𝓬𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 1

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—Ai! Que tédio!
Fiquei o dia todo fazendo as tarefas de casa, o que não acho algo ruim na verdade, o que eu não aguento mais é estar nesse quarto, olhando para o teto sem absolutamente NADA para fazer.

Não quero pegar no celular agora, e até pensei em escrever, mas também não me vem nada a cabeça, pode se dizer que ultimamente estou tendo o famoso bloqueio criativo, por mais que seja algo que eu AME!! Depois de cantar e ler.

Me lembrei agora que tenho vários livros na estante a espera de serem lidos, porém não encosto neles a 1 semana e não estou muito preocupada na verdade, agora que estou de férias tenho bastante tempo para continuar adiando. Entretanto preciso URGENTEMENTE de alguma coisa para fazer.

E é nesse momento em que meu telefone vibra recebendo uma mensagem.
Rolo pela cama preguiçosa, e esperançosa para que não fosse alguma notificação do grupo da minha turma pedindo para sair, e não é que eu não queira sair, eu só não quero sair COM ELES. Tudo bem, eles são simpáticos, mas eu não me encaixo naquele meio, na verdade nunca me encaixei muito bem em meio nenhum.

Então, uma sensação de alívio me percorre quando vejo que não é a minha turma, era um anúncio da biblioteca pública perto de casa, dizendo que iriam chegar livros novos. Eu adorava aquela biblioteca, porque quando os livros novos chegavam aqueles que ficavam mais ao fundo, eram mais velhos e mais surrados ficavam baratíssimos, até de graça.

Vendo a mensagem dei um pulo da cama e fui tomar um banho, bem gelado diga-se de passagem, porque o calor hoje está INSUPORTÁVEL.
Meu banho até que foi rápido, mas mesmo assim só amassei o cabelo, não estou com humor para fitagem hoje. E o meu ondulado fica mais natural assim.
Me vesti rapidamente, um short jeans, uma camisa azul escura e meu tênis cinza da Nike.

Já era quase fim de tarde, então fiquei surpresa quando a minha mãe não fez um "show" quando eu disse que iria sair aquela hora. Para um bairro tão conhecido pelo perigo no Rio de Janeiro, até que vivemos em uma parte bem tranquila, mas ela prefere sempre não arriscar. Meu pai trabalha até tarde e por isso compartilha da mesma opinião.
Passei pela cozinha, e vi a minha mãe lendo qualquer coisa no celular até me ver e dizer...ou melhor gritar:
—NÃO VOLTE TARDE ARYA!

Com um movimento como de uma continência brinquei com ela.
—SIM SENHORA!

E fui para a garagem, peguei na minha bicicleta e sai de casa.

A caminho da biblioteca, fui pensando em que tipo de livro iria querer, e acho que hoje vou ficar com a fantasia, meu gênero favorito de leitura, até porque coincide bem com a maioria dos meus sonhos.

Desde pequena antes mesmo de começar a ler, já sonhava com pessoas com poderes, asas, peles coloridas e reinos com palácios flutuantes. Minha mãe já me perguntou se eu achava normal uma garota de 17 anos gostar tanto de fantasia quanto uma menina de 11 anos, simplesmente dei de ombros e voltei ao que estava fazendo.

Sempre amei fantasia por conseguir fazer eu esquecer de todos os meus problemas, por me transportar para outra realidade e por conseguir fazer em me sentir em casa com isso. E eu ao mesmo tempo que sinto pena por não ser possível, eu continuo achando que é melhor assim porque tenho certeza que eu seria a personagem que morreria primeiro.

Pensando sobre tudo isso, nem me dei conta de que cheguei.

Um enorme prédio antigo é isso que esse lugar é, já perguntei a uma funcionária que trabalhava aqui porque nunca reformaram, ela disse que quiseram manter a arquitetura antiga como "património histórico", mas eu chamo de "o país não querer aplicar dinheiro nas coisas certas".

O lugar parece um castelo dos filmes de terror antigos, realmente um grande castelo construído em arquitetura gótica, mas com tantos livros a estética do lugar fica agradável aos olhos é uma visão que realmente parece que estou dentro de um livro, porém esse livro poderia ser Harry Potter para essas escadas se mexerem QUEM ACHOU QUE SERIA UMA BOA IDEIA COLOCAR TANTAS???

TysarisOnde histórias criam vida. Descubra agora