12. Flores e Piquenique

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OHANO

– Eu perguntei-lhe porque é que ele estava preso – digo dramatizando ainda mais a minha história.

– E o que é que ele disse? – perguntam todos sentados na grama do parque.

– Ele disse: Eu não acreditei nos meus sonhos – digo e todos fazem caras tristes e muito surpresos com o final inesperado.

– Eu pensei que viria alguma piada qualquer – confessa Alícia abraçada a um Thomas com muito sono por ter que estudar à noite.

– Eu também – diz a Mila e todos acabam por concordar também.

– Na verdade esta história não tem nada haver com o meu discurso – digo e todos começam a rir.

– Ohano sendo Ohano – diz um Guta comendo uma maçã.

Primeiramente eu acho que devo explicar como é que todos vieram parar aqui, curtindo um piquenique no parque perto da minha casa.

Eu chamei todos aqui e preparei um banquete especial para celebrar esta nova fase da minha vida, que espero ser muito melhor que o último.

– Primeiramente eu devo um pedido de desculpas á todos vocês presentes e também a algumas pessoas que não estão aqui – digo e Thomas levanta a cabeça pois sabe que eu falo do Luccas e da Laura – Eu sei que ultimamente só fiz besteira atrás de besteira e hoje eu sou arrependido por tudo o que aconteceu de ruim.

Dou uma olhada em Alícia que parece estar muito atenta e continuo.

– Primeiro eu comecei por mentir e esconder coisas das pessoas que mais amo, depois magooei e não aceitei a ajuda daqueles que queriam dar-me algum suporte – faço uma pequena pausa para mirar a minha mãe perto de Nuno e ela dá um leve sorriso – Não dei valor ao esforço que vocês fizeram por mim, mesmo sabendo que isso podia doer. Eu fui uma criança e por isso brinquei com os sentimentos de pessoas que só queriam o meu bem. Não aceitei as suas escolhas e por isso não contribuí para a felicidade delas.

Nuno olha para mim e eu sei que mais logo teremos uma conversa melhor, onde eu poderei dar-lhe a chance que ele merece.

– Ficar preso por quase uma semana deu-me muito tempo para refletir e perceber que no fundo eu não mudei. Eu só piorei e isso é algo que eu nunca quis para mim. Coisas más aconteceram na minha vida mas isso não me dá uma desculpa para ser um completo imbecil. Eu só queria dizer-vos obrigado por nunca terem deixado de acreditar em mim... Amo vocês! – termino de falar e sinto muita vergonha mas ao mesmo tempo o meu coração fica leve ao ouvir um "awnnn" vindo da minha mais recente irmãzinha.

Eu sei que tudo ficará bem agora, pois eu percebi o quanto fui estupido ao fazer tantas coisas insensatas. No fundo eu sei que eu só queria chamar a atenção de todos perto de mim.

A vida é muito mais do que isso e eu tenho que ser grato por ter uma família linda como esta.

Depois de tudo o que aconteceu eu consegui perdoar a Mila e agora estamos como antigamente.

Dei uma chance ao Nuno e certamente seremos muito amigos desde que ele não machuque a minha mãe.

Liguei pra todas as garotas que eu estava ficando e pedi-lhes desculpas depois de contar-lhes os meus verdadeiros sentimentos.

Apesar de eu ainda sentir algo estranho em relação ao João e de não falarmos muito, agora eu já sento na mesma mesa que ele e ás vezes até brinco com o Ângelo quando ele sai com a Sara.

O Luccas nunca me perdoou e por isso nunca mais falou nem comigo e nem com a Sara. Por alguns dias ele foi a fofoca da Universidade e talvez por isso ele faltou alguns dias. Mas segundo o próprio Thomas, ele estava muito bem pois começou a praticar jiu-jitsu, surfar e a andar de skate, além dele ter seguido o exemplo de sua irmã e pintar o cabelo. O facto é que já havia algum tempo que eu não via ele.

Ohaura IIOnde histórias criam vida. Descubra agora