24. Chocolate Quente

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LAURA

Saio da sala com a autorização do professor e depois de meia hora ouvindo uma bronca sobre brigar no recinto, ela me dá uma suspensão de 2 dias.

– Peço imensas desculpas pela briga – confesso – Mas eu tenho o meu limite, e eu nunca me queixei de nada desde que cá entrei mas a verdade é que essa implicância com a minha gravidez começou desde o primeiro dia que pus os pés aqui, então eu peço que converse com os seus alunos sobre privacidade e escolha pessoal porque da próxima vez eu não garanto que seja só um puxão no cabelo!– digo calma e a mesma me olha assustada.

– Eu sei que não é fácil – ela tenta dizer.

– Se sabes, não me peças para ter calma – digo respirando fundo – Se já terminou, eu reciso ir, não estou me sentindo muito bem! – digo e a mesma ainda incrédula me dá permissão pra sair depois de eu garantir que eu estou suficientemente bem pra chegar até a minha casa.

Eu preciso comer arroz com pimentão ( bateu uma estranha vontade de fazer isso) ou eu vou morrer, e de dormir senão eu surto.

Dormir muito...

Mas a imagem da carranca de Ohano em minha mente me impede de ir pra casa, bem como a vontade de fazê-lo se arrepender por ter sido grosso dando o baita susto nele. Sim eu estou me tornando ainda mais vingativa, mas ele quem procurou e antes de chegarmos nesse ponto eu mandei ele ir pra casa.

Ninguém pode dizer que eu não avisei.

Começo a andar em direção ao parque que estava cheio e me sento numa das cadeiras que havia ali e observava o quão bonito o céu estava, mesmo com as nuvens negras.

Riu das crianças se divertindo e toco minha barriguinha imaginando como será quando ele tiver a idades dessas crianças. Será que vai sair ao pai ou a mim? Como serão seus olhos, seus cabelos... será que terá as minhas bochechas ou o corpo lindo do pai? Riu com a perversidade com que a minha mente imaginou Ohano e me levanto resolvendo ir pedir desculpas, porque no final eu estou sendo uma tremenda de uma infantil.

Ando devagarinho, como que em caminhada, a médica disse que é muito bom fazer isso de vez enquanto. Olho os lugares as pessoas, todas muito apressadas, o cheiro de mancarrão invadiu meu nariz e em seguida o de croassant quente se misturou a ela.

O toque do vento levantou meus cabelos que agora chegavam no ombro me causando o certo arrepio. Estava frio, um frio de chocolate quente e roupão. Observo os locais e as vitrines e vejo algo que derrete meu coração em fiapos. Eu posso não ser a gravida mais bem humorada mas sou a mãe mais feliz.

Entro na loja e compro o que me chamou atenção e mais uma coisinha para completar e decido ir para casa observar a chuva cair junto com Ohano.

Sabe quando existe algo que fazias com a facilidade do vento, mas agora te cansa demais? Pois é! Subir escadas mesmo com a barriguinha de quase 3 meses ( ou seja, aparece bem pouquinho) se tornou um martírio.

Entro devagarinho e faço um sinal de silêncio para Analu que evita me comprimentar e sigo o cheiro maravilhoso do perfume que tanto me fez falta. Entro no quarto e o encontro dando de um lado pro outro e ele não nota minha presença. Parecia preocupado, aflito, nervoso...mas nada disso tirava sua beleza. Sorriu e faço um pequeno barulhinho com a garganta chamando sua atenção.

- Laura! - ele diz aliviado vindo até mim e me abraçando com força

- Trouxe um presente! - digo estendendo a sacola. - Quer dizer ele trouxe um presente. - digo apontando para a minha barriga

Ohaura IIOnde histórias criam vida. Descubra agora