Capítulo 08

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O dia do casamento entre Kate e Jack chegou, era 15 de novembro, era outono, Kate havia escolhido um belo jardim a céu aberto para realizar seu casamento. Apesar da decoração no local onde a cerimônia se realizaria, o local escolhido pela festa esbanjava um certo luxo e conforto, acompanho de uma decoração mais contemporânea, elétrica e colorida. Na cerimônia, apenas os mais íntimos devido o horário, às 17h da tarde, durante o pôr do sol. Kate havia imaginado o seu casamento de maneira pura e bela, como o pôr do sol. Por isso, ela optou por realizar a celebração em uma área aberta com posição para a saída do sol, o local escolhido foi um jardim adaptado para festa. Tinha uma quantidade de cadeiras limitadas, acompanhada de um cartãozinho que ficava no assento. As flores escolhidas para enfeitar a passagem da noiva eram rosas em seu tom mais suave, enquanto o tapete era da mesma cor das flores. Já no altar, tínhamos um arco com as mais diversas flores e cores.

__ Pode esperar por Kate? __ pediu Jack. __ Por favor.

__ Sim. __ suspirei.

Caminhei até a entrada do jardim, aguardando na calçada pela chegada de Kate, que logicamente precisaria de ajuda para descer do carro, enquanto esperava tentei arrumar minha pulseira ao braço, foi quando avistei de longe um carro, imediatamente imaginei que seria a noiva. Fixei meu olhar ao carro, foi quando o veículo aproximou-se e a janela da porta de trás foi abaixada, nesse momento pude ver perfeitamente o rosto de Thomas. Ele me olhou friamente com seus olhos de cigano, foi nesse momento que nossos olhos transaram. Minha pressão estava prestes a cair, devido o choque de revê-lo, não estava pronta. Mas enfim o carro passou, seguindo para o estacionamento, foi quando avistei o carro de Kate de longe.

__ Anne. __ ouvi a voz de Thomas se aproximar. __ Você está linda.

__ Obrigada Sr. Shelby. __ respirei fundo.

__ Azul sempre lhe caiu muito bem, principalmente nesse tom mais suave. __ ele sorriu e colocou a mão em meus cabelos. __ Eu senti sua falta.

__ Você sumiu, __ disse irritada. __ desapareceu completamente.

Duas horas antes da cerimônia, eu me encontrava sentada em uma cadeira de um dos salão próximos a minha casa, escovando meu cabelo, cuidando das unhas e aproveitando a alergia que a maquiagem estava me causando. Meu cabelo estava repleto de ondas, preso com um mini coque e com um adereço brilhante ao fim do coque. Enquanto meu vestido azul de seda tinha uma leve fenda que vinha até o joelho. Algumas peças de prata acompanhavam meu look e maquiagem.

__ Foi necessário, __ ele suspirou e trouxe sua mão de volta ao meu rosto, acariciando-o. __ para o seu bem.

__ Você poderia ter falado comigo, __ toquei sua mão. __ Por que você não falou?

__ Existe um homem Anne,__ ele respirou fundo. __ é uma longa história, podemos conversar depois do casamento?

__ A noiva chegou!!__ gritou uma das damas de honra.

Assim, Thomas sentiu-se na obrigação de se retirar, indo para o altar, ficando em sua posição de padrinho. Quanto a mim, ajudei com prazer Kate a sair do carro, arrumei seu vestido e lhe entreguei a mão para seu pai, para que ele a acompanhe, entrando logo em seguida dela. A cerimônia foi realizada por um juíz, que era curto em suas palavras, isso me deixou feliz, já que faziam horas que eu estava de pé aguardando aquela cerimônia. Por fim, o juiz de paz os casou.

__ Teremos uma dança. __ ele disparou tentando me persuadir a perdoa-lo com seus encantos.

__ A dança dos padrinhos. __ me afastei dele.

A festa aconteceria ainda no jardim, porém, em um espaço pouco mais distante, onde contaria com um mini palco para a banda contratada pelo casal, as mesas para os demais convidados que estariam de chegaram e um barman. Enquanto o casal de noivos caminhavam em direção a festa de preparando para dançar a primeira dança, segui para uma das mesas e sentei-me. Havia em mim um misto de sentimentos, tinha raiva por ele não ter me dito nada sobre seu sumiço, como também sentia sua falta. Por fim, era hora da dança dos padrinhos. Assim, ele se dirigiu até mim, estendendo a mão direita, preparando para me levar ao salão. Os demais casais repetiram o mesmo ato e assim a valsa iniciou. Suas mãos estavam em mim, tocando minha mão e minha cintura.

__ Gostaria de me desculpar __ ele disparou durante a dança. __ mas você deve considerar que meu trabalho exige minha presença em diversos lugares.

__ Está tudo bem. __ disparei dando por encerrado o assunto.

__ Não estou no hotel, resolvi ficar no meu apartamento.

Não respondi, e quando a dança finalmente se encerrou, fomos para lados opostos. Suspirei e insistirei. Estava ficando cansada de tudo aquilo, sentia que estava diferente mediante a dadas circunstâncias. Então resolvi caminhar um pouco, caminhei até próximo de uma das árvores mais afastadas do jardim, mas que eu pudesse ver a próxima dança. Foi quando senti uma presença bem atrás de mim, as mãos frias e grandes de Thomas haveriam de tocar meu rosto encobrindo meus olhos. O perfume e o toque me revelavam sua identidade.

__ Thomas,__ retirei suas mãos de sobre meus olhos e me virei para ele. __ eu... __ antes que eu pudesse terminar a frase, ele beijou-me intensamente, e pois suas mãos em ambos lados de meu rosto, segurando-o firmemente.

Seu beijo era doce, seus lábios eram frios, suas mãos estavam geladas e calejadas. Eu estava completamente apaixonada por aquele homem frio, quando seus lábios tocaram os meus eu pudesse finalmente perceber que meu coração batia por ele.

__ Me desculpe. __ ele sussurrou após o beijo, com sua cabeça encostada na minha. __ Não farei isso novamente.

__ Sua atitude me aborreceu. __ disse em meio a um suspiro.

__ Não irei repetir. __ ele sorriu e me beijou suavemente.

__ Você pretende ficar na cidade? __ disse sorrindo. __ Mesmo quando seus interesses aqui acabarem?

__ Anne, __ ele sorriu sutilmente.__ não lhe farei promessas as quais não posso cumprir.

Era certo que Thomas não conseguia expressar muito bem seus sentimentos, mas seu comportamento falavam por si. Tomei um ar de coragem e lhe deu um beijo, agarrando suas mãos e o puxando de volta para a festa, para que pudéssemos nos juntar a todos para a valsa. Enquanto dançávamos, nossos olhos penetravam um no outro com imensa intensidade, como se já nos conhecêssemos há muito tempo, como se nossa necessidade um do outro fosse tão grande que a distância parece ser um grande abismo. Após o fim da música, ambos cumprimentaram-se e tomaram um rumo diferente, pois, ao fim da música, percebi que Jack me olhava de maneira estranha. Então, tomei a iniciativa de ir até ele.

__ Minhas felicidades, __ sorri o abraçando. __ você sabe que eu o amo, que lhe desejo tudo de bom.

__ Eu te desejo juízo, __ ele disse correspondendo meu abraço com um pesar. __ gostaria que você não ficasse com Thomas, mas se é de sua preferência, que assim seja.

__ Estou apaixonada por ele. __ falei com um certo receio.

__ Eu sempre estarei aqui para você, __ disse ele me encarando. __ até quando ele te partir o coração.

Apesar de ser totalmente contra, nesse momento Jack percebeu que de nada lhe serviria discutir comigo, pois, foi perceptível o quão tristonha me detive com a ausência do Shelby. Então, para Jack, era sabia me manter por perto, mesmo que demonstrando seu descontentamento. Com poucos minutos, Thomas aproximou-se de nos.

__ Parabéns meu amigo. __ ele sorriu para Jack.

__ Obrigado.__ ele suspiro. __ Parece que você encontrou alguém corajosa o suficiente para se apaixonar por você.

__ É. __ disse Thomas sem muitas expressões.

__ Eu gostaria de pedir para que você cuidasse dela, __ Jack tomou um ar de tristeza. __ Anne precisa ser cuidada e protegida, ela é muito pura para esse mundo corrompido.

___ Não considero Anne tão ingênua assim, __ ele disse dando uma leve balançada com a cabeça. __ talvez seja a hora dela descobrir-se, sem intervenções dos amigos.

Sem dúvida foi uma grande provocação, Thomas era mais frio do que imaginei, apesar da antiga amizade entre ambos, ele não dispensou a oportunidade de lhe falar com frieza e rigidez. Para que aquele clima tenso fosse quebrado, envolvi meus braços em torno do pescoço de Jack, dando lhe um abraço e um beijo.

MODERNIDADE E THOMAS SHELBYOnde histórias criam vida. Descubra agora