Capítulo 10

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Não há dúvidas de que estava completamente apaixonada por Thomas Shelby, afinal, um homem nunca seria capaz de me fazer sair do país assim, deixando minha vida toda de lado. Ele prometeu que seriam apenas dois dias, garantindo uma passagem de volta para mim, mesmo que ele não me acompanhasse, eu tinha a certeza de que poderia voltar assim que quisesse. Mas enfim a Inglaterra, era uma terra belíssima, apesar de toda sua história suja, Inglaterra me enriquecia os olhos, com belas cidades, belas cafeterias, belas lojas.

__ O que acha da cidade? __ questionou Thomas enquanto passávamos pelas ruas em seu carro.

__ Tudo muito diferente. __ sorri friamente.

__ Eu esqueci de avisar, __ ele disse em um tom tenso. __  iremos visitar minha tia.

__ Sua tia? __ engoli em seco. __ Não estou preparada para isso.

__ Será rápido. __ ele suspirou. __ Eu prometo.

Certamente não era o que eu esperava, na verdade eu esperava talvez ter uma segunda relação sexual com Thomas logo que colocássemos os pés em terras inglesas. Mas agora, eu tinha que conhecer a tia dele, quase não o conheço e agora tenho que conhecer a tia. Viramos algumas quadras e logo chegamos na mansão dos Shelby, digna de ser chamada de mansão. Tinha três andares aparente por fora, com enormes colunas feita de concreto, grandes janelas de vidros e portas de madeira. O jardim era imenso, verde, com enormes arbustos todos milimetricamente cortados e moldados. Mas o que de fato impressionava era a mobília, os enormes lustres, peças com detalhes de ouro puro ou diamante.

__ Talvez você tenha mais dinheiro do que deixou claro para mim. __ sussurrei para Thomas ao passar pela porta.

__ Sorria meu bem.__ ele disse me encaminhando para a sala de estar.

Na sala de estar tinha certa de seis janelas de vidros, janelas enormes, com cortinas brancas de seda pura. Dois enormes sofá na cor azul escuro, com almofadas que variavam de branco até o tom mais escuro de cinza. Uma mesinha de centro feita de carvalho escuro com um enorme arranjo de flores e revistas. Mas paredes alguns quadros, em cima da lareira alguma fotos de família, além da tv gigante. Algumas poltronas também se encontravam ali, elas tinha a mesma cor do sofá.

__ Tia Polly. __ disse Thomas entrando na sala.

Sua tia estava sentada em um dos sofá, tomando acredito eu que seja um chá e vendo alguma notícia de última mão em seu tablet da iPhone. A tia de Thomas era bela, tinha cabelos escuros e ondulados, tinha pele clara, mas não tão clara quanto a dele, tinha olhos escuros e era magra. Usava roupas caras, além de elegantes, carregada de jóias e uma postura excepcional.

__ Tommy. __ disse ela levantando do sofá e abrindo um sorriso. __ Quando você voltou?

__ Hoje. __ ele disse se aproximando dela, abrindo seus braços para receber o abraço de sua mãe.

Eles se abraçaram por um curto período de tempo, ela o cumprimentou com dois beijos cada um em uma bochecha de seu rosto. Seus olhos se mantiveram nele, mas por pouco tempo, logo seus olhos estavam em mim, que me encontrava parada no meio do salão. Então, em alguns passos sutis ela se aproximou de mim, com seus olhos o tempo todo nos meus.

__ Está é Anne Austen. __ disse Thomas.

__ Anne. __ ela encarou minhas vestes. __ A moça que desmaiou ao seu lado no jardim do ministro?

__ Muito prazer conhecê-la, senhora Shelby. __ disse sorrindo.

__ Eu me chamo Polly. __ ela disse com a guarda levantada.

__ Tommy? Tommy? Eu ouvi sua voz!

Uma terceira voz vinda da escadaria surgiu, logo se apresentou para nós um homem branco de cabelos escuros, lisos e completamente arrumados, perfeitamente alinhados, usando um terno preto, tinha olhos azuis e um bigode grosso. Thomas e o homem se encararam por um tempo curto, o outro homem ali presente parecia expressar bem melhor as suas emoções, dando um abraço em Thomas.

__ Finalmente. __ ele disse para Thomas.

__ Não devia está cuidando da empresa? __ disse Thomas sem sentimentalismo.

__ Tommy, __ ele riu sutilmente. __ os milionários não trabalham.

Era nítido que Thomas não estava de acordo com o comportamento do homem, mas ele engoliu sua opinião, sua reação e tudo que fez foi suspirar. Assim, ele jogou seus olhos em mim, pronto para me apresentar para mais um membro dark da família Shelby.

__ Arthur, está é Anne. __ ele disse apontando para mim. __ Ficará comigo alguns dias na Inglaterra.

__ Uma estadunidense? __ ele me encarou como se fosse uma mina a ser explorada.

__ Na verdade eu sou espanhola, mas moro nos Estados Unidos. __ engoli em seco desviando o olhar dele.

__ Este é meu irmão, Anne, Arthur Shelby, ele é o mais velho entre os irmãos.

__ Exatamente. __ ele disse com ar de arrogância. __ Ela ficará conosco, Tommy?

__ Não. Ela ficará comigo.

__ Aqui certamente é grande demais para um espanhola. __ disse sua tia ironicamente.

Quando Thomas pronunciou "ele é o mais velho" soou muito como se uma mágoa estivesse presa nessa posição em que Arthur se encontrava, Thomas parecia incomodado com o fato. Mas como estávamos apenas de passagem, Thomas aproximou-se de um senhor ali presente naquela sala, sussurrando para o senhor palavras quais eu seria incapaz de entender. Enquanto isso, seu irmão Arthur se aproximou de mim, agarrando uma fita de meus longos cabelos escuros usando seus dedos da mãos direita. Tomei um ar quase sufocante, seu esboçar nenhuma reação.

__ Você é prostituta? __ ele sussurrou em meu ouvido.

__ Não. __ disse e engoli em seco.

__ Anne. __ disse Thomas voltando ao meu encontro. __ Deixe-a.

__ Ela é linda, Tommy. __ disse Arthur soltando meu cabelo. __ Mas é só uma menina muito nova, talvez burra.

Me senti completamente ofendida pelo comportamento da família de Thomas, sua tia foi rude e grossa, seu irmão um canalha. Tudo que eu mais almejava naquele momento era sair daquele lugar, tinha medo, estava em outro país, com um homem que eu mal conhecia, foi nesse momento em que percebi meu ato mais tenebroso de inconsciência.

__ Vamos.

Thomas quase arrastou-me para fora da casa, se fazer questão que me despedisse de sua família ou que os mesmo fizessem isso. O diagnóstico de riqueza não é sinônimo de arrogância e presunção, foi tão fácil e rápido identificar qual tipo de pessoas eu estava vindo a me relacionar, chegava a ser desgastante bater de frete com tamanha idiotice.

MODERNIDADE E THOMAS SHELBYOnde histórias criam vida. Descubra agora