11. O Plano

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OHANO

Estaciono o carro da Mila perto da minha casa depois de ter levado a Sara e o João em casa.

A procura pela Alícia foi um completo fiasco, pois ninguém conseguiu nem sequer uma pista de onde ela poderia estar. Por causa disso decidimos seguir caminhos diferentes de novo.

Eu fiquei juntamente com o João e a Sara, mas depois de algumas voltas pela cidade decidi deixar eles em casa. Já o Thomas ficou encarregado de deixar o Guta, que estava completamente embriagado, em sua casa ao mesmo tempo que se certificava que a Alícia estava lá. Por último o Luccas teve que apanhar um táxi e ir até a sua casa, para sabermos caso a Alícia fosse encontrar o Thomas ali.

Embora eu prometi à Sara que eu ficaria em casa, pois certamente a Ali estava bem, na minha cabeça eu sabia que depois de apanhar um casaco, eu sairia de novo para procurar a Ali.

Tiro o meu telemóvel do bolso para tentar chamar a Ali de novo mas logo sinto um barulho atrás de mim. Sou rápido o suficiente para afastar um pouco e colocar posição de luta na tentativa de defender-me contra qualquer perigo.

- Calma - diz ela paulatinamente - Sou eu, Oha.

- Alícia! - exclamo indo na sua direção, mas ela não se move quando abraço-a.

- Eu não consegui ir para casa depois de tudo o que... - ela não continua mas eu entendo perfeitamente.

- Eu sei, Ali. - digo com muita tristeza embora eu quisesse parecer forte perto dela neste momento - Vamos entrar.

- Vamos. - diz ela e eu sinto uma leveza pela primeira vez na sua voz.

*****

Subo as escadas e encontro a Alícia deitada na minha cama abraçada em si mesma como se estivesse se protegendo de algo invisível.

- Aqui está o teu chocolate quente. - digo tentando sorrir mas dificilmente ela poderia ver, pois nossa iluminação é proveniente somente da minha janela.

- Obrigado, Oha. - diz ela e sinto uma pequena felicidade em sua voz quando toma o copo.

- Não tens de agredecer. - digo simples sentando ao lado dela.

- Não quero que olhes para mim assim. - diz ela com uma voz melancólica e o meu coração aperta.

- Assim como? - perguntando imaginando como ela poderia ver o meu rosto nesta escuridão.

- Com pena. - responde ela e eu finalmente entendo.

- Eu não estou com pena. - digo sincero mas sinto que tenho que perguntar-lhe concretamente o que aconteceu naquele banheiro - Alícia, ele não te...

Não consigo terminar a minha frase embora a curiosidade e a raiva tomavam conta de mim.

- NÃO! - ela grita - Eu sei defender-me. Ele só conseguiu agarrar-me porque eu não estava sentindo-me bem.

- Eu sei, tu és forte. - digo lembrando das nossas lutas na praia.

- Mas Oha, e se o Luís não fosse culpado? - pergunta ela e eu não entendo aonde ela quer chegar.

- Como assim, Alícia? - pergunto incrédulo - Pelo que eu saiba, ele tentou te agarrar quando estavas sozinha e só deus sabe o que poderia ter acontecido.

- Eu sei. - diz ela e embora eu não queira comentar, acho que ela está com muitas lágrimas nos olhos.

Não consigo dizer mais nada. Apenas chego perto dela e puxo o seu corpo para um meio abraço já que estamos sentados na minha cama.

Ohaura IIOnde histórias criam vida. Descubra agora