Quatros anos depois
New York
White
-Mas eu não gosto de avião pai... Isso me dá dor de cabeça- segurando em minha mão ele estava inquieto. O cabelo castanho caindo na testa, olhinhos pequenos de sono.
-Deixa de frescura James... A gente tem que ir pra casa da vovó e só de avião chegaremos lá- ele torceu os lábios encostando a cabeça na minha perna quando parei de andar.
-Tô com soninho papai...- esfregou os olhos -me dá
colo?--Espera, no avião você dorme- peguei-o em meus braços com um pouco mais de esforço. Ultimamente James estava mais pesado..... Claro, ele estava crescendo. Já tinha quatro anos, não era mais o meu bebê de sempre -Ou vai querer dormir no colo do papai como os bebês, hã? Já conversamos sobre isso, você é um menino grande agora- murmurei pra ele, na fila pra entrarmos no avião.
-Eu sou sim papai- ele se ergueu um pouco e espirrou -Sou um menino grande.-
-Isso ai- beijei seu cabelo com cuidado, entregando os documentos pro rapaz. Logo nossa passagem foi
liberada, e estávamos já procurando o assento. -Você está ansioso pra ver a vovó?--Estou, já faz muuuito tempo que não vejo ela...Nem o vô- apertei o cinto ao redor dele, sentado do meu lado na poltrona da primeira classe.
-Eles vão pirar quando verem como você está grande...- acariciei o cabelo dele.
-O meu tio Black vai está lá, papai?- questionou esfregando os olhos castanhos bem escuros, sonolento.
-Não James, o seu tio nunca está lá, você sabe- meu coração tremeu só de pensar nisso -por que a pergunta?-
-Porque eu não gosto dele, papai. Ele é chato e bobo... Fica perguntando se eu quero ir pra casa com ele. As vezes ele finge que é você, mas eu sei que é não é você... Porque você tem cheiro de flor e ele tem cheiro de xixi- eu ri um pouco daquilo.
-James! Para de falar assim do seu tio, eu não gosto que faça isso filho- repreendi, afinal eu não podia deixar que ele falasse assim. Se um dia fizesse isso na frente dele seria desagradável. Mesmo que ele merecesse.
-Mas é o tio Black..... E ele é muuuuuuito chato!- suspirou -pai, posso dormir?-
-Pode meu príncipe, vou ficar aqui do seu lado, tá?- beijei sua testa.
-Me acorda na casa da vovó... Você tem cheiro de flor, papai- foi o que ele disse antes de apagar. Nisso, lembranças vieram em minha mente sobre essa pequena frase.
Sean me abraçava com ternura, cheirando minha pele -meu deus, você cheira tão bem... cheiro de flores-
Apertei os olhos pra afastar aquela imagem, querendo esquecer em qual das noites de tormenta Sean havia citando-a. James sempre dizia a mesma coisa... Sempre dizia que eu cheirava flores, e era isso o que me diferenciava de seu tio. Olhando pra ele... Eu via como era parecido com o pai, tanto no jeito de ser como na aparência física. Um homenzinho perfeito, educado por natureza e sempre muito esperto... Às vezes usava sua esperteza pra bagunça, mas eu já estava acostumado a isso. Ele era lindo e meigo... Doce e carinhoso como o pai dele era.
Fechei os olhos e lembrei-me de como fiquei feliz ao descobrir no quarto mês de gravidez que era um menino. De como eu havia fantasiado por horas enquanto chorava o rosto do meu filho, o jeito como ele seria... E quando minha mãe viu a minha gravidez pela primeira vez... Ela chorou como uma boba sem entender tudo aquilo, mas acabou caindo na minha mentira. Confiava em mim, e acreditou
que isso era resultado de uma noite onde eu havia ficado bêbado e nunca mais tinha visto o cara. Junto a meu pai me apoiou. Ajudaram-me nos momentos difíceis da gravidez até James nascer. Os dois ficaram loucos pelo bebê, e tiveram de se conformar quando o levei de volta pra New York onde eu estava morando atualmente e fazendo faculdade. Fora difícil conciliar o trabalho com o bebê, mas com a ajuda de uns amigos de apartamento consegui fazer tudo dar certo, e agora, finalmente, já havia concluído a faculdade e estava trabalhando na minha área há muito tempo, podendo dar uma vida boa pro meu filho sem precisar da ajuda de ninguém.
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Stormy Night (SeanWhite MPREG) - adaptação
FanfictionWhite não sabia se tinha feito o correto. Não sabia se ter assumido a identidade do irmão gêmeo no dia de seu casamento era a decisão mais sensata... Black havia desistido, e agora cabia a White casar-se em nome do irmão para não botar tudo a perder...