Capítulo 29 :

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CARLA

Cinco meses depois

Hoje é o aniversário de Arthurzinho, convenci Arthur de fazermos uma festinha com os seus funcionários e amigos mais próximos. Meu pai e minha tia virão, eles não poderiam faltar, assim como Angela, com muito custo conseguir convencê-la de pegar o avião, ela virá com seus filhos que não puderam vir há cinco meses, quando meu pai e minha tia tiveram aqui, Fernando e Fernanda viriam no mesmo dia que eles, mas houve um imprevisto. Então, a viagem deles havia ficado para o dia seguinte da chegada de meu pai e da minha tia, mas infelizmente não puderam vir. Tenho contato com eles por mensagem de texto, Arthur ainda tem ciúme de Fernando e não me importo com isso, somos amigos e ele terá que aceitar.

Nesse tempo, muita coisa aconteceu, Tininha não voltou a entrar dentro da casa como Arthur pediu a ela, apesar dele ainda continuar pagando seus estudos, já Leandro acabou sendo demitido no dia em que me levou para conhecer a fazenda, não concordei quando soube, ele não tentou ter algo comigo, mas Arthur como xucro que é, ficou com ciúme do jeito que ele me olhava, segundo Arthur, Leandro tinha segundas intenções comigo.

Gabriela não resistiu ao charme de João Guilherme e estão tendo um caso, sua esposa não assinou o divórcio, ela insiste para que ele venda a fazenda e divida com ela o dinheiro da venda. Gabriela tem sorte de ninguém ter descoberto seu caso com João Guilherme, não quero pensar no que vai acontecer se descobrirem, aqui no interior, qualquer coisa é motivo de falatório. Ela e sua irmã são minhas amigas e não as quero sofrendo.

Arthur sabe desse caso e não gosta nenhum pouco disso, ele teme que termine mal toda essa história, concordo com ele, passei por algo parecido com o que eles passam e não terminou nada bem, a única diferença é que Marcos nunca me amou, diferente de João Guilherme que demonstra amá-la de verdade. Espero que tudo termine bem, só quero vê-los felizes.

Arthur: Meu garoto está fazendo dois aninhos, papai está tão feliz — Arthur joga o Arthurzinho para cima e claro como toda criança sapeca, ele dá altas gargalhadas.

Carla: Arthur, você pode o machucá-lo, ele vai cair no chão — indago morrendo de medo que ele caia no chão.

Arthur: Não vou. Diga para a mamãe que não irei te derrubar.

Meus olhos se enchem de lágrimas ao ouvir ele dizer que sou a mãe de Arthurzinho é a primeira vez que Arthur fala assim, me deixando emocionada e surpresa. A patricinha da cidade grande se tornou mãe, isso é tão surreal.

Arthur: Por que está chorando Carla? — ele se aproxima de mim e me olha preocupado.

Carla: Acho que é TPM — brinco.

Arthur: Estou falando sério. Sente alguma dor, se estiver...

Carla: Nada disso — o corto. — Apenas fiquei emocionada ao se referir a mim como mãe do Arthurzinho. — seco as lágrimas que caíram em seu rosto.

Arthur: Sei que durante esses meses em que estamos juntos nunca disse que você é a mãe dele, mas essa é a realidade, Carla. Você o trata como um filho, cuida dele e o ama como tal.

Carla: Não quero apagar a imagem de sua verdadeira mãe.

Arthur: E não vai, ele crescerá sabendo que Rafaela é a sua mãe biológica e você a mãe de coração.

Ele toca em meu coração. Meus olhos voltam a se enxerem de lágrimas. Droga! Estou muito emotiva hoje, o que está acontecendo comigo?

Arthurzinho: Não chola! — diz Arthurzinho.Seu vocabulário aumentou bastante nos últimos meses. — Colu mama!

É a primeira vez que ele se dirige a mim como mãe. Arthur me entrega Arthurzinho, o pego em meu colo debulhando em lágrimas. Arthurzinho passa as suas mãozinhas em meu rosto, tentando enxugar as minhas lágrimas. Olho para Arthur e ele também está como eu, emocionado. Escutamos batidas na porta, Arthur autoriza que entrem.

Gabriela: Meu pai acabou de ir buscar sua família no aeroporto, Carla — indaga Gabi que está mais pálida do que de costume.

Carla: Obrigada por nos avisar — falo. — Vou descer com a Gabi para ver como anda a organização da festa.

Dou um beijo em Arthur e saio do quarto com Gabriela e Arthurzinho em meu colo. Pego no braço de Gabriela e a puxo para o meu quarto. Coloco o Arthurzinho no chão e ele vai em direção ao seu brinquedo do Homem-Aranha.

Arthurzinho: É o homi alanha, mama! — fala ao pegar o seu boneco.

Carla: Sim, meu amor é o Homem-Aranha — li um artigo sobre o desenvolvimento dos bebês, que toda vez que eles pronunciarem palavras erradas, não devemos os corrigi-los, mas as repetir do jeito certo.

Gabriela: Ele está te chamando de mãe? — pergunta sorrindo.

Carla: Começou hoje, Arthur o incentivou.

Gabriela: Ele faz muito bem, você é a mãe dele, Carla. — seu sorriso sai melancólico. — Não iríamos ver como está a organização da festa?

Carla: E vamos, te trouxe para o meu quarto, para lhe perguntar o que aconteceu. Por que está triste? — Seus olhos lacrimejam.

Gabriela: Eu sou muito burra.

Carla: Não diga isso, amiga — a abraço para dar conforto. — Diga o que aconteceu te fará se sentir melhor.

Gabriela: Acho que estou grávida — fico sem saber o que responder ao tamanho do susto de sua revelação.

Carla: Fez o teste? — Pergunto.

Gabriela: Ainda não tive coragem para fazer, a cidade é pequena e tenho medo que descubram caso eu compre um teste de farmácia ou faça no laboratório da cidade.

Carla: Pode ser um engano, não sofra antes do tempo.

A porta é aberta por Manuela, seu sorriso morre ao ver sua irmã aos prantos.

Manuela: Quá! Tá chorando por quê? — se aproxima da cama. Explico para ela sobre a possível gravidez de sua irmã. — Minha nossa! — diz abismada. — Tem quanto tempo que tu, não tá de tchico?

Gabriela: Tem dois meses que não fico de tchico — responde. — Tenho quase certeza de que estou grávida. Sinto que meus seios estão maiores, a fome aumentou, e fico emotiva por qualquer coisa. — Fico em alerta quando ela diz emotiva.

Carla: Será... não pode ser — múrmuro.

Gabriela: Não pode ser o quê? — Pergunta.

Carla: Pensei alto meninas, não se preocupem.

Agora sou eu que estou apreensiva, também posso estar esperando um bebê. Ao menos apresento alguns possíveis sintomas de uma gravidez.

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