Capítulo 32

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Júlia

🏈

- Qual é o lance dessa gravata? - Carine pergunta mastigando sua pipoca com manteiga o suficiente para entupir todas as suas vias respiratórias. Olho de lado para ela e sorrio me virando para a tela e vendo Atlas correr pelo campo junto com sua equipe

- Você com certeza não vai querer saber

Carine fica em silêncio e eu lanço um olhar malicioso de volta

- Eca - ela grita e sua filha no berço a olha parando de brincar com as pequenas bailarinas dançantes. Dou risada e mastigo meu chocolate me espreguiçando no sofá quentinho

- Eu já vou indo, tenho que pegar a Maya na casa da Patty - Carine faz uma careta e eu bato em seu braço - Hey, a Patty está mudando, acho que Maya está ajudando-a a se tornar mais...

- Equilibrada? - ela tenta e eu mostro a língua - É sério, ela quebrou meu jarro de flores na última vez que foi para a minha sala

- Porque você tinha um jarro? Você nem ganha flores

Carine estreita os olhos e assim que pega o travesseiro com estampa de flores delicadas e brancas ela para e olha para a porta vendo seu marido entrar com um sorriso enorme

- Se é para jogar em alguém, jogue nele - falo e dando um beijo rápido em minha sobrinha, droga ela já está crescendo, eu escapo ao som dos gritos de Carine e dos sussurros de ajuda de Davi

Eles eram engraçados

🏈

Movo a terra para o lado e faço uma careta, então repito tudo de novo e jogo para o outro lado. Droga, serviço de jardinagem não era comigo

- Isso é uma flor? - Maya pergunta me mostrando uma erva daninha, tiro de suas mãos e jogo dentro do balde

- Com certeza não

- A professora bem que podia pedir para a gente fazer apenas flores falsas - ela resmunga baixinho e lá dentro eu concordo quando vejo minha unha cheia de terra por dentro e por fora. Credo, aquilo era terra no cabelo de Maya? Porque se fosse....Lá se vai mais duas horas para desembaraçar

- Oi - pisco olhando para frente e ajeito os ombros vendo Anne parada na nossa frente com um vestido de verão amarelo. Um sorriso tímido aparece em seu rosto e mesmo sem querer eu tento observar seus olhos, mas não era como se eu pudesse ver daqui

- Oi - respondo por fim e vejo Maya me olhando desconfiada. Eu devo ter falado com uma voz engraçada, então tento de novo - Como você está?

- Melhorando - Anne responde e então olha para Maya e depois de um segundo ela olha para mim. Ela estava pedindo permissão para se aproximar. Olho para Maya e vendo sua expressão curiosa, mas tranquila eu aceno uma vez. É o bastante

Ela se aproxima e se abaixa, fincando os joelhos na grama onde não mexemos ainda. Anne sorri olhando nossa bagunça e estende a mão para Maya que não a pega hesitando

- Eu sou Anne, sou amiga de Leo

Maya a olha surpresa e se virando me encara, a pergunta em seus olhos cintilando. Assentindo sorrio e ela se vira pegando a mãe de Anne lhe dando um aperto rápido antes de voltar atrás

- Sou Maya Laurent, mas pode me chamar de Maya - ela fala inclinando o queixo para cima - Apenas titia pode me chamar de abelhinha, a titia e o tio Atlas

- Ah é? - Anne pergunta rindo e eu respiro tranquila - E porque esse apelido?

Maya começa a criar sua própria história e eu relaxo os músculos tensos. Estava tudo bem. Elas ficariam bem

ENDZONE: Sem RegrasOnde histórias criam vida. Descubra agora