☯ Capítulo 4 ☯

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Capítulo 4

          Olhei para o Harry timidamente por causa do meu desastre e este sorriu.

          – Tu realmente querias esse desejo?– perguntou curioso.

          – Claro! Senão não o tinha pedido.

          – Tens a certeza? Isto em média acontece porque o próprio desejo não se sente desejado.– ao dizer isto, olhei para ele incrédula. – Yah, eu sei que é estranho... mas é mesmo assim. Tem de ser um desejo de certo modo egoísta.

          Isto é novo, um desejo que tem sentimentos! Eu não tenho um desejo para mim, é estranho, mas estou bem como estou. Nunca fui de sonhar. Talvez o Harry tenha mesmo razão, eu sou realista e adoro a minha simples vida.

          Reparei que o autocarro tinha chegado à paragem em frente da cafetaria do meu avô.

          – Char, é a tua paragem. – informou o condutor.

          – Vai pensando em algo que realmente queres antes que acabe este saco de rebuçados. – disse o estranho de olhos verdes e eu assenti.

          Acho que isso será a tarefa mais complicada, se não posso pedir nada pelo meu avó, não faço ideia do que pedir mais. E acho que isto me vai perseguir o dia todo.

          – Adeus, Harry.

          – Até amanhã, Charlotte. –  respondeu e eu saí do autocarro com a Dusty no colo.

          Com os pés em terra, coloquei novamente a cadela no chão e caminhamos calmamente até à porta do meu trabalho. Sim, a Dusty como é um cão de água e tem pernas curtas, tem tendência a caminhar devagar e eu com toda a informação que recebi estava a refletir sobre o assunto.

          Anjos da guarda existem, assim como, criaturas da trevas! Todos adoramos imaginar isso, mas é realmente estranho ver criaturas divinas ou das trevas. Tenho várias perguntas para fazer ao misterioso Harry, ele tem que me explicar exatamente o que eles fazem, os objetivos e tudo o que for possível para eu não andar sempre a pensar nisto. Adoro ter tudo esclarecido na minha mente, senão já tinha enlouquecido.

[...]

          Era uma da manhã e eu não parava de dar voltas na cama apesar de estar com sono. Acendi o candeeiro, levantei-me, vesti o robe e caminhei até à cozinha para beber um copo de leite.

          Voltei novamente para o meu quarto com o copo e sentei-me na cama. Será que se eu chamar pelo Harry ele vai aparecer? Mordi o lábio em dúvida se deveria fazer tal coisa, mas respirei fundo e chamei-o das formas possíveis. Se ele fosse mesmo um anjo, ele aparecia, certo?

          – Harry? Anjo da guarda? Rapaz misterioso?– inquiri para o vazio do meu quarto.

          Por segundos, duvidei que ele fosse aparecer, mas ele provou que era realmente um anjo da guarda quando apareceu mesmo na minha frente. E isso, fez cair de susto sobre o colchão. Ou terá sido o vento que o Harry trouxe com ele?

          – Chamaste?– perguntou e estendeu a mão para eu ficar frente a frente com ele.

          Reparei que o robe estava ligeiramente aberto revelando o meu decote que o pijama fazia sobressair e apressei-me a fecha-lo embaraçada.

          – Sim... – murmurei, pois não queria acordar o meu avô.

          – Já tens um desejo para pedir? –  perguntou imediatamente e eu neguei com a cabeça. –  Então porque me chamaste? Na próxima, basta dizeres "Anjo Hershel".

Three Wishes (HS)Onde histórias criam vida. Descubra agora