Controle-se, Munson • steddie

Cinco

Ele não deveria ter vindo. Ele deveria ter ficado em casa e voltado a dormir. Embora neste momento, ele tenha certeza de que voltar a dormir não está nas cartas para ele, não importa onde ele vá. Eddie está batendo freneticamente na porta de Steve. Já passa da meia-noite e ele está se arrependendo de ter entrado em sua van e dirigido até aqui. A viagem ajudou a acalmar os nervos de Eddie, mas ainda há uma corrente de pânico que o mantém enraizado no lugar em vez de se virar.

A porta se abre, fazendo Eddie pular para trás de surpresa. Steve sai correndo de cueca com o bastão sobre o ombro, os olhos olhando freneticamente ao redor.

“Uau, ei cara grande. Sou só eu." Eddie estende as mãos na frente dele.

“Jesus Cristo, Eddie. Achei que algo estava atacando. Que porra está acontecendo?” Ele abaixa o bastão, coloca uma mão no quadril e tenta recuperar o fôlego.

“Desculpe, eu não quis fazer você entrar em pânico. Eu só-eu...” Ele para e olha ao redor. “Podemos entrar? Não quero que seus vizinhos chamem a polícia pensando que eu estava tentando invadir.

“Tenho certeza de que eles viram sua van aqui o suficiente para não presumir isso, mas eu entendo. Vamos." Ele agarra o pulso de Eddie e o puxa para dentro da casa. Está estranhamente quieto e completamente escuro enquanto eles sobem para o quarto de Steve. Ele coloca o bastão ao lado de sua mesa, acende o abajur de cabeceira e se senta na beirada da cama olhando para Eddie. "O que aconteceu?" Ele solicita.

Eddie começa a andar. “Eu tive o pesadelo novamente.”

"O mesmo?"

“Sim, aquele em que você não chega a tempo e eu estou sangrando nos braços de Dustin. Só que desta vez, eu tive que assistir como você quase conseguiu, mas então vinhas te agarraram e te puxaram para longe. Meus ferimentos já estavam me matando, então não pude me mover para ajudá-lo e isso pegou nós dois. Acordei com a pele em chamas e não consegui voltar a dormir. Eu precisava te ver. Precisava ter certeza que você estava aqui, que nós dois saímos. Não consegui parar de me mover até estar aqui, na sua porta. É tão idiota. Eu sei que você está vivo, eu deveria ter ficado em casa e te ligado. Em vez disso, estou aqui, assustando você pra caramba... Ele olha para o relógio ao lado da cama de Steve. “Quase duas horas da manhã. Eu provavelmente te dei um milhão de novos cabelos grisalhos, e as crianças fazem isso por conta própria.

"Ei ei. Tudo bem. Eu estou vivo, você está vivo. Respire fundo." Eddie percebe que estava quase hiperventilando, à beira de um ataque de pânico. Ele fecha os olhos e respira fundo e estremece. Steve ainda está murmurando que está tudo bem para ele enquanto gentilmente esfrega as mãos para cima e para baixo nas costas de Eddie. Ele envolve os braços em torno de Steve. Suas mãos podem sentir os cumes da cicatriz em suas costas. Eddie se lembra do que Steve disse sobre isso o prendendo, lembrando-o de que ele está acordado e vivo. Ele se concentra nisso, respira mais algumas vezes antes de dar um passo para trás. As mãos de Steve deslizam para seus ombros e as de Eddie caem ao seu lado.

“Eu não vou deixar você dormir sozinho depois disso. Eu espero que voce saiba." Steve está se afastando dele, indo ao banheiro e trazendo um copo d'água. Ele o estende para Eddie, que toma alguns goles.

“Eu juro que não era minha intenção. Você saberá se eu estiver tentando dormir com você, querido. Ele está exausto e mal consegue se controlar, então seu filtro que normalmente o impede de dizer coisas idiotas e sugestivas para Steve se foi completamente. As sobrancelhas de Steve se erguem, mas ele parece divertido.

“Vamos, garotão. Vamos tentar dormir um pouco.” O rosto de Eddie se aquece com Steve jogando essa frase para ele. Ele pega Eddie pelos ombros para conduzi-lo até a cama. O copo é gentilmente puxado de sua mão e colocado na mesa de cabeceira ao seu lado da cama. Há um momento em que ele está um pouco histérico por ter um lado da cama, ele quase solta uma risada. Steve tira a jaqueta de Eddie e a coloca cuidadosamente na cadeira da escrivaninha. Ele empurra os ombros de Eddie para fazê-lo sentar na cama, depois se ajoelha no chão para tirar os sapatos de Eddie. Eddie nunca teve alguém cuidando dele do jeito que Steve faz. Mesmo que nada aconteça entre eles, ele se sente incrivelmente grato por ter Steve como seu amigo. Nancy Wheeler não sabe o que está perdendo ao recusar Steve duas vezes.

Steve pega uma calça de moletom de sua cômoda e a joga para Eddie. Ele se vira para lhe dar privacidade para se trocar. Eddie mantém os olhos nas costas de Steve, aproveitando enquanto ele não consegue ver o que Eddie está fazendo. Seus olhos percorrem as cicatrizes profundas que revestem a nuca de Steve. Ele quer estender a mão e tocá-los, mas ele balança a cabeça e se levanta para se trocar. Controle-se, Munson . O som de seu zíper é quase ensurdecedor no silêncio da sala. Quando ele termina, ele bate no ombro de Steve e aponta para a cama. Steve apaga a lâmpada enquanto eles rastejam. Eddie se deita do lado esquerdo de frente para Steve, que se deita com um braço atrás da cabeça.

"Obrigada." Ele sussurra suavemente.

"Pelo que?" Steve vira a cabeça para olhar para Eddie no escuro.

"Tudo. Você me convenceu de mais ataques de pânico no mês passado do que posso contar. Muitas pessoas me acham chato, mas você nunca me fez sentir uma aberração. Eu continuo acabando na sua cama e você nem questiona ou torna isso estranho, você apenas me diz para calar a boca e ir dormir. É apenas... muito. Às vezes eu sinto que acabei em The Twilight Zone .” Isso faz Steve rir.

“Eu acho que o Mundo Invertido provavelmente está mais perto de The Twilight Zone , mas com certeza.” Ele vira todo o seu corpo para Eddie, rolando para o lado direito. “Você faz a mesma coisa por mim. Eu preciso de você aqui tanto quanto você precisa de mim. É por isso que funciona, eu acho. Quem mais vai aguentar essa merda? Você entende como é. E você não é uma aberração. Você é... excêntrico. Eu usei isso corretamente?” É a vez de Eddie rir. Ele sabe exatamente a cara que Steve está fazendo, mesmo que mal consiga vê-la no escuro. Aquela expressão adorável e sem noção que derrete o coração de Eddie porque Steve se esforça tanto para acompanhar todos.

“Sim, Stevie. Você usou corretamente.” Ele está naquele espaço de cabeça cansado onde seus membros não parecem presos e o quarto está nebuloso. Deve ser isso que o faz se aproximar e envolver os braços em volta da cintura de Steve. Seus rostos estão quase se tocando e Eddie pode sentir uma cócega em seu pescoço quando Steve exala. Eles nunca se moveram juntos assim antes de adormecer. São sempre eles flutuando juntos enquanto dormem e depois acordam em vários estágios de apego um ao outro.

Steve rola de costas e move o braço direito para trás de Eddie, puxando-o para o seu lado. Esse movimento faz com que a mão de Eddie vá do seu lado para o estômago de Steve. Ele fecha os olhos e traça levemente o contorno das cicatrizes com as pontas dos dedos. “Eles nunca machucam?”

"Hum? Sim, às vezes. E o seu?” Ele soa como se o sono estivesse a apenas alguns instantes de puxá-lo para baixo.

"Sim. Especialmente quando acordo de um pesadelo. Eu não sei se é a memória ou se estou me debatendo durante o sono, mas eles parecem apertados o tempo todo. Não é tão ruim quanto a dor de quando eram feridas abertas, mas ainda dói. Talvez seja pior porque não há nada que você possa fazer sobre a dor de uma cicatriz.”

“Você está divagando novamente. Como seu cérebro ainda está funcionando? É aqui que eu digo para você calar a boca e ir dormir? Eddie cutuca o peito e Steve ri. "Então isso é um sim?"

"Pode ser." Agora que a adrenalina deixou seu corpo, ele se sente exausto. Logo antes de desmaiar, ele sente a mão de Steve deslizar sob a bainha da camisa e em suas costas. Ele está com muito medo de olhar e ver se Steve ainda está acordado ou fazendo isso durante o sono, mas isso faz com que o pânico residual escoe dele. Ele se sente tão seguro nos braços de Steve que leva apenas alguns minutos antes de dormir e babar no peito de Steve.