Cris acordou com o toque do celular, pensou que fosse o despertador, era o número de Daiane, quando atendeu um homem perguntou se ela era Cristina, passou mil e uma coisas em sua cabeça, confirmou. Se identificou como enfermeiro, revelou que a dona do celular estava internada por ter tido uma overdose e estava em observação na Santa Casa de São Paulo, que aquele era o unico numero nos contatos so celular dela, Cris disse que logo chegaria la, deu um pulo da cama, colocou uma camiseta e uma calça jeans, entrou no carro e saiu cantando pneu, no meio do caminho se perguntava o que estava fazendo? A reposta era, socorrendo alguém que precisava dela, tentou não lembrar o que Daiane havia feito a ela num passado recente. Não quis ligar para Lorys porque sabia que estava com sua tia na clinica fazendo exames e já estava se sentindo mal por não ter combinado em leva-las. Chegando no hospital, procurou por Daiane, se identificou como amiga, mostrou seu crachá de enfermeira, foi levada ao quarto, estava pálida, ligada em maquinas, passou a mão pela testa da moça que suava frio. Uma coisa era tratar um paciente, outra era ver alguém que conhecia naquele estado, foi em busca de informações sobre o quadro de Daiane, foi informada que estava estável, em coma induzido por causa do estado que chegou ao Pronto Socorro. Ficou ali sem saber o que fazer, não conhecia ninguém da familia da moça, procurou algum contato no celular, não encontrou, nenhum, além do dela, como o enfermeiro já tinha dito, decidiu que esperar sair do coma. Ligou para Lorys, sem resposta, deduziu que estava na Clinica ainda, tentou comer alguma coisa, conseguiu apenas tomar um suco, foi novamente ao quarto, permanecia do mesmo jeito, jogada naquela cama, ligada a fios, respirando com ajuda de aparelhos, tão fragil, o coração de Cris apertou e a cabeça começou a doer. O celular tocou, era Lorys, contou o que havia acontecido, só ouvia a respiração da amiga, quando acabou de falar, Lorys disse que assim que pudesse iria para o hospital, Cris falou que não precisava, ela insistiu, deixaria a tia em casa e depois seguiria para o hospital. A cabeça de Lorys pesou, muitos pensamentos e uma sensação ruim tomou conta dela, Andréia já estava terminando os exames, voltaram para casa após uma hora e meia, Lorys permaneceu calada durante a viagem. Ao chegar em casa foi direto para o quarto, estava se sentindo angustiada, tomou um banho demorado, deitou, acabou adormecendo, teve um sono agitado sem sonhos. Acordou assustada, eram 19:28hrs, ligou pra Cris, a amiga disse que estava em casa com a Daiane, Lorys sentiu uma pontada no peito, falou que tinha recebido alta a duas horas, por recomendação médica não podia deixá-la sozinha, Cris estava sem jeito com aquela situação, Lorys não quis piorar aquela as coisas, disse que se precisasse de algo devia ligar não importava a hora, a amiga agradeceu e desligou. Lorys foi à cozinha, tomou um chá de camomila, Marcia ofereceu um lanche, não aceitou por estar sem fome. Cris ficou olhando o celular, sabia que Lorys ficou grilada com tudo aquilo, foi ao quarto de hospedes, Daiane dormia profundamente, efeito da medicação que tinha tomado no hospital. Tomou um banho bem demorado, pensando em Lorys, mesmo com o que estava acontecendo ficou excitada, se tocou desejando aquela mulher que mexia tanto com ela. Naquele exato momento Lorys pensava em Cris também, olhava a chuva que caia insistente a alguns minutos, percebeu que não sentia só amizade por aquela mulher tão atenciosa, especial, carinhosa, dedicada e com um coração do tamanho do mundo. Teve vontade de ir ao apartamento dela, mas não sabia o endereço, ligou, mas não foi atendida, Cris não ouviu o celular tocar, submersa em pensamentos tumultuados, se deixou ficar quase duas horas no banho. Saiu do banheiro, estava colocando o pijama, quando ouviu seu nome, correu para o quarto de hóspedes, Daiane delirava com febre, ministrou um antitermico e deu a medicação prescrita, conforme orientação médica, falava coisas desconexas, suava muito, estava agitada, a todo tempo falava o nome dela, dizendo que a amava, que ela era a mulher de sua vida, que estava arrependida por te-la feito sofrer, Cris ficou paralisada, dizia que estava ali com ela para se acalmar que tudo ia ficar bem. Após algum tempo Daiane caiu novamente num sono profundo, Cris respirou aliviada, foi a cozinha, seu estômago a fez lembrar que não tinha comido nada solido naquele dia, preparou uma omelete, pensou na primeira noite com Lorys, seu coração inflou de esperança, mas estava confusa e indecisa, não tinha certeza se era correspondida, preferia pensar que não. Comeu devagar, deu uma última olhada em Daiane e foi para seu quarto, pegou o celular, viu a ligação de Lorys, era tarde, mas retornou, no terceiro toque ouviu aquela voz suave que encheu sua alma de alegria, pediu desculpas por não ter atendido antes, omitiu o que aconteceu no quarto com Daiane, conversaram por cerca de vinte minutos, Lorys falou dos exames de sua tia, que tinha se sentido mal após a retirada do material para biopsia, Cris falou do estado da ex, deixou claro que só a levou para seu apartamento por não saber nada de sua família, mas que no dia seguinte procuraria por alguém, um endereço, um nome, com alguem do hospital que trabalharam juntas. Lorys disse que estava com saudades da amiga, Cris ficou emocionada e falou que também sentia saudades dela desligaram. Os pensamentos flutuavam na cabeça das duas, muitas duvidas, perguntas, receios e com esses pensamentos conflituosos cairam no sono. Cris acordou assustada de madrugada, foi ao quarto de hospedes, a moça dormia do mesmo jeito que havia deixado, lembrou que teria que faltar no trabalho no dia seguinte ficou furiosa, pois desde que começou a trabalhar lá, nunca tinha sequer chegado atrasada. Não podia e nem queria deixa-la sozinha em seu apartamento, voltou para o quarto, pegou o notbook, fez buscas na internet procurando alguém da familia de Daiane, no facebook encontrou uma tia, deixou para falar com ela no dia seguinte, sentiu suas pálpebras pesadas, fechou o computador colocou-o na mesa, deitou e dormiu rápido. Sonhou que seu corpo queimava, saia correndo, mergulhava no mar, estava se afongando, mesmo sabendo nadar, sentia a água invadir sua boca, descia sem conseguir voltar a superfície, ao longe via o céu, tentou boiar, mas seu corpo estava pesado, quando não tinha mais folego, sentiu uma mão lhe puxar do fundo do mar, agarrou-a com força, foi andando devagar, via a areia, olhou para a pessoa, ficou surpresa ao ver que era Lorys. Acordou sem ar, transpirando, com o coração acelerado, ficou deitada até se acalmar, levantou, foi ao banheiro, seria um dia difícil e o começo de algo que não sabia o que era, mas sentia que não era bom.
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Prazer Indescritível
RomanceLorys era uma mulher de 25 anos, recatada, se sentia diferente das pessoas de sua idade, não tinha vontade de se relacionar sério com ninguem. Porém quando saia se transformava num vulcão de prazer e realizava as fantasias de muitas mulheres. Mas el...