CAPÍTULO 8

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E V A N G E L I N E

A casa só meu irmão é confortável, e nem sabia que ele tinha um lugar assim. Quando voltei para a casa dos meus pais, ele queria que fosse pegar minha parte no valor do leilão, mas não quero isso. Me sinto suja, e tão prostituta quanto qualquer outra, e nem sei o que fazer para sentisse menos humilhada, mas sei que não quero pagamento por ter deitado com o Gregório. Desejei estar com ele, e fui, e mesmo que tenha me humilhado no fim, mesmo assim foi minha vontade e não vou receber por isso.

— Evangeline?! — Carter entra no quarto modesto, mas extremamente limpo, que me faz lembrar o Gregório. — O caçador está aí, e quer falar com você. — Meu corpo retrai, e nego não querendo vê-lo.

— Diga que vá para o inferno. — Mando, e quando levanto o olhar, vejo Gregório em pé, sua face sombria e seria, me olhando de cima. — O que quer comigo?! Não está satisfeito com o que me fez?! — ataco, não gostando de como meu coração acelera quando ele me olha. 

— Não estou. — Declarou, caminhando a passos seguros até mim. — Carter, se importa de me deixar a sós com Evangeline?! — meu irmão suspirou me olhando preocupado.

— Não tem problema. Evangeline, lembre-se do que conversamos. — Avisou, antes de se retirar.

Conversamos bastante, durante os dias que estou em sua casa. Ele disse algumas coisas que Gregório fez por mim, e também algumas coisas horríveis, sobre meus pais e irmãs. Todos conhecíamos a fama do caçador, afinal ele é temido por todos no vilarejo e outros próximos, mas nunca me fez realmente temê-lo, porque sempre que via me ver, sempre foi muito cuidadoso, apesar de seu jeito grosseiro. Seu "cortejo", iniciou quando ainda tinha treze anos, mas nunca passou de mais que uma conversa unilateral, onde sua presença era apenas uma forma de manter qualquer outro pretendente afastado, e apenas anos depois ele anunciou que nos casaríamos e passaria a viver juntos.

— O que quer?! — contínuo na cama, e ele senta-se ao meu lado.

— Quero me desculpar. — Me olhou, soltando um suspiro pesaroso. — Não deveria tratado você daquela forma, após se entregar para mim. — Tocou meus cabelos com carinho, e meu coração acelerou de forma despudorada.

Quando estive com ele, realmente me entreguei, mas seu desprezo me magoou como nenhuma outra coisa. Sei que sempre repudiei ele como marido, confesso que tinha até mesmo nojo na sua presença, mas em algum momento, passei a ansiar por seu toque e no meu momento de maior desespero, ele está mais uma vez paga me proteger, me salvar, foi o que precisou para querer apenas estar com ele, porque no fundo, foi apenas ele que esteve por mim o tempo todo, até quando meus pais me colocaram para dormir na calçada como um animal indesejado, foi ele que protegeu meu sono, e me agasalhou, mesmo que tenha declarado que o que mais desejava era distância dele e da sua proteção.

— Você me magoou demais. — As lágrimas ardem em meus olhos, o ódio ainda borbulhando pelo que me fez passar. — Não esperava por aquilo, vindo de você. — Sou sincera, porque ele sempre cuidou de mim e naquele dia seu desprezo me machucou como uma lâmina. 

— Estava magoado com você, por ter me desprezado. — Tento ter calma, como Carter pediu. — Queria me vingar, mas estou arrependido. Esperava que tivesse se arrependido, e que me pedisse para aceitar você de volta, após saber como era seus pais, mas você agiu como sempre fez, apenas me ignorou quando fui a sua casa levar suas coisas. — Acariciou minha mão, e me senti estranha com seu toque terno.

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