28. Guerras Bobas

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OHANO

– Laura abre a porta, por favor? – peço pela milésima vez ficando realmente preocupado.

– Deixa-me em paz... – grita ela atráz da porta do seu quarto.

– Tu é que perguntaste e eu só te disse a verdade – digo defendendo a mim mesmo.

– Sai daqui – grita ela mais forte desta vez.

– Não tenho nenhum lugar para ir, Laura – digo simples.

– Talvez para perto da Clara, da Juliana, da Stacy e das outras mil garotas que ficaste – diz ela com raiva e eu brigo comigo mesmo por tê-la contado.

– Pensei que já sabias – digo tentando aliviar a tensão.

– Eu já sabia mas ouvir da tua boca fez tudo ser mil vezes mais dolorido! – confessa ela com a voz mais baixa como se tivesse afastado da porta.

– Desculpa-me... – digo mas não obtenho resposta então eu vou para a sala aonde encontro a Analu.

– Problemas? – pergunta ela assim que apanho um pano para ajudá-la a limpar as janelas.

– Muitos... – digo esfregando mais forte que o necessário.

– O que é que fizeste desta vez? – pergunta ela com afeição em vez de outro sentimento.

– Porque é que eu sou sempre o errado? – pergunto rapidamente.

– Porque as grávidas sempre têm razão – diz ela e eu penso que já ouvi essa frase.

– Já aprendi a lição: A verdade é para ser sempre falada mas nem sempre é para ser ouvida – digo e vejo que a Analú concorda comigo.

– Outra coisa que as grávidas sempre têm é fome – diz dando uma piscadela para mim e eu entendo o que ela quer dizer.

Vou até a cozinha e faço um grande barulho com as panelas esperando ser ouvido pela Laura lá do quarto se ela ainda estiver acordada.

– Marrentinha... – digo quando chego perto da porta – Trouxe algo para vocês comerem.

– Não vais me enganar com esse truque barato! – diz ela e percebo muita raiva sua voz.

– Não é nenhum truque – digo convicto e coloco a bandeja que fiz de comida no chão, fazendo barulho de propósito - Vou deixar aqui, caso mudes de ideia.

Termino de falar e finjo andar mas fico no mesmo lugar e escondo-me ao lado da porta.

Depois de poucos segundos a porta abre e a Laura é rapida para apanhar a bandeja de comida que fiz para ela.

Ela entra rapidamente mas antes que consiga fechar a porta eu coloco um pé e a impeço de conseguir o seu objetivo.

– Sai daqui – diz ela dando passos para trás.

– Porquê eu faria isso? – pergunto chegando cada vez mais perto dela.

– Porque senão eu vou te bater! – diz ela com muita certeza na voz e eu me rio dela.

– Estou cheio de medo – digo fazendo careta e ela atira uma uva na minha cara – Esse é um super-poder? – pergunto tirando sarro – Atira-Uvas?

– Babaca!! – diz ela e eu vejo a sombra de um sorriso quando ela pousa a bandeja em cima da sua mesinha.

– Me desculpa pelo que eu fiz – digo mesmo sabendo que ela não tem razão desta vez.

– O que é que fizeste? – pergunta ela fria e eu tenho um vislumbre da antiga Laura.

– Eu fiz o mesmo que fazias quando lutavas contra o mundo – digo e a minha frase parece ter o poder de desarmá-la.

Ohaura IIOnde histórias criam vida. Descubra agora