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Era de partir o coração, a aura pesada no ambiente era mórbido, o cheiro podre piorava tudo. Uma lembrança de que a morte havia passado por ali. Era engraçado ver todo o acampamento cheio de corpos e sangue de amigos e colegas, enquanto o céu se tornava mais bonito a cada estrela que surgia, uma mais brilhante que a outra. Uma piada de mau gosto.
Ver Andrea estática debruçada sobre Amy me fazia querer chorar junto, mas já não tinha lágrimas. Nosso sol havia ido embora nos deixando à mercê da escuridão da noite.
Durante a madrugada fria e solitária, me entoquei em minha barraca chorei muito, fazia tempo que não chorava assim. Ao ponto de soluçar e ficar sem ar, agoniante. Por mais que eu tentasse suprimir, as lágrimas desciam sem meu consentimento.
Mesmo que ninguém falasse nada, era evidente que ninguém iria continuar ali. Era exposto e os riscos enormes, mesmo com sistemas improvisados de alarme se um bando maior ainda iria acabar com o resto do acampamento.
Quando a manhã chegou, estava quente mas frio ao mesmo tempo, o cheiro da carniça piorou com o passar das horas. Mesmo com minha barriga roncando de fome, comer não era algo que conseguiria.
O pessoal se juntou para limpar o acampamento, tirar os corpos da clareira e ao redor das barracas. Daryl os finalizava com um picareta enquanto Glenn e T-dog usavam luvas e levavam os corpos para a fogueira.
Torci o nariz pelo cheiro de queimado e podridão, eles não tinham sido muitos espertos em fazer uma grande fogueira com caminhantes bem no meio do acampamento.
Andrea continuava no mesmo lugar e posição, de forma estática observando Amy. Alguns haviam tentado consolar a loira, mas não era algo fácil. Lori tinha acabado de ir lá, mas logo se levantou e balançou a cabeça.
Respirei fundo e me levantei indo até ela, me sentei ao seu lado observando o rosto da falecida, rolei meus olhos para observar o rosto de Andrea. Seu olhar vago e triste me emocionava. Suspirei me encostando em seu corpo juntando nossas cabeças.
