Capítulo 26

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Atlas

🏈

Olho de novo para Júlia e fecho a mão livre em meu colo, se Leo pudesse vê-la agora ele estaria orgulhoso. Porra, eu estava orgulhoso dela, da pessoa que se tornou para cuidar de alguém a quem eu via que ela amava mais do que tudo

- Ela não tem chance meu bem - sussurro e ela pisca inspirando de forma tropeçada - O que ela tem é orgulho ferido, por ter perdido, mas como da primeira vez ela vai perder

- E se ela conseguir? - Julia pergunta mordendo o lábio com força - E se ela conseguir guarda compartilhada? E se a Anne puxar a Maya para isso tudo e a deixar triste?

- Não vai - eu falo e me inclino tocando sua bochecha - Nós não vamos deixar, eu juro

Julia retrocede e eu sinto um aperto no peito. Ela não confia em mim, e merda, eu não poderia julgá-la. Não é como se eu tivesse cumprido minha promessa anos atrás

- Sei que não posso pedir que confie em mim - começo e ela me observa - Quebrei sua confiança, a única coisa que me pediu foi a única coisa que eu não consegui cumprir e sinto muito por isso - Julia inclina a cabeça e eu continuo - Seria mentira se eu falasse que voltaria atrás, que eu não faria o mesmo. Porque eu sei que faria. Eu não estava bem, eu não estou bem, mas estou melhorando.

- Eu sei

- E sabe que eu não faria nada para machucá-la de propósito?

- Sim

- E sabe também que a minha pessoa preferida é você?

- Sim - ela sorri e eu me inclino sobre a mesa sentindo seu perfume

- Não teria como ser diferente - sussurro e ela assente suavemente antes de me beijar, puxo-a para mim mas ela se afasta rindo e fungando

- Nem pensar que vamos dar uns amassos nessa mesa suja - ela fala e eu expiro

- Certo - olho para nossos copos e inclino o queixo para a porta - Vamos embora?

- Ok, mesmo que eu quisesse fazer mais perguntas

- Credo, então vamos embora - finjo estremecer e ela ri se levantando. Não vendo nenhum garçom perto de nós, empurro alguns caras com o ombro e me aproximo do balcão entrelaçando meus dedos com o de Julia. Uma menina sentada no banco sorri para nós e eu aceno em sua direção antes de chamar a atenção do bartender.

Resmungo quando ele gira para o outro lado e me viro no mesmo minuto que a menina de pompons no cabelo oscila na cadeira, seguro seu cotovelo e ela ri alto e estridente antes de sentar no banco de novo

- Ugh, a cachaça e suas humilhações - Julia fala baixinho e eu lanço um olhar divertido para ela. Pisco horrorizado quando vejo um braço vir na direção errada e tento puxar Julia mas só o que consigo é fazer com que o tapa forte tenha sido estranho e tenha a atingido na testa - MAS QUE PORRA É ESSA? - ela grita e eu solto sua mão enquanto giro e pego o pescoço do cara bêbado

- O que pensa que está fazendo? - eu pergunto, minha mão aperta seu pescoço para baixo e uma pequena multidão se junta à nossa volta

- Essa é... - o cara soluça e eu faço uma careta - Minha namorada cara

Olho na direção da garota bêbada e a vejo acenar animadamente para mim, Julia entende também e revira os olhos jogando as mãos para o alto

- Ah meu deus, vocês caras querem fazer competição de mijo também?

Os homens à nossa volta se afastam e eu empurro o cara para longe antes de pensar melhor na testa vermelha de Julia. Jogo meu punho em seu rosto e barriga e ele cai para frente cuspindo no chão, forço seu queixo para cima puxando seu cabelo e aponto para a garota.

ENDZONE: Sem RegrasOnde histórias criam vida. Descubra agora