Num lugar distante Daiane tentava se adaptar àquele local, raramente saía de sua cela, a visita de seus pais mexeu muito com ela, a fez ter certeza que não queria mais aquela vida com drogas, bebidas e pessoas ruins a seu lado, não esquecendo que ela que tomou decisões e atitudes erradas, que a culpa era toda sua. Sua mãe estava muito abatida, envelhecida, cabelos muito brancos e trêmula, seu pai era mais forte, porém também sofrendo com as marcas do sofrimento, ainda trabalhava na roça e o sol maltrata sua pele, que estava ressecada e escurecida, tinha que cuidar de seus pais, quando saísse daquele lugar e se estabelecesse, os traria de vez pra São Paulo. Percebeu que naquele lugar quanto menos falasse, mais era fácil se adaptar, conheceu algumas outras recusas que também estavam na enfermeira, já havia saído do período de isolamento, ficou sozinha numa cela, agradeceu, porém foi informada, que se houvesse mais entradas as coisas poderiam mudar, eles davam preferência para ter uma reclusa em cada cela, mas muitas vezes era impossível. Ainda sentia os efeitos da abstinência, mas estava aprendendo a lidar com isso, tomava sua medicação corretamente, evitava chamar as Agentes e as enfermeiras, as vezes sentia dores, mas preferia ficar quieta e sofrer sozinha. O Dr. Pedro levou uma TV pra ela, todas as semanas enviava alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, ela também evitava ligar pra ele e nunca pedia nada, além de informações sobre o processo, que a essa altura o habeas corpus foi negado pela Tribunla Superior de Brasília, lhe disse que tinha que aguardar o andamento do processo e até lá ele tava reunindo provas de que era boa pessoa, trabalhadora e que fez aquilo por estar em abstinência severa do uso contínuo da Cocaína. Ela ainda não entendia porque Cris, sua namorada e a tia dela estavam ajudando, se ela quase tirou a vida de duas pessoas, começou a ler sobre religião, lei Alan Kardec, Umbanda, Candomblé e passou a entender um pouco mais sobre estas religiões, até então nunca ligou para essas coisas, não tinha fé, acreditava em Deus, mas não sabia como ele era, na verdade não pensava muito nessas coisas, mas tudo mudou agora.
Escreveu uma carta para para o advogado entregar à Cris, Lorys e Dona Andréia, se desculpava por tudo que fez, mesmo sabendo que nada justificaria seu erro, agradeceu por ajudar seus pais e sua tia, mas o principal era o que estavam fazendo por ela em relação ao processo, disponibilizando os serviços do Dr. Pedro para ajuda-la, ele mesmo falou que nunca tinha visto algo parecido em 32 anos de serviços na advocacia criminal. Ela gostava dele, a tratava muito bem, lhe dava conselhos, trazia livros pra ela, que devorava todos e aumentava sua sabedoria. Quando saía para tomar banho de sol, por orientação médica, ficava em seu canto, observando as pessoas a sua volta, as vezes umas sentavam a seu lado, perguntava como ela estava, se precisava de algo, o que tinha feito para estar ali e ainda mais com um tiro no braço, respondia que tinha feito besteira, mas que não queria falar a reapeito. As enfermeiras a tratavam com dignidade e respeito, não tinha privilégio, mas todos sabiam que o advogado dela era só rico que podia pagar.
Seus pais a visitaram mais 3 vezes, desde que deu entrada ali, pediu para voltarem para casa, que não queria que eles passassem mais por aquele constrangimento da revista para ir visita-la, eles não queriam deixa-la ali sozinha, mas Daiane falou que ela tinha que passar por aquilo porque errou e não eles.
Seus pais ficaram tristes, mas entenderam e também queriam voltar pra casa deles, ja estavam em São Paulo quase um mês e se sentiam intrusos na casa de Mercedes, conversaram com o Dr. Pedro, que ficou de providenciar as passagens de volta, entendeu perfeitamente a posição de Daiane, já viu muitas vezes isso acontecer. Ligou para Andréia pra falar o que tinha acontecido, ela ficou triste porque Daiane ficaria sozinha num momento tão ruim de sua vida, disse ao Dr. Pedro que queria visita-la, nem que fosse uma única vez, ele disse que ia ver o que podia fazer e perguntar se Daiane aceitaria a visita dela, o próximo domingo seria a última visita dos pais dela.
Andréia agradeceu e disse pra ele providenciar as passagens dos pais de Daiane e não deixa-Los passar nenhuma necessidade, bem como Dona Mercedes e Daiane, agora eles eram responsabilidade dela, ele concordou e disse que faria tudo que a amiga pediu e a cada dia admirava mais aquela mulher tão bondosa.
Andréia resolveu não falar nada para Lorys e Cris, pois estavam na casa de praia e ela com amigos se divertindo, mas não deixaria nunca de atender seu amigo e confidente.
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Prazer Indescritível
Lãng mạnLorys era uma mulher de 25 anos, recatada, se sentia diferente das pessoas de sua idade, não tinha vontade de se relacionar sério com ninguem. Porém quando saia se transformava num vulcão de prazer e realizava as fantasias de muitas mulheres. Mas el...