26. Ela Não Se Mexeu

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OHANO

– Quase três meses – respondo a pergunta da Mara enquanto escuto trovões e penso na Laura.

– Então daqui a pouco podem saber o seu sexo – diz ela tentando me tranquilizar.

– Estamos quase chegando? – pergunto olhando para as gotas de água caindo no vidro do carro.

– Ainda falta mais um pouco – diz ela e tenho uma ideia infernizando-me por não ter tido ela antes.

– Empresta-me o teu telemóvel – peço gentilmente como a minha última esperança.

Disco o número da Laura e chamo-lhe apenas para ouvir o telemovel tocar até uma voz dizer que o numero que liguei não está disponivel

– Nada? – pergunta ela sem tirar a cara da estrada.

– Nada – digo mais preocupado ainda – CUIDADO!

– Calma, eu vi o carro piscar – diz ela levemente mas eu respiro fundo quando um carro passa na nossa frente e ficamos quase a bater – Confia em mim.

–  Desculpa – digo e volto a ligar para a Laura e tenho o mesmo resultado.

–  Chegamos – diz ela assim que avistamos uma praça pequena com um monumento de um globo no meio dela mas por azar há muitos carros na nossa frente.

–  Eu acho que o prédio é mais para cima – digo lembrando do meu passeio com a Laura que não foi uma boa guia no geral.

–  Nâo vou conseguir passar com tantos carros assim – diz ela olhando para a quantidade de veículos na estrada.

Parecia que muitas pessoas estavam tentando voltar para casa.

– Obrigada, fico-te a dever um favor – digo vestindo o meu casaco e apanhando a caixa e a sacola.

–  Toma – diz ela me entregando um papelinho que eu coloco no bolso - Liga-me para me dizeres que ela está bem.

– Ok, adeus – digo simples saindo do carro e molhando logo em seguida – Obrigada de novo e cuidado na volta.

– Adeus – diz ela antes que eu fecha a porta e ela dá a volta e só espero que ela chegue bem porque senão eu nunca vou me perdoar.

Corro a toda velocidade em direção ao maior prédio que está no meu campo de visão.

A rua está deserta com excessão dos carros que estão buzinando simultaneamente causando um barulho perturbante o que contribui com os sons dos trovões.

Quando já estou à uns cinco metros do prédio eu vejo uma ambulância passando por mim e o meu coração cai no chão

Eu penso que é a Laura. Não sei como mas eu sinto que é ela e é tudo minha culpa.

Eu não deveria tê-la deixado sozinha, eu não podia ter feito isso.

Corro mais rápido ainda e assim que entro no prédio eu percebo o quão as minhas roupas estão encharcadas pois a agua cai no chão e molha todo o anfitriato
Não vejo o porteiro, então eu vou até o elevador mas como ele demora eu corro para as escadas e preparo a mim mesmo para subir até o sexto andar

Ohaura IIOnde histórias criam vida. Descubra agora