☯ Capítulo 13 ☯

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Capítulo 13

          Após o abraço, o momento foi interrompido com o barulho das patas da Dusty a roçarem na porta. 

          Eu e o Harry trocámos um olhar de cumplicidade enquanto me levanto da cama para ir abrir à minha cadela, que tinha com certeza a boca ocupada com algo para o nosso anjo. 

          Abri a porta e deparei-me com a Dusty a ferrar a ponta de uma banana. Esta caminhou adoravelmente com as suas pequenas patas até junto do Harry, saltou para cima da minha cama e largou a banana no colo dele. 

          – Uhh... Banana! – exclamou entusiasmado. – Obrigada Dusty, amo bananas. 

          Dusty ficou orgulhosa de si por ter agradado o seu salvador e deitou-se sobre o corpo do Harry. Este sorri-lhe angelicamente, pega na banana e abre-a da ponta de baixo. Eu ia comentar que não era assim que os humanos costumam abrir uma banana, mas deixei estar, o que interessa é ele comer e recuperar as forças. [Já reparam que o Harry abre a banana assim, né? Quem também faz isso? xd]

          Ele olhou para mim e sorriu, antes de começar a comer. Sorri de volta, demasiado derretida para o meu gosto. Tenho de parar de ficar assim encantada, ainda me vou magoar com isto. 

          Para não continuar a contempla-lo, olhei à minha volta em busca de algo para me distrair que não fosse a perfeição de criatura que estava deitada na minha cama. 

           Cruzei o olhar com o casaco que o Harry tinha vestido na altura do salvamente e que eu tirei antes de o deitar nos meus lençóis pois o casaco estava com alguns vestigios de sangue, ao contrário da Dusty. Esta tinha ficado limpinha, como se o sangue que ela tinha sobre o pêlo tivesse sido absorvido pelas células deixando só vestigios nas roupas do Harry e nas minhas. Pois, porque depois de tocar na Dusty enquanto ela sangrava à uma hora atrás, eu limpei às minhas calças.

           Olhei para baixo e vi as minhas calças pretas com manchas secas de sangue. Como, tanto as calças eram pretas e o casaco do Harry também, isso meio que ajudou a dar credibilidade na desculpa que dei ao meu avô. Começo a achar que tenho o dom das desculpas. 

           – Meninos... – começei e os dois olharam para mim à espera que eu continuasse. – Vou trocar de roupa e vou lavar o teu casaco, Harry. – informei dirigindo-me a onde tinha pendurado o casaco. 

           – Não precisas, o sangue daqui a pouco evapora-se. –disse e eu olhei para ele confusa. 

           – Como assim?

           – Esse casaco é feito da mesma matéria que as minhas asas. Como sabes, há as mudanças de penagem nas aves. Bem, isso também acontece connosco, Anjos. Então, nós aproveitamos para fazer roupa para andar aqui na terra, visto que no meu mundo não é preciso.

            Arregalei os olhos novamente chocada, não apenas com o facto do casaco ser feito de penas de anjo, mas também porque ele disse que no mundo dele não era preciso. Isso quer dizer que andam nus? Corei ligueiramente com o meu pensamento e fugi dali o mais rápido possível. 

           Andei com velocidade até à divisão da lavandaria. Respirei fundo e fechei a porta atrás de mim. Começei a despir a roupa e coloquei juntamente com outra roupa de tons escuros que eu e o meu avô andamos ontem, e mais uma toalha de cor para não manchar. 

[...]

          Depois de estar vestida e de ter estado trinta minutos a passar a ferro. Voltei para o meu quarto e encontrei apenas a Dusty sentada na minha cama a tirar uma soneca. 

Three Wishes (HS)Onde histórias criam vida. Descubra agora