☯ Capítulo 12 ☯

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Capítulo 12

          Caí propositadamente junto ao corpo da Dusty. Ela guinchava de dor e aquele som estava a ser uma tortura para mim, como se eu sentisse toda a seu sofrimento.

          – Respira, Dusty. Tu vais ficar bem! – pedi aflita para que ela controlar a respiração e aguentasse até irmos ao veterinário. Eu, simplesmente não a podia perder desta forma tão repentina.

          Coloquei uma mão sobre o seu pêlo macio para a tentar acalmar, enquanto ganhava coragem para pegar nela. Só que fiquei meia tonta quando olhei para os meus dedos e vi sangue.

          Ouvi o som de uma porta a abrir e fechar, o que ajudou a não perder os sentidos naquele momento, pois não tenho sangue frio. Com os meus olhos húmidos, olhei para o autor do som e deparei-me com o condutor do carro.

          – Desculpe, eu não a vi! Ela apareceu-me do nada. – desculpou-se, mas eu recusei olhar para o homem e concentrei-me novamente na minha menina.

         – As desculpas neste caso não fazem nada. – repostei num tom baixo para os meus botões.

         – Calma, Char. – falou Harry que se ajoelhou junto de mim e da Dusty. – Vamos levá-la, ela vai ficar bem. - Abanei a cabeça muitas vezes em concordância, quanto mais depressa saíssemos daqui maior seriam as probabilidades de ela ficar bem.

          Levantei-me e limpei as lágrimas que tinha descido pelo meu rosto. Já o Harry pega nela, e aí, tive dimensão de quanto sangue a Dusty estava a perder.

          – Harry, achas que ela consegue aguentar até ao veterinário? Ainda é um pouco longe. – perguntei com receio de não voltar a ver a minha pequena bem.

          O que seria de mim sem ela? É a minha melhor amiga, já mais será substituída. Mesmo que encontre outro cãozinho que fale, ela já era especial desde que o meu avô me ofereceu de prenda.

          – Toma, é o máximo que posso fazer. – disse o autor do atropelamento, depois de ter tirado a carteira do bolso e estendendo algumas libras.

         Olhei para o homem incrédula. Uma boleia seria mais útil, não? Ia responder, mas o Harry respondeu por mim.

          – Não, obrigada. – agradeceu num tom normal, e depois, fixou o seus lindos olhos em mim. – Vamos, Char. Segue-me!

          Assim o fiz, mas fiquei confusa porque estávamos em rumo ao beco onde me depararei com ele a dormir, a primeira vez que o vi.

          – Qual é a tua ideia? Não estou a perceber, precisamos de leva-la a um especialista. – expliquei, só que o Harry não me respondeu e deitou a Dusty em cima de caixas desfeitas.

          – Eu vou tratar dela. Ainda não está na sua hora. – respondeu e acariciou-a. – Dusty, isto pode doer um pouco.

           A minha pequena estava tão fraca que só olhou para mim com medo. Eu tentei dar-lhe um sorriso encorajador para ela ser forte.

          O Harry colocou as suas mãos sobre o corpo da Dusty e uma luz branca saiu das palmas dele.

          – Wow! – deixei escapar vendo com os meus próprios olhos a luz brilhante que era libertada através das mãos da criatura divina.

Three Wishes (HS)Onde histórias criam vida. Descubra agora