Extra: Capítulo 11

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Xie Lian respirou um pouco tenso.

Eles sabiam onde estavam. Era a Colina de Beizi, onde eles foram atacados pelos demônios em flor da Terra da Ternura – Wen Rou Xiang. Ali o Príncipe Herdeiro da Coroa de XianLe enfrentou talvez a maior tentação sexual de sua vida ao inalar a Fragrância da Ternura e quase viu todos os seus anos de cultivo serem levados ladeira abaixo por causa do desejo. Nesse mesmo lugar, Hua Cheng havia sido tentado pelos demônios que expuseram sua atração pelo deus na mais tenra idade. Além disso, havia tido que lidar com o fato de ver seu querido excitado até a morte e não poder fazer absolutamente nada. Aquele lugar havia sido tão marcante que o próprio Rei Fantasma fez uma estátua inspirado naquele momento e, tempos depois, criou-se uma grande confusão quando esta mesma criou vida.

Ao perceberem onde estavam, um som atravessou o caminho que cortava a floresta. Seguiram o barulho até que viram uma carroça com um boi e três figuras: um senhor deitado, o próprio Xie Lian conduzindo e San Lang ao seu lado.

O primeiro encontro dos dois!

Seguiram o carro até que este parou em um lugar e não era o Templo PuQi, mas numa caverna familiar. Foi ali que as tentações aconteceram. Xie Lian do sonho acordou o senhor que possuía a carroça e perguntou naturalmente ao que estava de vermelho:

-San Lang, para onde você vai?

-Eu não sei. Devo dormir na rua ou encontrar uma caverna pela montanha e me ajeitar por lá.

- Isso não vai dar certo. Se é para você dormir numa caverna, por que não divide comigo o espaço por esta noite?

O casal que usou o incensário se entreolhou e Hua Cheng ficou bastante atiçado.

- Este San Lang sabia desta caverna?

- Não. Quando eu tivesse esse sonho, nem sabia que San Lang era Hua Cheng, muito menos que era o jovem ao qual havia ido comigo a guerra em XianLe.

- Oh. – O Rei Fantasma parecia cada vez mais interessado. – Quando foi que você teve esse sonho?

- No dia em que dormimos juntos no Templo PuQi. – Xie Lian ficava um pouco envergonhado de admitir que logo de início já tinha tido esse desejo. Afinal, que tipo de deus é esse que recebe um jovem para passar a noite em seu templo e fica tendo sonhos eróticos com ele?

- Que coincidência. O sonho ao qual acabamos de sair eu tive exatamente neste mesmo dia. Isso significa que no primeiro dia em que dormimos juntos já imaginávamos transando um com o outro.

Enquanto isso, durante o sonho, Xie Lian e San Lang entravam na caverna, mas antes de irem a fundo, o taoísta falou para o jovem de vermelho:

- Creio que não trouxe lenha suficiente para montarmos uma fogueira na caverna. Me espere aqui na entrada e eu coletar madeira para a gente.

- Não se preocupe, Gege. Eu irei rapidinho na floresta catar essas coisas e vou aproveitar ver algo para assarmos no fogo. – Assim, o belo homem que estava ao lado do Xie Lian onírico o ajudou a colocar suas sucatas na caverna e logo saiu, deixando o nosso Gege sentado bem no início da caverna reflexivo.

- Que estranho... – Xie Lian do sonho falou consigo. – Há 800 anos eu eliminei todas as flores deste lugar... Por que será que... Eu estou ainda sentindo um pouco da Fragrância da Ternura? Será que, mesmo mortas, elas soltam odor? E, se soltarem... como ficaremos eu e San Lang? Tive uma ideia. Vamos acender um fogo, comer algo e dormir longe um do outro. Assim logo cedo sairemos da caverna.

Como este parecia ser um sonho erótico, Hua Cheng já havia imaginado que este plano do taoísta na caverna não iria ocorrer. Pouco tempo depois San Lang aparece com bastante madeira e cogumelos silvestres e, aos poucos, os dois foram adentrando na profundeza da caderna. Vendo que o jovem casal onírico sumia do campo de visão, Hua Cheng enviou uma borboleta prateada que ficava com certa distância observando a situação.

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