8- O Reencontro

8 1 0
                                    

Adam Bennett

Chamei meus capangas para irem embora. A energia pesada dentro daquela casa é horrível!

Elvis me para antes de eu entrar no banco do passageiro.

-Chefe, eu e o Rodrigo vamos com os outros.- apenas assenti e encostaram ao lado do Roberto.- cuida bem dele. Essa cara de mal é apenas um disfarce, o baque uma hora vai chegar.- eles falaram baixo, porém consegui ler perfeitamente nos lábios dele.

Adentrei ao carro e partimos de volta para casa.

Horas de viagem e nada mais passa na minha cabeça além da frase do Kevin, ela está morta. Está mexendo comigo faz mais de oito horas e não consigo descansar, nem dirigir, nem comer e nem beber. Roberto está cansado de estar na direção só que não consigo ir para lá, os que era para estarem aqui foram para os outros carros, deve ser por conta da mentira do Kevin. Sério mesmo, que vão acreditar no nosso maior inimigo?

Olhei para a estrada um pouco, pois escutei buzinas desesperadas atrás de nós e me assustei. O carro está no meio da pista indo para o outro lado, virei o volante rápido para a direção certa e meu amigo acorda assustado com a minha ação. Tomou a posse e bocejou.

-Acho melhor pararmos naquele hotel.- apontei em direção ao local, faltava alguns metros e o mesmo obedeceu.

Saímos do carro, fizemos check-in e eu fiquei sozinho no quarto. Sentei no chão em frente a cama e gritei, até ficar sem voz e deixei as lágrimas rolarem.

Auto me batia em minhas coxas, não sentia dor, não sentia tristeza, não sentia raiva, não sentia absolutamente mais nada. Apenas sentia o desejo de Jenny estar aqui ao meu lado me consolando e dizendo que ela está bem, tudo está bem e que ainda continuo sonhando naquele momento mais cedo que dormia no carro.

-Adam! Adam! Vai ficar tudo bem!- alguém me remexia e eu o batia para se afastar de mim.- Adam! Vai ficar tudo bem! Respira e inspira calmamente.- fiz o que mandou.- cheira a florzinha, assopra velinha.- Fui me acalmando aos poucos com as dicas que a pessoa dava, eu não olhei em um minuto sequer para saber quem é.- olhe para mim.- fiquei boquiaberto.

-Jasmine?- perguntei soluçando.

-Sim sou eu.- sorriu de canto.- está melhor?- assenti.- posso saber o que houve por você estar assim?- esfreguei a nuca e respirei fundo.

-Fomos atrás para salvar Jenny, infelizmente alguém envenenou ela e ela morreu.- voltei a chorar.- eu me sinto péssimo! Por não ter chegado a tempo para salvá-la, em todos os meus momentos ruins Jenny esteve lá, já eu com ela nem tanto e nunca tive coragem de dizer que a amava. Quando tomei coragem, ela se foi.- funguei.

-Eu sinto muito.

-Não precisa sentir.- limpei meu nariz.- essa é a morte mais triste que eu já tive, nem dos meus pais chorei igual estou chorando. A morte da Jenny me fez sentir frágil.

-Eu entendo super como é. Perdi minha avó a dois anos e eu e ela era como você e Jenny. Super unidas e melhores amigas, eu ia para a casa dela todos os dias e um dia normal eu fui, infelizmente eu vi a mesma caída no chão da sala. Como o seu caso não tive tempo de salvá-la também.

-Meus pêsames!

-Obrigada.- sorriu de canto.- posso me sentar aqui?- aceitei.- pode chorar. Não vou te julgar.- voltei à chorar.

Passou alguns minutos continuamos na mesma posição sem dizer, apenas o que ecoava no quarto era o meu choro.

-Posso te falar algo que me disseram?

-Pode sim.- minhas lágrimas continuam a sair.

Ela pegou minha mão, colocou com a palma virada para cima.

Escaldante Onde histórias criam vida. Descubra agora