OHANO
– Quase três meses – respondo a pergunta da Mara enquanto escuto trovões e penso na Laura.
– Então daqui a pouco podem saber o seu sexo – diz ela tentando me tranquilizar.
– Estamos quase chegando? – pergunto olhando para as gotas de água caindo no vidro do carro.
– Ainda falta mais um pouco – diz ela e tenho uma ideia infernizando-me por não ter tido ela antes.
– Empresta-me o teu telemóvel – peço gentilmente como a minha última esperança.
Disco o número da Laura e chamo-lhe apenas para ouvir o telemovel tocar até uma voz dizer que o numero que liguei não está disponivel
– Nada? – pergunta ela sem tirar a cara da estrada.
– Nada – digo mais preocupado ainda – CUIDADO!
– Calma, eu vi o carro piscar – diz ela levemente mas eu respiro fundo quando um carro passa na nossa frente e ficamos quase a bater – Confia em mim.
– Desculpa – digo e volto a ligar para a Laura e tenho o mesmo resultado.
– Chegamos – diz ela assim que avistamos uma praça pequena com um monumento de um globo no meio dela mas por azar há muitos carros na nossa frente.
– Eu acho que o prédio é mais para cima – digo lembrando do meu passeio com a Laura que não foi uma boa guia no geral.
– Nâo vou conseguir passar com tantos carros assim – diz ela olhando para a quantidade de veículos na estrada.
Parecia que muitas pessoas estavam tentando voltar para casa.
– Obrigada, fico-te a dever um favor – digo vestindo o meu casaco e apanhando a caixa e a sacola.
– Toma – diz ela me entregando um papelinho que eu coloco no bolso - Liga-me para me dizeres que ela está bem.
– Ok, adeus – digo simples saindo do carro e molhando logo em seguida – Obrigada de novo e cuidado na volta.
– Adeus – diz ela antes que eu fecha a porta e ela dá a volta e só espero que ela chegue bem porque senão eu nunca vou me perdoar.
Corro a toda velocidade em direção ao maior prédio que está no meu campo de visão.
A rua está deserta com excessão dos carros que estão buzinando simultaneamente causando um barulho perturbante o que contribui com os sons dos trovões.
Quando já estou à uns cinco metros do prédio eu vejo uma ambulância passando por mim e o meu coração cai no chão
Eu penso que é a Laura. Não sei como mas eu sinto que é ela e é tudo minha culpa.
Eu não deveria tê-la deixado sozinha, eu não podia ter feito isso.
Corro mais rápido ainda e assim que entro no prédio eu percebo o quão as minhas roupas estão encharcadas pois a agua cai no chão e molha todo o anfitriato
Não vejo o porteiro, então eu vou até o elevador mas como ele demora eu corro para as escadas e preparo a mim mesmo para subir até o sexto andar
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Ohaura II
FanfictionSEGUNDO LIVRO DA TRIOLOGIA - OHAURA 🍋 Sejam bem-vindos a Salvador! O recomeço de uma alma despedaçada. Uma alma que procura apenas juntar os seus cacos e cuidar da única coisa boa que lhe restou. Ainda há dor, mas já não é tão intensa como antes e...