Prelude 3.0

856 66 29
                                    

²⁰⁰⁴

— Você acha que é uma boa idéia? — Questionou o loiro — Você acha que isso vai mudar alguma coisa?

Shawn e Corey — vocalista e percussionista, respectivamente — conversavam, dentro do estúdio do Slipknot, situado em Des Moines. Por serem líderes, o cenário da contratação de um novo integrante era algo que necessitava ser muito bem conversado antes.

A banda estava próxima ao lançamento do terceiro álbum de estúdio. O disco estava pronto e sua harmonia soaria diferente do que costumava a ser característico de álbuns anteriores.

Toda a construção de uma nova estética, máscaras novas, uniformes novos e um novo conceito, era algo que normalmente requeria um prazo.

E a banda e todos seus integrantes puderam concluir que aquele terceiro álbum teve uma das mais difíceis épocas de gravação e produção que eles já haviam enfrentado durante a carreira recém chegada do grupo dos nove garotos de Iowa.

Eles ainda estavam se adaptando, e se adequando àquela rotina de cumprir agenda de shows, turnês, entrevistas, fãs e holofotes. Ademais, era uma banda com uma proposta diferente das demais daquele estilo que já predominavam naquela época. Nu-Metal.

E com a fama, os conflitos internos.

Todo o estresse gerado com a pressão que sofriam, resultava em discussões e desacertos na convivência do grupo.

Essa pressão, tanto popular quanto da própria Roadrunner — a gravadora da banda — atrapalhava diretamente o processo criativo e também o psicológico dos integrantes.

O Slipknot havia ausentado sua presença em palcos desde o início do ano de 2003, para concentrarem-se na produção e gravação do álbum.

Outra consequência que alguns dos integrantes sofriam era o abuso anormal de substâncias ilícitas.

A maioria dos músicos da banda passavam por esse período turbulento, e alguns já estavam bastante prejudicados. Tais quais, Paul Gray, baixista e principal compositor das letras das músicas do Slipknot.

Inegável era o fato de que Paul era excelente músico e compositor, também muito querido por ter ajudado a fundar a banda. Seu trabalho, seja dentro de um estúdio ou em palco, era espetacular. Mas seu abuso em drogas acabaria atrapalhando seu desempenho em algum momento.

E aquele momento havia chegado.

A maioria das músicas do novo álbum foram inteiramente escritas por Gray, com algum auxílio de outro integrante. E ter sobre si toda essa responsabilidade conturbava ainda mais a mente do baixista.

Embora também sofressem dos mesmo vícios, seus colegas advertiam Paul sobre seu consumo desenfreado. Alegando que claro, aquilo estava o prejudicando.

E algo que foi doloroso e difícil de se decidir, foi decretar que Paul não teria condições de estreiar na turnê do novo álbum ao lado da banda. Assim, não dando ao baixista uma opção além de entrar em um hiato temporário que seria investido na recuperação da saúde física e mental de Gray.

Afinal, seu trabalho em estúdio estava completo e todos apenas aguardavam o dia do lançamento oficial do Vol. 3.: The Subliminal Verses.

Com o hiato de Paul, inevitavelmente a banda necessitaria de algum músico para assumir o baixo durante a turnê.

Foram semanas de procura incessante por um baixista competente que surprisse todos os requisitos da banda e da gravadora. Algumas audições foram feitas com músicos de vários tipos e personalidades. Mas nenhum desses se adequava aos padrões que a banda precisava.

Sᴛᴇᴘ Iɴsɪᴅᴇ - SʟɪᴘᴋɴᴏᴛOnde histórias criam vida. Descubra agora