13- O Encontro

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Jenny Miller

Entro na casa devagar, inalo a fumaça da maconha que está impestiada. Chegou até o meu cérebro. Que horror.

Subo para ir à sacada, mas já dou de cara com ele. Sentado no colchão de frente a janela, com um copo de whisky na mão esquerda e a outra a maconha. Aproximo ficando ao seu lado de pé.

-Então é assim que se sente usado?- engulo em seco.- ou melhor, traído pelo o melhor amigo.

-Se vocês não tiverem uma promessa de que não podem pegar as ex e peguetes um do outro. Não é traição, agora se tem. O errado dessa história é Ethan.- ele ri pelo nariz. Agacho para enxergá-lo melhor.

-Só ele?- revirei os olhos.

-Por que está tão revoltado com isso? Sendo que faz igual.

-Estou mais revoltado é porque você falou que iria para a casa do August e hoje de manhã soube pelo o Ethan que vocês foderam.

-Eu realmente fui para o August.- olhou para mim.- mas não ficamos.- explico a história.- e não tive nenhuma intenção de descontar minha frustração em você. Jamais!

-Então você sabe que ele é apaixonado por você.- fico sem reação com a revelação.- pelo jeito não.- deu um sorriso de canto.- sim, Ethan é apaixonado por você, por isso que te pediu em namoro.- ele vem em minha direção. Até fazer eu deitar e ficarmos cara a cara.- felicidades ao casal.- bebeu o resto do drink e levantou.- e aquela pergunta se os meus amigos podem pegar as minhas peguetes e ex e eu a deles e vice-versa. De jeito nenhum!- foi até as escadas e desceu. Vou atrás do mesmo conversando

-Se eu fosse você tomaria mais cuidado com os seus amigos então.- meu sorriso sai reto.- quem sabe um deles não deve ter pegado a Anna. Do jeito que a menina é piranha e provavelmente a sua ex devem ter fudido.- o provoco. Fazendo jogar o copo na parede e os vidros se espalharem. Me cubro para não me machucar.

-Não fala o nome dela jamais!- percebo o nível que cheguei. Isso não devia ter acontecido!- porra Jenny.- ele se aproxima furioso, encosto minhas costas na parede gelada assustada. Seus olhos estão vermelhos e acredito que não é da maconha.- quando entenderem o que sinto de traição. Finalmente compreenderão a minha dor, tenho ego forte para me defender, para me salvar e não sentir aquilo que senti e sinto.- estou em choque. Ele tem síndrome do pânico.

-Adam, eu sinto...- minha mão vai até o seu rosto. Ele segura sem apertar, nega com olhar baixo e solta ela.- bom.- foda- se também. Quero ajudar e não colabora. Fecho minha cara.- quer saber. Ainda não dei resposta para o Ethan. Mas o sim está quase cem por cento.

-Está querendo enganar quem Jenny? Você mesma só se for. Esse papinho não caiu. Está explícito bem na sua cara que não quer isso de jeito nenhum.- reviro os olhos.- mais especificamente com ele.- ele diz numa tonalidade. Que não sei explicar qual é a sua emoção que está no comando, parece que só está existindo.

-Dá para parar de me analisar inferno!- bufo de raiva.

-Pior que não precisei nem analisar.- apoiou sua mão que está a maconha na parede ao lado da minha cabeça.- bem,  apenas nos outros dias. A forma que você fala comigo e com ele, são diferentes.

Esqueço por um segundo de respirar.

-Agora volto a perguntar. Porque está tão revoltado com isso? Sendo que faz igual.- cruzo os braços esperando uma resposta sensata. Não está me convencendo.

-Igual como?

-A gente é igual papel. Pega, amassa e descarta. E você faz isso. 

-E porque você está fazendo isso agora?- abro a boca, mas não sai nada. Deu um trago e soprou na minha cara. Tusso abanando.- sábias palavras.- zombou.- deixar bem explícito, você que quis isso de relacionamento aberto. Não vem jogar culpa para cima de mim não, sendo que está fazendo igual. E estou revoltado porque Ethan traiu a minha confiança.- não estou convencida. Abro a boca pra falar e sou interrompida.- e outra, você realmente queria transar com ele?- me encolho.- diz a verdade Jenny!- respirei fundo.

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