𝓬𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 3

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O livro...

Aquele livro que eu comprei na biblioteca...folheei algumas páginas dele. Me lembro vagamente de algumas coisas, mas lembro de ter lido essa palavra.

— Minha mochila...CADÊ A MINHA MOCHILA?!— grito um pouco alto demais, mas Jade responde.

—Calma ai garotinha, ela estava meio chamuscada, e o livro que estava dentro também parecia um pouco queimado nas beiradas.

—Você mexeu nas minhas coisas?—pergunto incrédula, odeio quando invadem minha privacidade.

—Encontrei uma estranha que não sei como, mas nem sequer é feérica, desmaiada no meio da floresta, com as roupas queimadas, totalmente desorientada e mais impressionante mesmo não sendo feérico você tem energia mágica.—fala aumentando cada vez o tom de voz, acrescentando:—Como não acordava nunca, SIM eu olhei nas suas coisas, falando nisso DE NADA!

Fico em silêncio por alguns segundos absorvendo o que ela acabou de me dizer, quando sou arrancada de meus pensamentos com uma pergunta do lob- de Amarok para mim.

—Qual é o seu nome?—faz a pergunta tão tranquilamente quem nem parece ameaçador.

—Arya.

—De onde você é Arya?

—Eu até diria que ela é da nobreza de Diamonde se não fosse pelos olhos castanhos, orelhas curtas e a mecha vermelha no cabelo castanho escuro.

—MECHA VERMELHA?!?— finalmente me levanto da rede e procuro um espelho ou algo parecido para ver o meu reflexo porque não posso acreditar.

—Está procurando aquilo ali?—diz Jade apontando para um cômodo escondido por uma cortina de linho com a cor um pouco mais clara que o chão, onde realmente havia um espelho.

E dou de cara com o meu reflexo assustado. Meu estado está lamentável, mesmo dormindo por algum tempo minha expressão é de cansada, minhas roupas rasgadas e chamuscadas e um leve choque bate em mim quando olho para meus braços, já havia esquecido das marcas vermelhas e estranhas que apareceram em mim. Olho para o espelho novamente vendo a mecha vermelha do lado esquerdo da minha cabeça.

Essa mecha é de nascença, algo que ninguém da minha família nunca entendeu porque não a sequer UM RUIVO para contar história na minha árvore genealógica. Quanto mais ia crescendo, mais a cor ganha destaque, o que passou a me incomodar então pedi a minha mãe para pintar o cabelo, mesmo sendo um pouco nova minha mãe entendeu e permitiu. Então COMO RAIOS ISSO— quer saber nada faz sentido mesmo, vou deixar essa pergunta para mais tarde.

Volto para o cômodo que estava, sendo analisada pelas duas figuras presentes.

Quando chego a frente deles fico parada olhando para o chão sem saber o que fazer, quando sou "acordada" por Jade.

—Deixa eu adivinhar, isso também não estava aí antes?— perguntou com um sorriso ladino e uma sobrancelha arqueada.

Apenas balancei a cabeça em aprovação.

—Arya—chamou Amarok vindo em minha direção, então me dou conta de que se ele ficasse sobre duas patas teria quase 3x o meu tamanho.—Queremos te ajudar, não precisa ter medo. Mas tem que nos contar o que sabe e o que lembra para vermos o que podemos fazer.

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