EPÍLOGO

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E V A N G E L I N E

Cada ação, uma reação.

Gregório me ama, e com seu carinho e cuidado, me fez amá-lo. Não sei exatamente quando começou, mas tive a certeza de que queria amá-lo, quando ele me perdoa por minha tentativa de matá-lo. Hoje, quando penso no assunto, ainda me sinto angustiada com meu próprio ato, e já me desculpei mais vezes que possa administrar.

— Ei querida, o que está fazendo?! — olhou preocupado o papel enrolado em minha mão.

— Nosso divórcio. — Ele solta um resmungo, passando a mão no cabelo. — Já havia esquecido que agora era uma mulher solteira.

— Como é que é?! — na velocidade de um bater de asas de uma beija-flor, ele já está quase sobre mim.

— Segundo esse papel, sou uma mulher solteira. — Insisto, sabendo que ele é ciumento demais para aceitar isso.

— Que papel? — pescou o divórcio da minha mão, e jogou na lareira. — Segundo aquele papel, o escrivão devia favores demais a mim, e cobrei exigindo que fizesse isso aí, para entregá-la. Acha mesmo que me separaria de você?! — diz com incredulidade. 

— Sim?! — duvido, mesmo a minha consciência diga que ele não é capaz de deixar que não seja dele. 

— Espero que nem por um instante, pense nessa possibilidade. — Sua mão acariciou meu ventre inchado, do nosso bebê, e já sinto meu corpo reagir a isso. — Porque sou capaz de foder você, até mudar de ideia. — Tudo piorou entre minhas pernas.

Maldito homem, e seu cheiro bom que me deixa excitada!

— Nem pense nisso. Vou dar o jantar do George, e colocá-lo para dormir. — Aponto nosso ruivinho, brincando na sua cesta.  

— Eu não disse nada. — Levantou as mãos em rendição, mas poderia ver muito bem seu sorriso traiçoeiro, de quem iria entrar na minha saia na primeira oportunidade.

— Não disse, mas pensou. — Acuso, e vou até o George, e pegando em meus braços. — Oi meu nenê. — Ele balbucia coisas indecifráveis, e logo sinto as mãos quentes do meu esposo, marcar posse na minha cintura.

— Diga, papai. — Gregório ensina, mas o bebê apenas observa, tentando alcançar seus cabelos. — Papai. Papai. Papai.

— Para com isso Gregório. Ele dirá primeiro mamãe, porque sou eu quem lava esse traseirinho fedorento. — Cheiro a barriga do pequeno, que apenas dá um pequeno indício de sorriso. — Gregório, essa criança tem a sua carranca. Me diga que... — encaro ele desconfiada, e seu olhar se cobre de espanto.

— Tá doida Evangeline?! — praticamente grita, e o bebê sorri. — Desde que você foi prometida a mim, não toquei em nenhuma mulher nesse sentido.

— Vai me dizer que passou quase dez anos sem nenhuma mulher, mesmo sendo safado desse jeito?! — olho para ele, seu porte grande causa certo temor, porém não posso negar que ele é muito bonito, além de sempre muito limpo.

— Um dia fui um homem normal, então você me foi prometida, e mesmo sendo uma coisinha estranha, eu jamais iria querer outra. Minha suposta safadeza de agora, é graças ao acúmulo de anos. — Justifica com divertimento. — E a sua?! — sinto minhas bochechas esquentarem, porque virei uma pervertida com ele.

— é por causa da gravidez. — Justifico, passando a ignorar inutilmente seu corpo grande.

— é mesmo?! Mas você está com apenas seis meses de gravidez, e reatamos nosso casamento a quase um ano, então... Acho que existe algo incerto nas suas contas. — Provoca, me seguindo.

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