Andréia não conseguiu dormir aquela noite, de tempo em tempo ia ao quarto de Lorys para olhar como estava, sequer se mexeu, estava na mesma posição em que deitou. O dia clareou e Lorys não saiu do quarto, acordou confusa, pelo efeito do remedio, olhou em volta, reconheceu seu quarto, respirou aliviada, porem ao lembrar que Natalia havia partido pra sempre, chorou muito e compulsivamente. Andreia ouviu seus soluços ao passar pelo corredor, bateu e entrou, Lorys olhou pra ela com uma dor tão grande no olhar que Andreia correu, a abraçou e chorou com ela. Algum tempo depois, saiu e foi a cozinha buscar algo para Lorys comer, tentou recusar, mas Andreia insistiu e ela aceitou comer uma fatia de mamão, tomou um pouco de suco de laranja e comeu um pao de queijo. Sentia seu estomago dar voltas, mas não quis preocupar ainda mais sua tia. Por volta das quatorze horas, Andreia voltou ao quarto e disse que tinha marcado consulta na psicologa, Lorys não queria sair do quarto, não queria claridade, falou que não ia. Andreia tentou protestar, mas decidiu que esperaria mais um ou dois dias. Lorys ficou no quarto deitada, com a camiseta de Natalia vestida, olhava o anel de compromisso, chorava sem parar, seus olhos estava inchados de chorar, nem banho ela queria tomar e não tomaria, ja não tinha motivo pra tomar banho, comer, dormir, sair e muito menos sorrir. Lorys a todo tempo perguntava a Deus porque tinha que sofrer tanto, depois pensava que Deus não existia, depois que existia e a abandonou, estava triste e desanimada com a vida. Num dia era a mulher mais feliz do mundo e de uma hora pra outra tudo mudou, ja era a segunda vez que sofria a dor da morte. Queria morrer, só assim deixaria de sofrer, procurou remedios, mas nao encontrou, lembrou que desde que teve depressão pela morte da família, sua tia não deixava nada no quarto dela. Levantou e procurou uma gilete no armario, encontrou laminas de depilação, quebrou o aparelho, tirou as laminas e fez um corte no pulso esquerdo, a dor era insuportável, mas nem chegava perto da que estava sentindo naquele momento, tentou fazer outro corte no pulso direito, ao começar, desmaiou. Acordou com sussurros e uma luz forte em seu olho, era o medico que a examinava para ver se estava consciente, ouviu alguem dizer: "ela perdeu muito sangue e por pouco não atingiu a arteria e se tivesse acontecido, não teríamos conseguido salva-la". Andreia pegou em sua mão e Lorys chorou mais uma vez, lembrou o que tinha acontecido e que tambem não conseguiu o que queria. Andreia a olhava com tanto amor e carinho a abraçou e disse que não a deixaria partir, que lutariam juntas, que a amava como se fosse sua filha e não deixaria ela sozinha nunca. Após doze horas de observação, Lorys seguiu para o consultório da Doutora Bianca, sua psicóloga, esperavam-na e a trataram com todo carinho como sempre. Lorys entrou e ficou quieta, olhando para o teto, não falou nada, não sabia o que dizer, só queria ir embora. A doutora Bianca, perguntou o que sentia em relação ao que tinha feito, ou tentado, Lorys começou a falar sem emoção, disse que só queria acabar com a dor e o sofrimento, que não aguentava mais, que as palavras vinham em sua cabeça e ela se descontrolou e viu o aparelho e tentou acabar com tudo aquilo. A doutora com toda paciência lhe perguntou: "vai tentar denovo?" Lorys olhou para ela e balançou a cabeça confirmando, sem vontade para responder, a doutora disse que poderia conversar com a tia ou com ela mesma, que não precisava chegar ao limite, mas tentar debafar para aliviar a dor, Lorys voltou a chorar e disse que só queria entender porque tinha que sofrer tanto. A psicologa lhe disse que não podia responder aquela pergunta, mas que poderia ajuda-la a buscar a resposta, falou que ficaria em observação por dois dias e se algo parecido acontecesse, teriam que coloca-la numa clinica para evitar o pior. Perguntou se podia contar com Lorys para evitar a internação, pois estar em casa era, sem duvida, muito melhor e ter o carinho da família o tempo todo a ajudaria muito mais. Lorys concordou com ela e disse que ficaria bem, levantou do divã, a doutora Bianca foi até ela e disse para chama-la a qualquer hora do dia ou da noite, que ela estaria la para ajuda-la e se preciso fosse iria ate sua casa. Lorys sorriu um sorriso amargo e agradeceu, saiu e encontrou sua tia na sala de espera, a Doutora Bianca pediu para Lorys esperar um pouco e pediu para Andreia entrar no consultório. Falou para Andreia observar o comportamento de Lorys, mas não sufoca-la e chama-la ao menor sinal de piora ou crise, falou também que receitou medicação para o dia e para a noite, Andreia concordou e saiu do consultório preocupada, sorriu para Lorys e sairam juntas, a chamou para almoçarem no shopping, mas ela não quis, seguiram para casa e lá Lorys foi direto para o quarto, fechou as janelas e cortinas, tomou a medicação e ficou olhando para o teto, lembrando dos momentos felizes ao lado de sua familia e de Natalia, adormeceu profundamente, Andreia e a empregada Marcia iam a cada meia hora observa-la, faziam o mesmo durante a noite, tudo corria bem e foi assim por alguns dias.
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Prazer Indescritível
RomanceLorys era uma mulher de 25 anos, recatada, se sentia diferente das pessoas de sua idade, não tinha vontade de se relacionar sério com ninguem. Porém quando saia se transformava num vulcão de prazer e realizava as fantasias de muitas mulheres. Mas el...