Capítulo 04

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Nunca antes em toda minha vida, havia participado de um jantar de negócios, se quer havia algo apropria em meu armário para isso. Thomas estava certo, eu não saberia, pior ainda tinha algo para vestir nesta ocasião. Pensando nisso, ele enviou seu motorista até meu apartamento as quatro da tarde, levando-me de meu apartamento até um outro hotel onde o próprio mantinha uma reserva, lá havia uma moça para ajudar-me com o cabelo e a maquiagem. Aquela situação era tão estranha quanto seu convite, mas ele estaria me pagando o salário de um mês, em uma noite, meu único trabalho seria sentar, sorrir e dançar uma só música.

__ O branco. __ ele disparou para a moça.

__ É claro senhor Shelby. __ ela concordou.

__ Branco não me cai bem. __ disparei olhando para ele atrás do espelho.

__ Lhe cairá bem, __ ele disparou. __ combinará com as jóias que recebi de um querido amigo.

__ Devo presumir que também escolheu os saltos? __ disse revirando os olhos perante sua arrogância.

__ Não, __ ele deu um riso esnobe. __ mas poderia ter escolhido suas peças íntimas.

Meu rosto tomou cor ligeiramente, senti-me completamente envergonha perante sua fala, era algo terrivelmente íntimo. Enquanto corava de vergonha, ele debochava em um riso maquiavélico, partindo rapidamente dali, indo em direção a saída, seguindo para algum lugar que eu não saberia dizer onde. O vestido do qual ele fez questão era de detalhes extremamente simples, na parte superior era composto por um leve decote em v na parte da frente, um suave espartilho na cintura, com mangas longas e livres, já da cintura para baixo, era completamente longo e não tão espalhafatoso. Clássico e delicado.

__ O Sr. Shelby prefere que o cabelo meio preso e meio solto, que tal um meio coque?__ disse a moça. __ Isso ira valorizar seus traços femininos extremamente marcados no queixo, além de combinar com as pelas pérolas da tiara que lhe foi concedida.

__ Tudo bem. __ suspirei me olhando no espelho.

__ Tenho certeza que você irá adorar a companhia do senhor Shelby neste jantar, ele é um homem fabuloso, qualquer mulher poderia derreter-se o coração por ele.

A situação exigia profissionalismo, se que poderia confiar naquela moça, ela parecia de Thomas e talvez estivesse tentando descobrir minha opinião sobre o mesmo para lhe passar adiante. Por fim, toda a produção qual ele investiu em mim, levou cerca de três horas, deixando-me pronta a tempo para que pudéssemos pegar o trânsito em um horário consideravelmente bom. Thomas deixou seu motorista dirigindo e manteve-se ao meu lado no banco de trás, devo dizer que longe do esperado, ele não deteve-se em uma conversa comigo, apenas seu celular tinha sua atenção.

__ Chegamos senhor Shelby. __ disse seu motorista.

__ Ótimo. __ disparou largando o celular.

__ Que lugar fabuloso...

Meus olhos estavam deslumbrados com tamanha formosura daquele prédio, suas colunas da entrada tinha cerca de três metros de altura. O prédio era de um único andar, com enormes colunas de cor cinza, revertidas por uma espécie de cerâmica brilhante, seu piso era extremamente limpo e liso. A porta era de carvalho branco, contendo uma forte equipe de segurança, que ao entrar, lhe guiava até seu lugar na sala de jantar. Naquele prédio acontecia uma grande festa, composta por jantar e dança, coisa de gente terrivelmente rica e chata.

__ O que achou do salão? __ disse Thomas abrindo uma conversa.

__ Agradável. __ olhei em volta.__ Todas essas pessoas são tão ricas quanto você?

__ Meu bem, __ ele quase riu. __ não sou tão rico quanto estes homens, mas serei no futuro muito próximo, é exatamente por isso que estamos aqui.

__ Então, você não é tão rico quanto diz. __ questionei enquanto tomava meu drinque.

__ Eu decidi que quero subir na vida, __ ele disse enquanto olha para alguém atrás de mim. __ prepare-se, está vindo alguém aqui.

Seu interesse era apenas nos grandes homens dispostos a negociar ações de suas empresas com ele. Se quer olhou para mim, me fez um elogio ou me ofereceu um sorriso, me senti como aquelas mulheres dos filmes as quais estão ali para servir de exposição. Por fim, o homem a qual ele julgava merecedor de nossa atenção nos deteve na mesa, era um homem com seus trinta anos, eu diria, com um nariz italiano, sua pele era clara, cabelos escuros e olhos escuros. Está homem usava um terno cinza e sem graça, mas seu relógio de pulso demonstrava sua gentil conta bancária, além disso, ele logo estendeu-me um sorriso.

__ Sr. Changretta, __ disse Thomas. __ é um prazer vê-lo.

__ Devo dizer igualmente, Sr. Shelby. __ ele sorriu ainda me encarando, mas logo voltou seus olhos para Thomas e o cumprimentou.

__ Está é Anne Austen. __ apresentou Thomas. __ Ela é minha convidada.

__ Se me atreve dizer, __ ele iniciou me tomando a mão. __ É muito bela senhorita Austen. __ assim beijou-me na mão.

__ Obrigada Sr. Changretta. __ disse quase envergonhada.

__ Poderia me conceder a honra de uma dança? __ questionou Changretta.

Não sabia se deveria ou não aceitar, esse ponto não havia sido abordado, Thomas se quer me passou uma instrução, só me mandou sorrir e acenar. Então, cravei meus olhos nos de Thomas, que balançou sutilmente a cabeça de acordo, era um sinal para que eu mesma aceitasse o convite do moço. Assim, sorri gentilmente para o cavalheiro, lhe entregando minha mão, enquanto pensava o quão desastroso poderia ser essa dança, já que eu mesma era péssima nisso. Entretanto, diferentemente do que acreditava, iniciamos muito bem, ele com sua mão esquerda em minha cintura e a outra segurava minha mão, me guiou em uma dança lenta.

__ Tem um belo nome, Srta, Austen.__ ele puxou conversa. __ Qual seria sua idade?

__ Ainda muito jovem senhor. __ disse enquanto dançava. __ Você é italiano, acertei?

__ Perfeitamente. __ ele sorriu. __ Acredito que seu parceiro tenha a instruído sobre minhas origens.

__ Pelo contrário senhor. __ sorri. __ Tenho capacidade para identificar pessoas de diferente culturas.

__ Fascinante. __ ele demonstrou interesse. __ Conhece outras línguas?

___ Inglês, russo, italiano, francês e espanhol.

De fato, era uma pessoa devidamente instruída que infelizmente não sabia tirar certo proveito disso. Aprendi outras línguas ainda no colegial, quando me imaginava fazendo intercâmbio em várias partes do mundo, podemos acabei corrompida pela partida de minha mãe. A dança acabou e eu voltei para a mesa de Thomas que me olhava com tamanha frieza, em sua mesa dois homens falavam sobre negócios, ele parecia ter fechado algo grandioso.

__ Sr. Shelby. __ disse sentando-me ao seu lado.

__ Srta. Austen. __ ele quase sorriu.

__ Obrigada por sua atenção senhor Shelby. __ disse um dos homens em retirada.

__ Investidores? __ questionei.

__ Você é incrivelmente bela, __ disparou sem colocar os olhos em mim. __ roubou a atenção dos homens no salão, conseguiu despertar o interesse até mesmo de Lucca Changretta.

__ Com licença, senhor Shelby. __ disse um fotógrafo ao se aproximar de nossa mesa. __ Poderia pousar para uma foto?

___Claro. __ Thomas puxou-me para perto dele, envolvendo-me em seus braços. __ Sorria querida.

Thomas apesar de ter feito grandes negócios não parecia feliz, parecia na verdade muito incomodado com tantos homens olhando para nossa mesa. Para minha defesa, devo dizer que em um dia normal talvez ninguém estivesse me olhando, mas a moça qual ele contratou para cuidar de minha arrumação era ótima, ela me deixou tão linda que eu mesma duvidava que poderia ficar excepcional bonita.

__ Logo mais iremos embora. __ ele avisou.

__ Mas ainda não é meia noite. __ disse sem entender.

__ Fique aqui, ok? __ ele disse levantando -se da mesa. __ Voltarei em um minuto.

Era terrivelmente ruim que ele me deixasse sozinha no meio de tanta gente incrivelmente rica e chata. Me encontrei em determinados momentos olhando em volta, ou quase o tempo inteiro, já que haveria de ter se passado algum tempo e ele ainda não havia aparecido. Isso já estava me deixando desgastada, irritada e sem vontade de continuar a sua espera. Mas como estava no carro do mesmo, era preciso paciência.

MODERNIDADE E THOMAS SHELBYOnde histórias criam vida. Descubra agora