Tysaris

𝓬𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 8

O sol foi nos deixando a medida que andávamos mais para achar outra clareira para dormírmos, e que bom por isso, passamos dois dias andando e com certeza não aguento mais uma hora andando.

ESTOU EXAUSTA.

Minhas pernas podem muito bem ser descritas como gelatina neste momento, estou mesmo sem forças, espero que valha a pena toda a caminhada. Porque siceramente, se chegarmos a Platines e Celeste não conseguir me ajudar, juro pelos meus poderes que eu mesma mato a Jade.

—Acho que aqui esta bom.—a mesma diz.

No exato momento que diz isso Tália caí no chão por conta do cansaso, fazendo fris cair de suas costas, a menina está tão exausta que só consegue suspirar. Eu faço o mesmo que Tália e me lanço ao chão. Amarok também aparenta cansaço, mas estável o suficiente para ficar apenas sentado, Jade no entanto já se esgueirou para algum lugar, não sei se para conseguir lenha ou simplesmente fazer guarda ou até mesmo ficar longe de Íris. Ao longo do caminho, Íris tentou vez ou outra qualque assunto ou desculpa para dizer qualquer coisa, mas Jade parece um caixa fechada com sete chaves com a menor.

O que me faz questionar uma coisa que não tive coragem de perguntar ainda, se é tão desconfiada de tudo e todos ao seu redor, por que esteve tão disposta a me ajudar quando me encontrou na floresta?

Olho para os lados para ver se ainda esta em meu campo de visão, mas não vejo nada. Até porque, disparar raios das mãos não significa que agora sou capaz de ver no escuro.

—Ela não demora a voltar, fique tranquila.—Amarok diz com toda certeza e tranquilidade.

—Ela é uma pessoa bem ranzinza. Diz a menina, já encolhida com os joelhos puxados para o peito, braços cruzados encima deles e a cabeça abaixada com o rosto escondidonos braços.

Parece um pouco chateada.

—Não sei o que fiz para não gostar de mim.—sua fala sai abafada por conta do obstáculo a frente da boca.

—Ela é assim com todos Íris.—fala tentado tranquilizar a menor, mas sem muito resultado.

—Não liga muito não, ela é grossa assim, mas é gentil.—faço meu máximo para ela não perceber que as minhas palavra são da boca para fora. Porque isso é o que eu quero acreditar, mas ainda não a conheço realmente para dizer se estou certa.

—Ela não parece ter esse problema com você e pelo que eu me lembro, vocês disseram que também acabaram de se conhecer.—parece cada vez mais cabisbaixa.

E isso é algo que nem eu entendo.

Abaixei a cabeça por uns minutos pensando se deveria perguntar a Amarok o «por quê?».

Então finalmemte me viro para Amarok e faço-a.

—Isso é uma pergunta que eu também me fiz, até porque quando eu acordei, lembro de Jade dizer qualquer coisa que você a convenceu a me ajudar, mas depois que fomos para a casa de vocês, ela não parecia distante ou desconfiada como faz com Iris. Por quê?

Amarok ajeita um pouco a postura e pigarreia antes de começar a falar.

—Tem razão, eu realmente a convenci. Disse que você não parecia ser daqui e que pelo seu estado, não devia ter ninguém e não sobreviveria sozinha. Ela não gostou da ideia, mas começou a ver o seu estado. Inconsciente, aparentemente cansada, sozinha, com as roupas chamuscadas? Ousaria dizer que se lembrou de si mesma em uma época sombria de sua vida.

—E até hoje não entendemos porque você estava tão molhada no meio daquele caminho, nem como Amarok pode ser tão linguarudo.—todos viraram a cabeça na mesma direção.

Jade com vários gravetos nos braços, olhando para nós com sua sobrancelha arqueada e seu tom irônico de sempre.

—A quanto tempo está nos ouvindo.—ouso perguntar.

—Desde que Amarok disse que «me convenceu» a te ajudar. Que só por acaso, é uma MEIA verdade. Só quis te ajudar depois de ver seu estado deplorável, não foi por causa do seu discurso bola de pelos.

Vou fingir que não me sinto envergonhada nesse momento. Então decido dirigir uma pergunta diretamente a ela.

—Eu poderia muito bem ter sido uma armadilha para você, então porque não exitou comigo, mas não consegue confiar em uma menininha.

—Eu não sou tão nova assim, já tenho 156 anos.—cruza as pemas finalmente deixando de estar encolhida e ajeita a postura.

Arregalo os olhos totalmente surpresa.

COMO ESSA CRIANÇA TEM MAIS DE 6 ANOS??? (P/S da autora: estando num mundo mágico onde nada parece normal para você?)

—Simples, porque eu não confio em nada nem ninguém dentro ou fora dessa floresta, qualquer coisa pode ser uma ameaça, qualquer coisa É uma ameaça. Foi fácil te levar para casa porque estava claro que você NÃO ERA ameaçadora, e depois de uma longa conversa entendi quem você era.—sua fala se torna cada vez mais agressiva—Íris e Tália são duas ESTRANHAS que apareceram DO NADA no meio do nosso caminho, afirmando que poderiam nos ajudar, mas que conveniente NÃO É MESMO? Foi a vez de Íris se levantar e falar, seus passos pesados e seu semblante parecem irritados.

—Poderia ser conveniente mesmo, tem razão! Uma ARMADILHA PERFEITA! Se não fosse o fato de eu também estar me arriscando saindo das minhas terras, arriscando minha vida, A VIDA DA MINHA ALIADA! Pela sombria Obsidian!—sua voz esta cada vez mais embargada—Eu QUERO ajudar, de verdade..

—Então me responda. POR QUE não está com sua família?—Jade e Íris estão gritando frente a frente e eu e Amarok não sabemos se devemos intervir

—OLHA que boa pergunta, deve ser porque eu tenho uma vida para viver e não posso ficar ao lado dos túmulos deles TODAS AS HORAS DO DIA!!

Depois da última confissão de Iris todos ficaram quietos assistindo as lágrimas da pequena começarem a cair, até que ela correu para cima de sua pantera e as duas subiram a árvore mais próxima e saíram correndo na escuridão da floresta de galho em galho.

Eu olhava incrédula para Jade, mas ela só me deu o olhar mais frio que pode e continuo a montar acampamento.

Me sento no chão abismada com tudo que acabou de acontecer, Amarok percebe meu transtorno e se aconchega a minha volta.

Sei o que quero fazer, mas não sei o porque, o meu corpo não se mexe.