Capítulo 2

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Atlas

🏈

Acordar com o seu corpo sendo acariciado deveria ser uma sensação boa

Mas não era, não quando eu podia sentir as unhas afiadas e a mão gelada em torno da minha coxa. Inspiro bruscamente e rápido demais para ela perceber eu agarro sua mão a afastando de mim

- Você tem que ir embora

- Posso ficar com você - ela ronrona tentando subir em cima de mim - Sei como entrevistas te chateiam

- Sabe também que há certas atitudes que me chateiam?

- Vamos lá Santini - sua voz se torna ainda mais doce, e porcaria, eu já estava ficando enjoado - Eu sei que você quer

Abro os olhos e vejo os cabelos pintados de uma cor para parecer natural enquanto seus cílios pretos demais quase roçam suas bochechas. Tudo nela gritava superficialidade

Inclusive as malditas unhas que continuavam se arrastando por meu peito

- Saia Sarah

- Mara - ela corrige fazendo uma careta, bufo esfregando o rosto e me empurro para fora da cama, já que pelo visto eu não conseguiria voltar a dormir. E talvez nem quisesse, não quando os sonhos eram parecidos com o do mês passado

- Quero você fora daqui quando eu sair do banheiro

- Você é um idiota mesmo - ela grita se levantando, suspiro me levantando e estalo o pescoço - Não sei como fui me relacionar com você

- Tem uma ideia errada do significado de relacionamento - comento agarrando minha toalha - Nós passamos três dias juntos e agora você está na minha cama sem ser chamada. Eu dificilmente chamaria isso de relacionamento, apenas de invasão

Sarah...Mara, range os dentes e agarra seu vestido batendo a porta do meu apartamento em seguida. Olho para a porta e giro a chave fazendo um lembrete mental de trocar a fechadura e reclamar dos seguranças.

Entro debaixo do chuveiro deixando a água escorrer e fecho os punhos vendo os arranhões e as marcas. Apoio a testa na parede tentando não lembrar mas xingo assim que a imagem de longos cabelos negros invade de novo meus pensamentos

Eu estava vivendo meu próprio inferno pessoal

Bato na parede com força e desligo o chuveiro depois de dez minutos incrivelmente longos. Visto uma calça moletom e uma blusa preta e saio catando as chaves e a carteira

🏈

- Cara, aquilo foi incrível - Sean comenta enquanto tenta acertar a bola número quatro - Foi uma jogada impressionante

Me abstenho de responder apenas invertendo um pouco mais de cerveja enquanto as pessoas passam por mim sem me reconhecer graças ao capuz e boné

- Seus empresários devem estar em êxtase - ele continua e passa para mim. Faço minha jogada e levanto a garrafa meia vazia quando venço a partida. Sean suspira e se arrasta até o balcão pedindo mais uma rodada, me aproximo apoiando o cotovelo na mesa e acompanho com o olhar a gota de água escorrer da garrafa até a madeira desbotada - Você não deveria estar sendo entrevistado ou algo do tipo?

- Talvez - respondo e agarro a nova garrafa - Mas não é como se fosse minha obrigação

Sean me encara duvidando mas afasta o olhar quando vê que eu não estou nem um pouco afim de entrar nesse assunto. Olho ao redor vendo as pessoas se movendo em torno das mesas e do palco e franzo a testa vendo um casal tirando fotos perto do quadro de avisos

ENDZONE: Sem RegrasOnde histórias criam vida. Descubra agora