Capítulo 51 :

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CARLA

Arthur apesar de um pouco abatido ele continua lindo, sua barba e cabelos estão maiores, mais másculo do que já era, como se isso não fosse possível. Passado o susto, tento relaxar ouvindo músicas, olho para a playlist do meu celular e ponho a primeira música que vejo para tocar, a terceira canção é do Alan Jackson I'll Try. Nunca curti sertanejo ou "country", o sertanejo americano, mas depois que fui morar na fazenda e ter escutado por tabela porque Arthur, Manuela e Gabriela amam, acabei curtindo.

Escutei inúmeras vezes a canção do Alan | Jackson apesar de a música ser muito antiga é atemporal, nunca tinha reparado na letra, o quanto é linda, me faz ficar emocionada. Na canção ele não promete mundos e fundos, é honesto, diz não ser perfeito, mas fará de tudo para dar o seu melhor, e unicamente amá-la, ser verdadeiro. Ele não prometeu céus e terras, mas prometeu lutar e fazer o possível.

Essa canção me lembra Arthur, ele nunca me prometeu a lua e as estrelas, a diferença dessa canção para a nossa história, está no fato dele ser verdadeiro e honesto com o seu amor, coisa que Arthur não foi comigo. Aprendi que o amor não é sobre os dias de bonança, mas a união diante das tempestades. Nem sempre há dias de sol, o que importa é a união diante das adversidades. Isso quando não há uma traição no meio.

Carlos: Chegamos, meu amor — fala meu pai ao estacionar no aeroporto.

Pensei em pegar um carro de aplicativos, mas ele insistiu para me deixar no aeroporto, deixou o trabalho em segundo plano para me trazer.

Carla: Obrigada, pai! — agradeço.

Carlos: Não estou feliz com sua ida para a fazenda — diz com a cara amarrada.

Carla: O Arthurzinho ficou doente, pai. Não posso fingir que não tem nada acontecendo, que isso não me afeta.

Carlos: Sei disso filha, eu não confio é no Arthur.

Carla: Antes o senhor confiava, até me obrigou a casar com ele.

Carlos: Ele demonstrou ser um homem bom, seus familiares eram pessoas incríveis, honestos e leais. Tinha certeza que você se tornaria uma pessoa melhor depois do casamento, mesmo a contragosto.

Carla: E você estava certo, eu mudei, sou outra Carla.

Carlos: Mudou para melhor, mas a troco de quê? — solta o ar. — Estou muito feliz pelo seu amadurecimento, mas tudo isso terminou com o seu sofrimento, e me arrependo amargamente em ter te casado a força. Se eu soubesse que Arthur era um traidor, jamais a teria casado com ele.

Carla: Papai! — toco em seu braço. — São águas passadas, só estou voltando para a fazenda apenas pelo Arthurzinho, Arthur sabe que não é definitivo.

Carlos: Não quero que volte para ele, mas se mudar de ideia — suspira. — Vou te apoiar, caso mude de ideia e acabem se acertando.

Carla: Obrigada pelo apoio pai, mas não terá volta, estou muito magoada com tudo.

Carlos: Queria poder curar essa mágoa que sente, filha — faz carinho em minhas mãos.

Meu pai leva uma de minhas malas para o desembarque, dessa vez trouxe poucas coisas, tem coisas minhas na fazenda, eu acabei esquecendo de contratar a empresa de mudanças que empacotaria tudo e transportaria de volta para São Paulo, em meio a tantos problemas, acabei deixando tudo para segundo plano. Meu voo é anunciado, despeço-me dele.

Carlos: Cuide-se, minha anjinha — lhe dou um abraço apertado e um beijo em seu rosto.

Antes do voo, tomo meu remédio para enjoo que a médica me receitou, ele me dá sonolência, durmo durante toda viagem.

O Xucro 🐴Onde histórias criam vida. Descubra agora