecia incomodado. Não aceitava de forma algum qualquer tipo de envolvimento entre Tommy e eu, até então, não apresentou_me nenhum motivo para tamanha estranheza. E apesar de confiar cegamente em Jack, escolhi não afastar-me de Thomas, pois, algo me puxava para ele, aquele homem. era verdadeiramente intrigante, eu queria conhecê-lo e explorar seu mundo.

__ Jack... __ disse em lamentação o vendo partir, deixando-me sozinha.

Nesse momento meu celular toca, era um número desconhecido, não poderia desconfiar de ninguém, então, de imediato atendi. Torci para que fossem notícias boas, talvez vindas de minha mãe, mas minha surpresa veio quando ouvi a voz masculina de Thomas.

__ Srta. Austen, estou ligando para informar que estou no seu lugar favorito, o Café de Wall Street.

__ Bom, então devo dizer que aproveite o café.

__ Seria bem mais intenso se estivéssemos juntos, __ ele deu um suspiro. __ por isso, proponho um encontro ainda está noite, o que me diz?

__ Acredito não ter condições para isso. __ disse na tentativa de desviar de convite e evitar uma discussão.

__ Mandarei meu motorista buscá-la por volta das sete, você deve ver Nova York de um dos pontos mais altos da cidade e se encantar com o ar da graça desse lugar.

Devo confessar que nunca antes havia me encontrado com alguém tão marcante, suas palavras, atitudes, gestos e ações eram ensaiadas, calculadas. Tudo que Thomas atentava-se a fazer, era com extrema rigidez, cuidado e excessivo interesse. Como disse no início, nunca antes haveria outro como ele, Thomas enviou um belo carro para buscar-me por volta das sete, como combinado, era um carro tão novo que eu poderia me espelhar no mesmo. Diferente do que imaginei, Thomas tinha uma cobertura na cidade, que ficava em um dos maravilhosos prédios da cidade, caros e disputados entre os mais ricos.

__ Anne. __ ele disse ao abrir a porta de sua cobertura para mim. __ Bem vinda.

__ Thomas. __ sorri e entrei no lugar.

Sua cobertura era composta por paredes brancas, na sua maioria espelhadas, além de ter imensas janelas de vidro próximo a sacada, facilitando a visibilidade para o centro. Não tinha muitos móveis, artes clássicas, pinturas, um enorme sofá na cor cinza, uma mesa composta por seis cadeiras. Sua decoração era casual, com uma pitada de elegância. Já Thomas, estava vestido com uma camisa social branca, a essa altura seu blazer e seu terno já havia se perdido pelo quarto. Mas sua calça social, cinto e meias ainda faziam parte de suas vestes.

__ Nova York do alto. __ ele sorriu apontando-me as grandes telas dos prédios vizinhos, atrás da sacada de sua cobertura.

__ Uau. __ sorri admirando a vista.

__ Isso não é nada, __ ele debochou. __ a Inglaterra é bem mais vasta e bela do que Nova York a noite.

__ Devo confessar meus devidos horrores por seu país de origem. __ disse sem encara-lo.

__ A Inglaterra é bela, composta por bons governantes, __ ele ergueu meu queixo para que seus olhos cruzassem os dele. __ não julgue a beleza por seu contexto histórico.

Como se já não bastasse ser belo, sofisticado, vestir-se de maneira elegante, ainda tem consciência de fatores históricos e seu peso na atualidade. Suspirei, deixando minha mágoa por seu país de lado naquele momento. Assim, com meu silêncio, Thomas sorriu gentilmente, deslizando sua mão de meu queixo, para meu rosto.

__ O que acha de tomarmos um vinho branco? __ ele sugeriu.

__ Sim, __ sorri. __ claro.

Assim, Thomas gentilmente seguiu em direção a sua adega de vinhos particular, que belo lugar, incrível. Como uma boa amante de vinhos, desejei morar ali mesmo, era fabuloso, considerando a quantidade de vinho que ele tem em sua adega, poderia facilmente me manter a base de pão e vinho por toda eternidade.

__nAqui. __ ele disse vindo ao meu encontro e entregando-me a taça de vinho branco. __ Experimente.

__ Obrigada. __ sorri e segurei a taça.

__ Sou fã de vinhos, __ ele sorriu saboreando seu vinho. __ o que viu foi ao uma pequena parte de todos os vinhos que costumo reservar.

__ O curioso caso do homem que tem uma cobertura mas se mantém hospedado em um hotel. __ disse de maneira curiosa.

__ Anne, __ ele suspirou como se minha ingenuidade fosse naquele momento o ar da graça. ___ acredite em mim quando digo que está em um hotel é bem mais agradável do que em sua própria cobertura.

Era inaceitável sua fala, uma cobertura era algo fabuloso, depreciar-se em um lugar assim era reconfortante. Mas sem dúvida, Thomas tinha algo objetivo estando hospedado naquele hotel, talvez sei alvo fosse o senador.

__ Eu tenho um amigo, __ ele iniciou. __ que pode te proporcionar um trabalho melhor, dentro da área que você pretende atuar.

__ Obrigada, Sr. Shelby, __ sorri por elegância. __ mas eu não pretendo trocar de trabalho nesse momento, preciso de tempo para focar nas provas.

__ É claro, __ ele sorriu.

Assim, seguiu-se uma noite a luz de Nova York, vinho e uma boa conversa. Sem dúvida um dos homens mais interessantes ou o mais interessante entre todos que havia conhecido. Estava encantada com toda sua sofisticação, a maneira qual segurava a taça, sentava-se e portava-se. O vislumbre da paixão mais uma vez se aproximava de mim, mas meu racional me sacudia sempre que suspirava ao ouvir a voz masculina de Thomas comentando sobre os mais diversos assuntos que se faziam presentes naquela sacada.

MODERNIDADE E THOMAS SHELBYOnde histórias criam vida. Descubra agora