Jenny Miller
Vida nova e escolhas novas. Eu posso com toda certeza dizer essa frase, pois vivia trancada dentro da minha própria casa, não sei o que é fazer amigos. Ter uma conversa amigável, porque era da escola pra casa direto e enfiada nos livros e de vez em quando brincar com o meu pai, já que o mesmo trabalhava o dia inteiro e voltava tarde da noite. Era tão raro da gente sair, só nas comemorações do meu aniversário e algo muito importante que teria nos meus avós. Tanto materno e paterno
Até hoje não entendo porque meu pai me mantinha em "cativeiro". Eu lembro que escutei uma vez ele conversando com a minha vovó. Mãe da minha mamãe, dizia que sentia muita falta dela e para não me perder também. Já que eu sou a cópia da minha mamãe, prefere me manter dentro de casa, não deixar fazer amigos e mais algumas coisas. Eles até acabaram discutindo, minha vovó sugeriu que ele fosse atrás de um psicólogo e deixasse eu, temporariamente na casa deles até meu pai se recuperar e eu ter uma infância comum. Fiquei até feliz com a ideia, mas meu pai deu tom de voz pra ela. Apareci para que a situação amenizasse, só que simplesmente, ele pegou a minha mão e disse:-Vamos para a nossa casa Jenny. Onde vivemos super bem.- saímos da casa da vovó, entramos no carro e.- a partir de hoje. Não iremos mais ver a vovó, entendido?- apenas concordei. Eu era apenas uma criança sem entender o que estava acontecendo e não o argumentei, pois estava muito furioso. Tinha medo do que ele podia fazer.
Ele respirou fundo, tomou a partida e fomos para casa.
Esse dia, essa conversa, essas palavras. Mantém na minha cabeça e sim, não vejo a vovó até hoje. Espero que ainda esteja viva para reencontra-láEstou no meu novo lar, onde irei morar com algumas meninas veteranas e pelo o que a dona da casa me notificou. Mais duas novatas, sem contar comigo, se juntaram também algumas semanas atrás. Eu tinha que ter vindo algumas semanas atrás, entretanto. Estava convencendo meu pai para não vir junto e deixar bem explicíto que sou adulta e que irei morar com mais gente e meninas e preciso disso.
É claro que ficou furioso, graças a avó. Mãe do meu pai. Mexeu com a sua mente e deixou eu ir.E o que eu espero? Espero que meu "introvertimento" acabe de vez. Esse até é um dos motivos de eu morar com mais pessoas, para que esse grude suma da minha vida. Infelizmente é uma das minhas piores qualidades.
Estou na frente da casa, inspirei fundo, ajeitei minha mochila nas costas. Apertando com força a alça direita e com a outra mão, agarrei minha mala contra o corpo. Senti meu coração ir e voltar na boca. Até que finalmente tomei coragem e toquei a campainha. Esperei alguns segundos e nada, toquei novamente e nada? Que bizarro. Olhei pela janela e parecia não ter ninguém.
-Ei!- olhei a minha volta para ver quem me chama.- aluna nova?- o homem se aproxima. Apenas assenti.- as meninas saíram, foram ao supermercado comprar algumas coisas para a sua festa de boas vindas.- só de ouvir a palavra festa me arrepio por dentro.
-Há sim, obrigada.-gaguejei. Apertei mais firme as alças da mochila, para tentar esconder minha timidez.- Vou esperar aqui sentada.- sorri fraco e apontei para o degrau da escada.
Agora que reparo para ele. Está com roupa de academia, quer dizer, apenas de bermuda e tênis, está sem camisa, e ele aparenta que malha muito.
Ele ri negando com a cabeça, voltei ao foco da conversa.
-Minha "namorada"- faz aspas.- tem ciúmes, cuidado!- Ele ironiza, meu sorriso sai reto no automático. Achou mesmo que estava flertando?- Bem.- coçou a cabeça envergonhado, continuei com a minha cara de que não está se importando.- Sorte a sua que tenho a chave da casa e vou buscar rápido.- arregalei os olhos o vendo ir. Não quero incômodo-lô de jeito nenhum! O chamei fazendo parar no meio da calçada.
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Escaldante
AcakJenny mudou para a região Westwood para fazer arquitetura na UCLA em Los Angeles. Sua vida não era nada agitada, não ia a festa, não tinha amigos, era apenas ela e seu pai que não permitia a mesma ser feliz. Até que tudo muda! Um veterano a conhec...