22. Rio Nilo

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OHANO

Senta-te diz Analu assim que abro a porta com a Laura cangada em mim.

– Já passou – diz Laura sentando no sofá.

– Não mesmo. Vou preparar um chá que é milagroso para tontura - diz ela e dirige-se em direçao à cozinha.

– Como é que ela sabe? – pergunto um pouco assustada com aquela situação.

– Ela tem certos poderes – diz uma Laura risonha.

– Mentira – diz uma voz vindo da cozinha e a Laura fica com a cara puxada – Essas crises têm acontecido bastante ultimamente.

– E eu nem estava aqui para ajudar – digo sentindo-me muito irresponsável.

– Tu não sabias de nada – ela encosta no sofá e me dá as suas mãos.

– Mesmo assim – digo e coloco a palma da mão na sua testa.

Não está tão quente como eu pensei.

*****

Depois de beber o chá, a Laura pareceu realmente melhorar e começou a falar tudo sobre Salvador. Enquanto isso, a Analu saiu para fazer algo que elas fizeram questão de eu não saber.

Olho para a varanda e percebo que o Sol já está se pondo.

– Lindo, não é? – pergunta com uma voz que encanta os meus ouvidos.

– Sim, mas parece que os dias terminam mais rápido aqui – afirmo inocentemente e ela gargalha com a minha observação.

– Ou talvez nós passamos o dia todo ocupados com coisas que gostamos e não percebemos o tempo passar – diz ela e eu lembro de todas as coisas bobas que fizemos e dissemos hoje.

– Eu prefiro a minha teoria... – digo sorrindo sem jeito e a Laura me mira furiosa – Morta, porque a tua é muito melhor.

– Ainda bem – diz ela e começamos a gargalhar.

– Por falar nisso, hoje é o último dia que tu faltas as aulas, ok?

– Sim, Oha – diz ela bufando e eu sorrio com aquela reação tão típica dela.

Chego mais perto dela para dar um beijo em sua testa e recebo um abraço carinhoso.

A companhia dela era a melhor coisa que existia no universo inteiro, tão leve e ao mesmo tempo tão tenso, pois segundos depois nossas bocas estavam comadas e os nossos pés estavam nos levando para algum lugar.

– Aonde vais? – pergunta ela quando já estamos na porta da casa de banho.

– Tomar banho contigo – digo tentando parecer o mais sério possível.

– Eu te deixo, mas é tomar banho, Senhor Ohano – sua voz estava falhando, pois ao mesmo tempo que ela falava eu estava beijando o seu pescoço.

– Claramente – digo enquanto tiro a minha camisa e pego ela com mais ferocidade.

Já dentro da casa de banho começo a tirar a camisa dela, que por sinal também era minha.

– Ohano, eu... – começa ela e abaixa a cabeça como se não conseguisse olhar nos meus olhos – Eu não consigo com a luz acesa.

Mesmo não entendo esse comportamento, agora não era hora de pensar então apago a luz e somos iluminados somente pela fraca luz que vinha da janelinha.

– Tomar banho – diz ela já mais nua do que antes embora eu não conseguisse vê-la completamente.

– Isso mesmo – afirmo rápido enquanto descia com a minha língua pelo seu corpo.

Ohaura IIOnde histórias criam vida. Descubra agora